O review nada positivo da Metal Hammer para a estreia do Guns N’ Roses


Em 1987, o jornalista inglês Dave Ling analisou o então recém-lançado primeiro álbum do Guns N’ Roses, o hoje clássico Appetite for Destruction, para a revista Metal Hammer. A crítica de Ling não foi muito simpática com o trabalho, como você pode ler abaixo.

Lembrando que Appetite for Destruction não foi um sucesso de público instantâneo. O LP chegou às lojas em 21 de julho de 1987 e estreou na posição 182 do Billboard 200. O disco só foi se transformar em um fenômeno de vendas mais de um ano depois, mais precisamente a partir de agosto de 1988, puxado pelo trio de singles “Welcome to the Jungle”, “Paradise City” e “Sweet Child O’ Mine”. 

A estimativa é que o primeiro álbum do Guns já tenha vendido mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo desde o seu lançamento. Além disso, Appetite for Destruction é o 11º disco mais vendido no mercado norte-americano em todos os tempos.


Abaixo está o review escrito por Dave Ling:

O temido quinteto de Los Angeles lança enfim o seu álbum de estreia. Com uma pitada de Hanoi Rocks, um pouco de Johnny Thunders e uma porção de Aerosmith, o que o Guns N’ Roses está trazendo tem muito pouco a ver com os anos 1980. Tudo começa com a magnífica "Welcome to the Jungle", sintetizando toda a zona e sordidez do catálogo inteiro do Aerosmith em quatros pulsantes minutos. As guitarras gritam por atenção e W. Axl Rose cospe as letras com mais do que apenas uma semelhança com Steven Tyler. "Jungle" é um bom começo, mas exceto por "Paradise City" (com certeza a filha bastarda de "Train Kept a Rollin"), não há muito com o que aumentar os níveis de excitação. A partir da segunda faixa, "It’s So Easy”, as coisas ficam extremamente previsíveis.

As letras do GN’R se satisfazem perpetuando a temática essencial do fora-da-lei do rock and roll ("Out ta Get Me"), bebedeiras ("Nightrain") e muitas mulheres. Há um verso realmente clássico em "Mr. Brownstone" que diz "I get up around seven / I get out of bed around nine", que resume muito bem a postura da banda em relação à vida.

Duas ótimas faixas e algumas ideias decentes não constituem um grande disco. Se o Guns N’ Roses fala sério sobre trazer o blues para os anos 1980, então eles precisam esquecer os anos 1970. O que eles estão fazendo aqui não é diferente de Rocks ou Draw the Line e, honestamente, nem tão bom quanto.

Comentários

  1. Muito interessante ler uma crítica negativa ao disco... Como fã, fiquei lendo e me contorcendo por discordar do teor da critica... Mas isso e bem legal... Ler opiniões diversas das suas pra depois ter conclusões próprias mais sólidas..

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