Review: Picanha de Chernobill – Sobrevive (2019)



Com dez anos de carreira, o Picanha de Chernobill é uma banda gaúcha radicada em São Paulo, onde se tornou conhecida por realizar mais de mil shows gratuitos nas ruas da capital paulista. Com turnês internacionais e apresentações em diversos festivais (incluindo o Rock in Rio), o trio acabou de lançar o seu quarto disco, Sobrevive. O trabalho completa uma discografia que conta também com o debut auto intitulado (2009), O Velho e o Bar (2011) e O Conto, A Selva e O Fim (2016).

Sobrevive foi disponibilizado em CD e nos formatos digitais no início de setembro. O disco traz oito músicas em 43 minutos e entrega um rock bem na cara, repleto de riffs e uma performance instrumental certeira. O som não é focado na técnica mas sim na energia, na pegada, e o punch que o trio coloca em suas composições contagia o ouvinte.

Variando entre momentos mais selvagens como a ótima abertura “Hey Você!” e “São Muitos que Se Vão”, além do apelo pop da contemplativamente ensolarada “Não Sou de Esperar”, a banda brilha mesmo quando aproxima-se de seu lado mais psicodélico – ou viajante, chame como quiser. É explorando as diferentes dinâmicas de composições como as ótimas “Vou Embora”, as duas partes de “Sofisma” e na sensacional “Brasil”, que fecha o disco, que a banda mostra toda a sua força.

Sobrevive é um ótimo exemplo de como o rock segue vivo e criativo aqui no Brasil, apesar de praticamente ignorado pelos veículos de massa. O Picanha de Chernobill é uma banda excelente e que espero que tenha mais espaço, já que tanto lírica quanto musicalmente o trabalho do trio formado por Matheus Mendes (vocal e baixo), Chico Rigo (guitarra e vocal) e Leonardo Ratão (bateria) é muito acima da média e digno de todos os elogios possíveis.

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