Review: Caligula’s Horse – Rise Radiant (2020)


O quinto álbum dos australianos Caligula’s Horse é uma demonstração potente da identidade que eles gradualmente aprimoraram até este ponto: mestres do rock  e metal progressivo cativante, vibrante e edificante, mas ainda com grande abordagem técnica. Se eles estavam buscando uma declaração direta dessa identidade, cortando os desvios ou gorduras potencialmente desnecessárias, então certamente tiveram sucesso.

Em primeiro lugar, o álbum parece incrível. É incrivelmente bem produzido, com um equilíbrio perfeito entre todos os pequenos detalhes das músicas. Isso complementa o segundo ponto: a banda também está mais concisa do que antes. Eles não perdem tempo, bombardeando o ouvinte com alguns de seus golpes rítmicos mais intensos, que soam muito bem com essa produção polida. Como contraponto aos ritmos de marcantes característicos do djent ouvimos, em algumas faixas, os refrãos extremamente cativantes do vocalista Jim Grey.

Falando estritamente em termos de melodias vocais, este é provavelmente o melhor álbum do Caligula’s Horse. Você vai cansar de apertar o replay em canções como os singles "The Tempest", "Slow Violence" e "Valkyrie". No final, em "The Ascent", a banda nos lembra que também pode escrever canções com múltiplos humores e mudanças dinâmicas. É uma ótima música, mas ainda abaixo de um peso pesado prog na escala de "Graves", presente no disco anterior, In Contact (2017).

De fato, os críticos apontam corretamente que Rise Radiant carece dos surpreendentes momentos "uau" ou da diversidade de estruturas musicais e texturas sonoras que podem ser encontradas em In Contact, que permanecerá como o pico do Caligula’s Horse de um ponto de vista puramente criativo. A suave "Resonate" não está à altura dos "suaves interlúdios" do passado da banda.

Rise Radiant certamente agradará os fãs de longa data e novos ouvintes com a costumeira mistura de letras bonitas e poderosas, desempenho vocal excepcional e guitarras nítidas e vigorosas, todas combinadas e habilmente embaladas em canções individualmente eficazes, talvez melhor do que nunca. Esse disco está repleto de singles poderosos, o que certamente fará com que seja um grande sucesso para a banda. No entanto, a experiência total do álbum, com uma coesão que pode ser percebida como "mesmice" e uma falta de surpresas ou recompensa grandiosa, deixa-o um pouco aquém do melhor que sabemos que a banda pode entregar.

Excelente, mas não dá para chamá-lo de uma obra-prima.


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