O colecionador e sua grande paixão: os discos


Por Fábio Pires
Colecionador
Collectors' Room


Nesse meio da música muitos nascem para tocar instrumentos, alguns para cantar, muitos para dirigir artistas, muitos para escrever letras de música, outros para o talento jornalístico sobre escrever sobre bandas e artistas, e outros para comprar e se deliciar com discos ou CDs. No meu caso, até toco um instrumento, mesmo que seja bem pouco, mas voltei-me para a fina arte da coleção, de achar o dito "raro", de se torturar quando se vai à uma loja de discos mais antigos, seja de rock, blues ou jazz. 

O mundo do chamado colecionador de discos é ilimitado, recheado de oportunidades, muitas vezes caras e cansativas. Vai-se atrás de um álbum ou fica-se anos atrás daquele mais raro. No meu caso, não costumo "me roer por dentro" por um disco não encontrado, jogo a informação em meu banco de dados no computador (ferramenta rápida e eficiente nesse meio, quem diria) e espero um momento oportuno para encontrá-lo numa revista ou até através de um relançamento inesperado nos sebos ou lojas da vida, em algum canto sujo do centro de São Paulo (essa cidade está um pouco melhor cuidada, mas falta muito ainda para que seja considerada asseada).

A originalidade do material também merece um destaque de minha parte: por ser politicamente correto, não adquiro material em Mp3 de vendedores de esquinas (os camelôs), pois prefiro respeitar o trabalho de artistas e de pessoas que, de uma certa forma, têm suas vidas ligadas à música e dão seu suor para um trabalho em prol da arte. Não discuto aqui o papel das gravadoras, creio que seja assunto para um outro texto, mas creio numa reformulação mais justa para os artistas, pois estes incontestavelmente são explorados pelos notórios capitalistas desses meios de lucro fácil, pelo menos até agora.

Nessa grande aventura que começou há muito tempo, nos deparamos com discos desejados escondidos nos lugares mais inesperados: lojas pequenas, simples e muitas vezes em atrativos. Os sites também ajudam, mas nem tanto como se estivéssemos em uma loja de discos. Olhar, analisar e buscar informações com vendedores é muito diferente do acesso virtual na internet, mesmo assim pode-se encontrar grandes oportunidades em sites mundo afora.

Comentários

  1. Concordo 100% com tudo que você escreveu, Fabio...

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  2. Jairão,

    Estamos caminhando para um abismo aqui nesse país.E por culpa de quem ??Da internet ??Do mp3 ??Do preço dos cds ??Do povo que é sem-vergonha mesmo ??Do hábito do "mais fácil sempre vale a pena" ??A Virtual está falida, já se foi.As lojas das Galerias estão se fechando e abrindo para jovens sem cérebros (desculpem o termo, mas é um pouco por aí).E o pior é que seremos ridicularizados e critcados por pessoas sem informação e sem nenhum conhecimento de causa de música, tendências, estilos, influências, enfim, não haverá mais consideração por nada.É a geração da mediocridade.Que não sejamos medíocres também.Que saibamos resistir e valorizar o trabalho do verdadeiro artista: digo verdadeiro pois há picaretas nessas bandas como NxZero, CPM22, Pitty, Fresno e afins que sobrevivem desses inescrupulosos da "cultura musical acéfala".Melhor parar senão ficarei mais nervoso...(hahahah)

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  3. A questão é tão relevante, ao menos entre nós que ainda compramos discos, que dois ótimos textos foram publicados no mesmo dia: esse do Fábio e o escrito pelo Thalles. Gostei de ambos.

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