Anvil - The Story of Anvil


Por Fernando Bueno
Colecionador
Collector´s Room

O documentário Anvil – The Story of Anvil é um daqueles filmes que todos os que gostam de heavy metal deveriam ter. Porém não esperem encontrar nesse documentário aquilo que já vimos em diversos de outras bandas. Não temos a história de uma banda que saiu do nada e chegou ao estrelato. Não temos o making off de álbuns que foram gravados despretensiosamente e se tornaram clássicos. Não temos uma turnê da banda à bordo de seu próprio avião. E não temos uma banda milionária com problemas internos discutindo relacionamento.

Temos nesse documentário acima de tudo uma demonstração gigantesca de amor à música. Já que por não ter nada do que normalmente é mostrado em documentários de bandas consagradas a pergunta que fica para o expectador é: “porque esses caras ainda continuam tentando?”. E a resposta é somente o já citado amor à música.

O Anvil iniciou a carreira nos primeiros anos da década de 80. Como muitas outras foi formada por adolescentes em época escolar que gostavam de bandas em comum. È muito legal o trecho que mostra o guitarrista/vocalista Steve Kudlow e o baterista Robb Reiner contando como se conheceram. Steve sempre passava na frente da casa de Robb e ouvia um som alto com o acompanhamento de uma bateria. E ele ouvia Cactus. Ele se pergunta: “quem ouve Cactus?”. A passagem me pareceu engraçada porque certamente muita gente hoje vai falar: “Eu conheço Cactus”. Os leitores do blog e da comunidade da Collector´s Room certamente conhecem Cactus. Mas eu entendo que na época, sem internet, a dificuldade de se conhecer uma banda era muito menor do que se conhecer os fãs dessas bandas. Por isso esse trecho chamou a atenção.

Podemos resumir contando da turnê organizada por uma fã de origem do leste europeu que eles conheceram pela internet. Eles se lançam em uma turnê tocando para platéias vazias e muitas vezes sem receber nada. Ou contando como eles tentaram levantar quinze mil libras do nada para gravar o décimo terceiro disco da carreira. No fim quem paga essa conta é a irmã mais velha de Steve. Não porque a família os apóiam ou confiam no talento dos músicos, mas simplesmente por querer vê-los felizes.



É possível que com esse documentário eles consigam, afinal, o reconhecimento que eles tanto querem. Afinal como eles mesmo dizem eles não querem muito. Possivelmente eles querem um reconhecimento apenas suficiente para que eles não precisem mais trabalhar como entregador de comida, operário da construção civil ou operador de telemarketing. Sei que eles fizeram uma turnê com o AC/DC após o documentário. Talvez as coisas tenham melhorado.
Recomendo a todos os leitores que assistam o filme. Posso dizer que é no mínimo comovente ver que o amor à música, tão comum entre os amigos da Collector´s Room, é um sentimento universal.



Para os que se interessarem pelo som da banda e tem interesse em adquirir seus discos entrem em seu Site Official.

Comentários

  1. Esse filme eh muito bom!Esses sao verdadeiros gigantes,como pessoas e como musicos,dentro e fora do palco.Gracas a Deus os caras nao desistiram,eu tive a imensa sorte de assisti-los no comeco desse ano,o show foi FODA DEMAIS!!!!Foi uma paulada na moleira!!!Acho q o show deles nem deve ser tao caro,nao entendo pq os produtores de eventos do Brasil nao levam esse show pra ai,mas se por acaso for nao percam de jeito nenhum.

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  2. Relendo o post,eu gostaria de complementar a informacao,eles abriram alguns shows pro AC/DC -inclusive o Lips mostrou toda sua simplicidade e grandeza dizendo q realizou um grande sonho dele abrindo pro AC/DC - e depois eles fizeram uma tour so deles,no Canada e nos EUA,Foi dessa tour q eu vi o show,creio q tocaram na Europa tambem.Sinceramente,eh o tipo de show q vale uma mobilizacao dos fans na tentativa de sensibilizar algum produtor pra leva-los ao Brasil.

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  3. Fala Fernando, muito bom esse filme. Legal você colocar aqui uma nota sobre ele. Na Roadie Crew desse mês saiu uma entrevista com eles também né. Bem legal.
    Cara, outra coisa. Você mora em Porto Velho né?
    Eu nasci em Vilhena. Moro em Campinas há tempos já, mais de 10 anos, mas todo ano retorno à minha cidade. Meu pai foi aí pra Pvh ontem pq passou no concurso pra perito, irá fazer um treinamento.
    Quando eu for pra RO e pra Pvh apareço aí pra gente tomar uma e falar sobre música.
    abraço

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  4. Opa...
    Vamos marcar sim. Eu nasci em Itapetininga / SP e vim para cá por causa da minha atual esposa. A familia dela tem negocios aqui e o campo para engenheiros está muito bom na cidade.
    Eu fiquei contente em saber que a turne deles com o AC/DC foi boa. Estava pensando de organizar aqui na comunidade um pedido grande dos albuns deles. Eu mesmo compraria uns três.
    Alguem sabe se a turne deles pela Europa foi boa?

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