Os 34 anos de Rock and Roll Over, clássico do Kiss lançado em 1976!


Por Igor Miranda
Estudante e Colecionador
Collector´s Room

O quinto trabalho de estúdio do Kiss, Rock and Roll Over, comemora 34 anos de lançamento no dia de hoje, 11 de novembro de 2010. Há exatos 34 anos, os quatro mascarados colocavam no mercado um dos maiores clássicos não apenas de suas carreiras, mas dorRock num contexto geral. Para quem nunca conferiu ou acredita que Destroyer foi o ápice, basta conferir Rock and Roll Over, que, ao contrário do que muitos pensam, foi o primeiro álbum do Kiss a conquistar disco duplo de platina nos Estados Unidos.

Segue um review sobre o álbum, de minha autoria, originalmente disponibilizado na Combe do Iommi.

O Kiss finalmente experimentava o sucesso que tanto almejavam (e mereciam) em 1976. Após o sucesso de Alive! (1975) e Destroyer (1976) - este mais experimental e complexo, mas ainda com a magia de sempre -, o quarteto mascarado precisava manter a média. Para isso, não convocaram o mirabolante produtor Bob Ezrin, e sim o básico e roqueiro Eddie Kramer, produtor de Alive!, que preferiu apostar na simplicidade do som apresentado nos três primeiros lançamentos. E deu certo.


Lançado em 11 de novembro de 1976, Rock and Roll Over pode ser resumido como um disco de rock and roll genuíno, visceral, potente, sem xurumelas. Direto como um soco na fuça, principalmente por suas canções não serem tão longas (nenhuma passa dos 4 minutos de duração). Captura perfeitamente a essência da banda mais quente do mundo devido ao seu processo mais básico, não sendo a toa o fato de ter se tornado um dos mais cultuados de sua carreira. Particularmente, meu preferido dos full-length dos anos setenta - não apenas do Kiss, mas qualquer outro lançado na década!

As particularidades começavam a tomar forma. Não há nenhuma canção feita pela dupla dinâmica Paul Stanley e Gene Simmons, apenas separados. As composições realizadas pela dupla, tão constantes no início da carreira, se tornariam raridade no futuro do grupo. Ace Frehley não contribuiu com nenhuma composição, e Peter Criss só colaborou com "Baby Driver", feita em parceria com o ex-companheiro de Lips e Chelsea, Stan Penridge.


Mas o incrível é que os quatro conseguem se destacar, cada um de seu próprio jeito. Paul Stanley começava a esbanjar seus dotes vocais com mais eficiência, que se tornaram notáveis dos anos oitenta em frente, além de ser um talentoso compositor e um riffmaker de primeira categoria. Até arriscou um belo solo de guitarra em "I Want You" - é o primeiro dos dois executados. Gene Simmons, endiabrado e cheio de fôlego, tem aqui algumas de suas melhores composições. É um baixista categórico e eficiente e providencia carismáticas vocalizações.

Ace Frehley, subestimado por sua pouca técnica, mostra no disco que não precisa fritar mil notas por segundo para influenciar inúmeros guitarristas, como fez. Apenas seu senso musical apurado, latentes em seus poderosos solos de guitarra, era o suficiente. E Peter Criss, também subestimado pelo mesmo motivo citado acima, impressiona com ótimas linhas de bateria e vocais incríveis - basta reparar "Baby Driver" e "Hard Luck Woman" pra notar que duas músicas com o Catman nos microfones principais é muito pouco.


O sucesso, inevitável, bateu novamente na porta dos quatro mascarados. Em pouco tempo conquistaram disco duplo de platina por venderem dois milhões de cópias do play apenas na terra do Tio Sam num período de um ano. Nas paradas gerais, Rock and Roll Over atingiu as posições de número 11, 15 e 16, respectivamente nos Estados Unidos, Japão e Canadá. Além disso, a turnê de divulgação foi um sucesso e o grupo crescia cada vez mais, chegando ao auge no ano seguinte, com Love Gun.

As prediletas de quem vos escreve e, obviamente, seus destaques particulares, vão para a cativante "Mr Speed", para as roqueiras "Ladies' Room" e "Calling Dr Love" (que riff desta!) e a balada semi-country "Hard Luck Woman", composta por Paul e cantada por Peter após Rod Stewart, o alvo da composição, ter rejeitado gravá-la em sua carreira solo.

No mais, Rock and Roll Over é um clássico do rock, na essência do termo.


Faixas:
A1 I Want You 3:02
A2 Take Me 2:53
A3 Calling Dr. Love 3:41
A4 Ladies Room 3:25
A5 Baby Driver 3:59

B1 Love 'em and Leave 'em 3:41
B2 Mr. Speed 3:19
B3 See You in Your Dreams 2:31
B4 Hard Luck Woman 3:32
B5 Makin' Love 3:12

Comentários

  1. A trilogia destroyer, Rock And roll Over e Love Gun é fundamental em qualquer coleção, mas eu acho os melhores álbuns do Kiss justamente a sequencia posterior, Dynasty, Unmasked e The Elder

    Abraço e parabéns pelo texto.

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  2. Opinião polêmica essa tua Mairon, mas respeito. Meus dois preferidos são o Destroyer e o Love Gun, desde sempre.

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  3. Pra mim é TOP 5 do KISS, junto com o primeiro, Destroyer, Creatures of the Night e Revenge.

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  4. Eu gosto mesmo é do primeirão, de 1974. Se bem que até o Love Gun é tudo muito bom.

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  5. "Após o sucesso de Alive! (1975) e Destroyer (1976) - este mais experimental e complexo"

    Como assim? Kiss experimental e complexo? essa foi "meio-bastante" forçada...
    Abraço!
    Ronaldo

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  6. Qualquer pessoa que tenha ouvido na ordem cronológica a discografia consegue identificar o quanto o KISS experimentou novas sonoridades em Destroyer. Os 3 primeiros de estúdio são pra lá de básicos. Nesse disco eles fizeram balada no piano e orquestra, música semi-acústica com coral infantil.

    Até mesmo as melodias das faixas mais roqueiras são bastante trabalhadas em comparação ao que faziam até ali. Detroit Rock City, por exemplo, tem uma estrutura bem mais variada, basta compará-la a sons como Deuce, Parasite, Cold Gin e outras do começo da banda, que são bem mais básicas. Imagino que para quem ouvia o KISS naquela época, então, o choque deve ter sido ainda maior. Mas era isso mesmo que eles queriam quando chamaram o Bob Ezrin.

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  7. Agradeço terem postado meu texto por aqui, um blog muito bom e repleto de boas informações!

    Sobre o comentário do Ronaldo, faço das palavras do João as minhas. O Kiss foi experimental ao passo que nunca haviam feito algo como aquilo antes.

    Por ter se tornado um clássico, soa estranho dizer que é experimental. Mas basta comparar o álbum com o resto da discografia, principalmente com os antecessores, pra ver que experimentaram muita coisa nova por lá.

    E achei curiosa a opinião do Mairon. São discos que eu adoro e que muitos fãs do Kiss também curtem muito, principalmente o The Elder, mas nunca vi alguém dizer que é o preferido, hehehe.

    Meus prediletos são Rock And Roll Over, Creatures, Revenge e Sonic Boom, sem contar os lives.

    Abraços!

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