Ross The Boss - Hailstorm (2010)


Por João Renato Alves
Jornalista e Colecionador
Collector´s Room

Cotação: ***

Desde que iniciou o grupo que leva seu nome, Ross The Boss deixou bem clara sua proposta: resgatar a sonoridade de seus gloriosos tempos junto ao Manowar. Após a mediana estreia com New Metal Leader, o guitarrista retorna com Hailstorm. A sonoridade é a esperada, true metal até o talo! Quem sente saudades dos trabalhos mais antigos de Joey De Maio e companhia pode encontrar um ótimo antídoto aqui. Por outro lado, não espere uma identidade própria da banda, o negócio é homenagear o passado do “chefe” na cara dura.


Após a típica intro climática, surge “Kingdom Arise”, bem na linha da clássica “Sign of the Hammer”. Em uma linha mais melódica, “Dead Man’s Curse” tem um fraseado de guitarra facilmente decorável em sua execução. Dá até para imaginar a plateia acompanhando com a voz. A faixa-título é a melhor do disco, com uma rifferama violenta e andamento acelerado. Clichê metálico total, mas ainda assim empolgante para os headbangers mais fiéis à tradição do gênero. “Burn Alive” e sua pegada mais rock remete ao clássico Battle Hymns. A arrastada “Crom” conta com soberba performance instrumental em seu estilo quase doom.

A excelente “Behold the Kingdom” é mais um destaque, com sua cadência chegando a lembrar Judas Priest. Eis que começa “Children of the Grave” ... ops, é “Great Gods Glorious”, instrumental simples e direta, com aquele clima épico. A estreia do Manowar – que está sendo regravada pela banda atualmente – volta a ser referência em “Shining Path”, enquanto “Among the Ruins” é uma balada que começa apenas com voz e piano e vai crescendo aos poucos. Para encerrar o tracklist normal, a mais longa de todas, “Empire’s Anthem”, mas pode chamar de “Battle Hymns” que ela não fica brava. O dedilhado lento no início, a levada em formato de marcha de guerra, tudo remete ao grande hino. Dá até para arriscar misturar a letra em vários momentos.

A edição limitada em digipack ainda traz a bônus “Vindicator”. Pesada e com bons riffs, poderia ter entrado na versão convencional.

Quem espera ouvir algo novo ou, no mínimo, de personalidade própria da banda, vai se decepcionar na certa. Mas apesar de ser uma cópia na cara dura, o álbum se sustenta por ser muito bem feito. Não é o trabalho do ano, nem vai entrar na lista de prioridades de ninguém, exceto os fanáticos que colecionam tudo ligado aos ex-membros do grupo de Eric Adams. Mas se deixa curtir sem maiores obstáculos.


1. I.A.G.
2. Kingdom Arise

3. Dead Man's Curse
4. Hailstorm
5. Burn Alive
6. Crom
7. Behold The Kingdom
8. Great Gods Glorious
9. Shining Path
10. Among The Ruins
11. Empire´s Anthem
12. Vindicator (Limited Edition Digipack Bonus Track)

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