Manowar - Battle Hymns MMXI (2010)


Por João Renato Alves
Jornalista e Colecionador
Collector´s Room

Cotação: ****1/2

A princípio, a ideia soava ruim em todos os sentidos possíveis e imagináveis. Falta de inspiração? Oportunismo barato? Por que o Manowar iria regravar um de seus mais clássicos álbuns? Em meio a várias críticas, acabei encontrando um bom motivo para a banda fazer isso: ao menos não gravariam outro disco como Gods of War. Coincidência ou não, o novo Battle Hymns surge no momento em que o baterista da gravação original retorna ao grupo. E Donnie Hamzik é, sem dúvida, um músico mais criativo e desenvolto que Scott Columbus – que se deu melhor como ator, quando adotava a alcunha de Charles Bronson.

A grande surpresa de Battle Hymns MMXI é Eric Adams. Obviamente, a banda baixou os tons para sua voz poder se adaptar com mais facilidade aos arranjos. Mas mesmo com as limitações que o tempo traz – afinal de contas, são vinte anos desde a gravação original – o cantor mostra porque ainda é um dos melhores do gênero. Além da qualidade de produção melhor (por motivos que nem precisam ser levados em consideração de tão na cara), pouca coisa realmente mudou. A mais significativa foi a substituição do falecido Orson Welles pelo astro Christopher Lee na narração de “Dark Avenger”.

Em “William’s Tale”, Joey De Maio consegue dar uma mudança feroz na timbragem de seu baixo. E no hino sagrado “Battle Hymn”, a adição de corais mais contundentes deu um clima ainda mais apoteótico. Mas nada que realmente altere o conteúdo das músicas, para alegria dos conservadores – espécie predominante quando o assunto é heavy metal. De bônus, duas versões ao vivo registradas durante a turnê do álbum original: “Fast Taker” e “Death Tone”.

Battle Hymns MMXI é o melhor álbum do Manowar em muito tempo. O lado triste disso é constatar que se trata de um disco de regravações. Ou seja, estão devendo algo relevante faz certa data já.


Pela obra histórica, nota 10!
Pela importância na carreira e descontando algumas coisas, nota 9!


Faixas:
1 Death Tone
2 Metal Daze
3 Fast Taker
4 Shell Shock
5 Manowar
6 Dark Avenger
7 William's Tale
8 Battle Hymn

Bonus Tracks

9 Death Tone (Live)
10 Fast Taker (Live)

Comentários

  1. Pronto. Era só o que faltava...
    A falta de criatividade parece que é um fenômeno mundial.

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  2. Quando essa regravação foi noticiada eu particularmente fiquei confuso. Até então eles estavam no meio da gravação de um play novo, cujo título já divulgado é Hammer of the Gods, e eis que de repente sacam da cartola uma regravação do Battle Hymns!

    Estou ouvindo essa regravação agora, e a parte boa é que com um repertório desses não tem como errar, a qualidade fica no topo. Ainda assim, é um lançamento estranho e totalmente inesperado.

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  3. Nada contra terem regravado o disco, mas acho que deveria ser lançado com um disco bonus para o album que eles já estavam gravando. Lançar ele assim separado é deixar na cara a intenção de ganhar uma grana...
    Ahhh....se me lembro bem das minhas aulas quando era criança, MMXI é 2011 não é? Porque 2011 se o disco foi lançado em 2010? Tem alguma explicação?

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  4. Fernando, alguns sites dão como data de lançamento 2010, enquanto outros apontam 2011. Não sei dizer qual é a certa, ainda ...

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  5. A versao online do disco ja esta disponivel para download no site da banda, mas a fisica só vai sair no comeco de 2011. Acho que por isso tem esse titulo.

    O disco superou as minhas expectativas. Não chega nem perto do original, mas tambem nao destruiu as musicas. Afinacao mais baixa, o Eric cantando como canta ao vivo hoje em dia, num tom mais baixo e rasgando onde antigamente ele fazia os agudos, as musicas estao um pouco mais lentas mas nao perderam o pique e o vigor, pouca coisa mudou no baixo e na bateria, exceto William's Tale, mais limpa e menos distorcida. Na maior parte das musicas, dá para ouvir numa boa, sem ficar reclamando porque está diferente do original. É o disco de 82 tocado pela banda de 2010, alguns novos arranjos do Karl Logan e só.

    Entretanto, tem um ponto extremamente negativo. A nova versao de Battle Hymn, principalmente o solo do Karl Logan e o vocal do Eric Adams após a parte lenta. O estilo do Ross dava a essa música uma agressividade no solo que contrastava totalmente com a levada épica, algo único e inusitado. E o vocal do Eric Adams depois da parte lenta, na versao de 82, é uma das coisas mais fantásticas que eu já ouvi na vida. Arrepia só de lembrar. E hoje em dia, infelizmente, ele nao consegue mais fazer aquilo.

    A versao original da Battle Hymn é uma daquelas coisas que, por mais que tentem, jamais vai ser superada. É uma música perfeita, e seja lá por qual motivo, captada de uma forma perfeita naquele disco. Pode se tentar reproduzir tudo de novo, com os mesmos integrantes, equipamentos, mas eu duvido que fique tão bom. É um daqueles momentos mágicos do Heavy Metal que não tem como ser explicados. E, frente a esta nova versao, isso fica ainda mais evidente. Nao deixa de ser uma composicao excepcional, mas nao tem o mesmo esplendor.

    Mas é de longe o melhor album completo da banda em anos, ou talvez décadas. Mostra claramente que o Manowar nao precisa de tecladistas, orquestras, etc. Precisa de boas musicas. E disso, o Battle Hymns está cheio.

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