Mumford & Sons - Sigh No More (2010)


Por Ricardo Seelig

Cotação: ****

Formada em Londres em dezembro de 2007, a Mumford & Sons é uma banda diferente. A principal peculiaridade do grupo é que ele é formado por quatro multi-instrumentistas, característica que confere à música do quarteto uma riqueza e uma liberdade inerentes. Marcus Mumford (vocal, guitarra, mandolin e bateria), Ben Lovett (vocal, teclado, acordeão e bateria), “Country” Winston Marshall (vocal, banjo e dobro) e Ted Dwane (vocal, baixo e bateria) costumam variar e trocar de instrumentos durante os shows, tornando as apresentações da banda sempre atrações intensas e imprevisíveis.

Sigh No More, primeiro e único álbum dos caras, foi lançado no Reino Unido em 5 de outubro de 2009 e nos Estados Unidos em 16 de fevereiro de 2010. Aclamado pela crítica, o disco fez bonito nos charts, ficando em primeiro lugar na Austrália e Irlanda e com o terceiro posto nas paradas da Bélgica e da Holanda. Além disso, arrasou na Billboard, alcançando o primeiro posto nas categorias destinadas aos álbuns folks e independentes, o segundo lugar entre os discos classificados como alternativos, o terceiro entre os álbuns de rock e o quarto na parada que classifica os álbuns digitais.



Mas, afinal de contas, o que o Mumford & Sons tem? Produzido por Markus Dravs, que possui em seu currículo discos como Homogenic de Björk, Neon Bible e The Suburbs do Arcade Fire e Viva la Vida or Death and All His Friends do Coldplay, Sigh No More é um álbum folk embalado em uma sonoridade pop. Como referência - e apenas para esse fim -, pode-se dizer que a banda tem uma certa similaridade com a Dave Matthews Band, principalmente pelo timbre da voz de Marcus Mumford ser bastante similar ao de Dave Matthews. Mas as semelhanças acabam por aí.

Predominantemente acústico, o disco é muito agradável de ouvir, e uma das razões para ele descer redondo são as melodias vocais sempre muito bem resolvidas, que evoluem em arranjos crescentes, com instrumentos surgindo aos poucos e coros que gradativos, fazendo com que cada composição soe como uma instalação formada por peças de Lego que vão se juntando e formando sempre algo maior. Isso dá as músicas um ar de celebração, uma emoção palpável e intensa, que toca o ouvinte de forma profunda e definitiva.



Entre as faixas, as minhas preferidas são “Sigh No More”, a radiofônica “The Cave”, “Winter Winds”, “Roll Away Your Stone”, “White Black Page”, “Thistle & Weeds”, “Awake My Soul” e a sensacional “Little Lion Man”, que rendeu ao grupo uma indicação ao Grammy.

Ouvir Sigh No More é uma experiência que toca, simultaneamente, o corpo e a alma. Poucos discos são capazes disso, e por isso esse é tão especial.


Faixas:
1 Sigh No More 3:30
2 The Cave 3:37
3 Winter Winds 3:39
4 Roll Away Your Stone 4:23
5 White Blank Page 4:14
6 I Gave You All 4:18
7 Little Lion Man 4:05
8 Timshel 2:54
9 Thistle & Weeds 4:50
10 Awake My Soul 4:13
11 Dust Bowl Dance 4:40
12 After the Storm 4:11

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