Cinco discos para conhecer o power metal!


Por Igor Miranda

Guitarristas espancadores de gatinhos. Baixistas e bateristas tocando na velocidade da luz. Vocalistas sem gônadas. Tecladistas que tocam guitarra no teclado. Letras que falam sobre dragões, mitologia e coisas fofas. Saibam que o segmento mais melódico do heavy metal, também conhecido como power metal, vai bem além de estereótipos.

Conheça mais através dessa matéria, que abrange os cinco discos recomendados para conhecer o estilo.

Helloween - Keeper of the Seven Keys Part II (1988)

O Helloween sempre foi creditado como o grupo pioneiro do estilo, ou ao menos de sua popularização. O seu primeiro trabalho com a formação dita clássica foi a primeira parte de Keeper of the Seven Keys (1987), já responsável por causar um grande alvoroço na cena. Mas a consagração veio com o segundo capítulo desse trabalho.

Keeper of the Seven Keys Part II traz a grande maioria dos standards do gênero, incluindo forte ênfase nos vocais, guitarras sincronizadas, velozes e que não executavam as mesmas trilhas, cozinha extremamente rápida e muitas vezes com a estrutura rítmica desuniforme, e temáticas líricas com uma pontinha de fantasia.

Hoje em dia é fácil encontrar dezenas de bandas tentando soar como o Helloween soou nesse disco, justificando a importância do álbum para uma boa introdução ao estilo.

Angra - Angels Cry (1993)

O Brasil sempre teve certa força quando o assunto é metal melódico, e o principal expoente do estilo em terras tupiniquins continua sendo o Angra. A visibilidade inicial pode ser justificada pela intenção ambiciosa do projeto, formado pelo empresário Antônio Pirani, proprietário da revista Rock Brigade. Mas se os músicos corretos não fossem escolhidos dificilmente estaríamos falando dessa banda hoje.

Angels Cry foi o primeiro full-length dos caras e é um trabalho envolvente, que cativa fãs de várias vertentes do metal. Os músicos, talentosíssimos, exalam competência, entrosamento, criatividade e versatilidade nos 55 minutos que constituem o play. Não obstante, se consagraram em outras regiões do mundo nessa época - ganharam disco de ouro no Japão - e permanecem como uma das poucas bandas brasileiras de heavy metal realmente conhecidas no exterior.

E, cá entre nós, Andre Matos continua como um mito do estilo, pois definitivamente nunca conseguiu apresentar tanta qualidade como trouxe aqui.

Gamma Ray - Land of the Free (1995)

Até então, o metal melódico permanecia como um estilo que flertava com vários outros. E foi com um flerte de Kai Hansen - o mesmo que foi guitarrista do Helloween até o fim da década de 1980 - que o Gamma Ray se imortalizou e tornou esse flerte essencial para novas bandas do estilo.

Land of the Free foi o primeiro álbum do grupo a ter Hansen também nos vocais, fazendo com que o cara assumisse o controle de vez da banda que montou. Felizmente, o resultado foi muito bom e o êxito comercial veio novamente. A aproximação com o speed metal se apresentou consistente e mais íntima a partir deste álbum, e esse surto de criatividade de Hansen e seus comparsas influenciou o bastante para ter um espaço nessa lista.

Stratovarius - Visions (1997)

Demorou, mas o sexto álbum do Stratovarius foi o responsável por colocar o grupo entre os maiores do estilo e por alavancar as vendas de seus registros. Visions foi incessantemente elogiado por trazer uma sonoridade pra lá de aprimorada, fruto, principalmente, da genialidade do guitarrista Timo Tolkki. O líder das composições do conjunto já havia experimentado a inserção de outros gêneros no som da banda, mas a partir de Visions o foco musical do grupo foi estabelecido.

O entrosamento dos músicos é o principal destaque de Visions, principalmente entre Tolkki e o tecladista Jens Johansson, que fez bem ao sair da banda de Yngwie Malmsteen para mostrar ao mundo o seu talento. Vale lembrar que o Stratovarius revolucionou por ser uma das primeiras bandas do estilo - e talvez até uma das primeiras do metal, no geral -, a trazer teclados em primeiro plano.

Assim como copiam o Helloween, outros conjuntos copiam o Stratovarius freneticamente ao redor do mundo.

Blind Guardian - Nightfall in Middle-Earth (1998)

Os integrantes do Blind Guardian nunca tiveram experiências como videntes, mas em Nightfall in Middle-Earth serviram para prever o futuro na ala mais melódica do metal. Antes de todo o estrondoso sucesso da trilogia O Senhor dos Anéis nos cinemas esse disco era lançado, inspirado em O Silmarillion, de J.R.R. Tolkien, mesmo autor da trilogia citada.

O álbum serviu para elevar o sucesso do Blind Guardian, que experimentou algo novo para eles, saindo de sua zona de conforto e criando um novo som, ainda com foco no power / melodic metal, mas com genialidade o suficiente para influenciar uma nova leva de conjuntos do estilo, ao lado do Stratovarius. O trabalho consegue ser complexo e acessível ao mesmo tempo, algo que cativou admiradores de outros estilos de música pesada.

Comentários

  1. Posso dizer que hoje sou um cara feliz SEM o power metal melódico...rs, mas curti muito isso no começo dos anos 90. Essa lista foi muito, mas muito feliz e representativa. Apenas por gosto pessoal, trocaria o album do Blind Guardian pelo "Imaginations from the other side".

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  2. O problema do Power Metal é que a maioria das bandas é clone do clone do clone..... mas o estilo não tem culpa disso.... ótima lista pra iniciar...bem representativa de quem realmente importa no estilo...claro que faltam alguns...mas para uma lista de cinco considero excelente....

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  3. "Posso dizer que hoje sou um cara feliz SEM o power metal melódico...rs"
    Hehehehe.. gostei. Eu no anos 90andava com um escudo e uma espada em punho para defender o POWER METAL, hj também sou um cara feliz sem o power metal hehehehehehe. A lista é boa...

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  4. Eu nunca nessa vida vou ser feliz sem o power metal melódico!

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