Pink Floyd: os 35 anos do clássico 'Animals'



Hoje, dia 23 de janeiro, Animals, disco lançado pelo Pink Floyd em 1977, completa 35 anos. Décimo álbum do grupo, sucedeu Wish You Were Here (1975) e antecedeu The Wall (1979). Para muitos, Animals é, na verdade, o último trabalho do grupo como uma banda, já que The Wall foi quase todo composto por Roger Waters. Com apenas cinco músicas, todas elas criticando a crise econômica e social que a Inglaterra vivia no período, o disco foi inspirado pelo clássico A Revolução dos Bichos, do escritor inglês George Orwell.

O disco chegou às lojas dia 23/01/1977, ano que marcou a explosão do movimento punk no Reino Unido. Johhny Rotten, vocalista do Sex Pistols e um dos maiores ícones da cena, desfilava com uma camiseta escrita “I hate Pink Floyd” pelos quatro cantos da Inglaterra, mostrando todo o seu desprezo pelos exageros do quarteto formado por Waters, David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason. A banda, por sua vez, não dava muita bola para essa postura de Rotten e alguns outros músicos e fãs, tanto que Mason produziria, ainda em 1977, o segundo álbum do The Damned, Music for Pleasure.

Produzido pela própria banda, Animals apresenta uma sonoridade cativante e é baseado em três grandes composições: “Dogs” (com mais de 17 minutos), “Pigs (Three Different Ones)” (pouco mais de 11) e “Sheep” (dez e pouco). Segundo Wright, foi em Animals que Roger Waters começou a levar o seu ego a sério demais e a acreditar que ela era o único compositor da banda.

Ao contrário do que geralmente ocorre com discos de rock progressivo lançados durante os anos setenta, Animals não soa datado hoje em dia. Os timbres escolhidos pela banda envelheceram bem, e as composições, apesar de longas, soam enxutas hoje em dia.

Em Animals está uma das minhas canções favoritas do Pink Floyd, a fenomenal “Pigs (Three Different Ones)”. A passagem viajante no meio da canção marcou um período da minha vida. A riqueza instrumental não apenas desta faixa, mas do trabalho como um todo, contrasta com a arrogância do disco seguinte, The Wall. Em Animals tudo soa enxuto e no lugar, e, talvez por isso mesmo, o disco tenha envelhecido tão bem.

Ouça abaixo as principais faixas de Animals, e entre no clima:

Comentários

  1. Olá Ricardo,

    eu queria ver algum dia o Roger Waters, ou até o David Gilmour mesmo, homenageando esse álbum e o tocando na íntegra, assim como recentemente está sendo feito com o The Wall.

    Fiz uma vez uma resenha sobre o Animals, é um dos meus textos favoritos do meu blog, se quiser dá uma olhada.

    http://rocknprosa.blogspot.com/2010/11/prosa-rock-estamos-cercados-por-animais.html

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