Lacuna Coil: crítica de 'Dark Adrenaline' (2012)


Nota: 8

O Lacuna Coil tem uma das trajetórias mais interessantes do metal contemporâneo. A banda foi criada em Milão, em 1994, e no início praticava um gothic rock elegante e competente, que levou o grupo a ser considerado um dos principais nomes do gênero ao lado do The Gathering e do Theatre of Tragedy.

Porém, a partir de seu quarto disco, o Lacuna Coil passou por uma grande mudança em seu direcionamento musical. Karmacode (2006) mostrou a banda flertando com o new metal, fato que não agradou muito os fãs mais antigos. Shallow Life, de 2009, trouxe um equilíbrio maior entre o caminho inicial e a nova proposta sonora, e mostrou um grupo muito focado em um álbum bastante acima da média.

Dark Adrenaline, o novo álbum do sexteto, é um passo além nessa história. Executando o que a própria banda define como “um heavy metal dark e moderno”, o Lacuna Coil gravou um disco excelente, e que pode, sem exagero algum, ser considerado o seu melhor trabalho.

Com uma sonoridade que equilibra melancolia com belas melodias e ótimos e pesados riffs, o grupo italiano lançou umálbum cativante. Produzido por Don Gilmore (Bullet For My Valentine, Linkin Park) e mixado por Marco Barusso (Laura Pausini, Eros Ramazzotti), Dark Adrenaline tem uma sonoridade encorpara e atual, que torna as já ótimas composições ainda mais fortes. O contraste entre as vozes de Cristina Scabbia e Andrea Ferro e os riffs das guitarras de Cristiano Migliore e Marco Biazzi são o fio condutor das faixas.

As doze músicas do disco formam um tracklist sólido e homogêneo. É difícil destacar alguma, mas “Trip the Darkness”, “Give Me Something More” e a excelente versão para “Losing My Religion”, do R.E.M., agradam de imediato. Outro grande momento é a homenagem a um dos maiores ídolos do grupo, o falecido Peter Steele, do Type O Negative, em “My Spirit”.

Dark Adrenaline é um disco sólido, com um heavy metal moderno e competente que, em alguns momentos, flerta inclusive com o pop, porém sem jamais abrir mão da qualidade. Um trabalho excelente, e que merece uma audição sem preconceitos.

Lançamento nacional da Shinigami Records.


Faixas:
  1. Trip the Darkness
  2. Against You
  3. Kill the Light
  4. Give Me Something More
  5. Upsidedown
  6. End of Time
  7. I Don't Believe in Tomorrow
  8. Intoxicated
  9. The Army Inside
  10. Losing My Religion
  11. Fire
  12. My Spirit

Comentários

  1. Concordo quanto a qualidade do álbum, mas achei essa nota meio baixa para esse disco.

    Em Dark Adrenaline a banda se reinventou e se superou. A Cristina está cantando muito bem, a interpretação dela em "Losing My Religion" é fantastica, e ainda podemos destacar sua perfomance em "Intoxicated", "End Of Time" e em "My Spirit"

    Andrea Ferro não faz feio também, o tracklist é sólido, sem faixas fracas.

    Boa resenha, Ricardo, sabia que você ia gostar do disco e ia mudar a má impressão da banda que você adquiriu na audição de Karmacode.

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  2. Valeu, Rubens. E uma nota 8 é uma senhora nota. Acho que você está acostumado com o fato de tudo que é disquinho meia boca ganhar nota 9 ou 10 aqui no Brasil (rs). O disco é excelente mesmo!

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  3. Nem sei se é pelo fato de estar acostumado a ver notas exageradas ou se é porquê eu gostei bastante desse disco.

    Mas como eu disse a resenha está muito boa.

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  4. Parei de escutar Lacuna, enjoei com a mesmisse da banda

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  5. Jéssica, eu também... mas esse é justamente o grande mérito desse "Dark Adrenaline", a banda trouxe uma dose extra de energia e peso, deu um passo à frente.

    Quem está me decepcionando é o EPICA, uma banda que surgiu com tudo, superou outros nomes à sua frente, como After Forever e outras do 'bando' dos vocais femininos... mas agora caiu naquela "fórmula" pronta do estilo, aí não! abço!

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