Sonata Arctica (Teatro Rival Petrobras, Rio de Janeiro, 18/03/2014)


Quem poderia imaginar uma banda internacional do primeiro escalão do metal mundial em turnê pelo Brasil com duas datas no Rio de Janeiro, "o túmulo do rock"? Parece lorota, mas não é. 

O Sonata Arctica foi um dos grupos responsáveis pela projeção do power metal a níveis globais lá pro início dos anos 2000 — época que o gênero viveu o seu melhor momento em termos de quantidade/qualidade e popularidade.


Para celebrar os 15 anos de Ecliptica, seu disco de estreia e hoje um clássico indiscutível, os finlandeses desembarcaram no Brasil para cinco apresentações, sendo duas — sim, duas! — em solo carioca. A promessa do quinteto formado por Tony Kakko (vocal), Tommy Portimo (bateria), Henrik Klingenberg (teclados), Elias Viljanen (guitarra) e o ainda novato Pasi Kauppinen (baixo) era dar ênfase total nos primórdios da banda, que inclui também os álbuns Silence (2001) e Winterheart's Guild (2003). 

É com muita satisfação que eu vos informo que foi exatamente o que aconteceu... e em dose dupla para quem pode dar as caras no Teatro Rival Petrobras tanto na segunda (17) quanto na terça-feira (18).


Confesso que cheguei meio desconfiado, duvidando que a banda subisse ao palco com o mesmo gás do dia anterior. A desconfiança aumentou ainda mais após rumores de que o vocalista havia passado mal durante o dia e quando vi a caixa da bateria toda manchada de vermelho — a exemplo de Zakk Wylde em 2009, Portimo não arregou, mesmo com o sangue jorrando de sua mão acidentada. 

A desconfiança se esvaiu por completo já na abertura com a nova "The Wolves Die Young" — ainda que a resposta do público, formado por mais ou menos 400 cabeças, não só a essa, mas a praticamente todas as músicas pós-Unia (2007), tenha deixado a desejar.


É aquilo: por mais que as músicas novas — bem, em alguns casos, nem tão novas assim — tenham qualidade, fã que é fã vai querer ver os clássicos, as canções que o introduziram ao som da banda, que marcaram determinadas fases de sua vida. Nessa categoria, entram "FullMoon", "My Land", "Victoria's Secret" e "Kingdom for a Heart", tocada em medley com a feroz "Wolf & Raven". Voleio na nuca de quem (ainda) sente a falta do ex-guitarrista Jani Liimatainen. 

Teve também "Last Drop Falls", "Tallulah" e "Replica", para derreter mesmo os corações mais gelados. No quesito baladas, o Sonata é campeão. Só faltou justo a favorita deste que vos fala: "Shy".


Tony Kakko se move para lá e para cá, interage e arranca risadas da plateia com o seu jeito meio bobão — postura louvável em se tratando de um vocalista de metal. Já Kauppinen é só caretas, sorrisos e a vasta cabeleira se avolumando a cada bateção de cabeça mais forte. Estava feito pinto no lixo em seu novo emprego. 

Interessante também é observar como os refrões são entoados com emoção por quem está lá assistindo. Olhos fechados, cada palavra a plenos pulmões, como se estivessem exorcizando demônios internos.


Em comparação ao show realizado na noite anterior, apenas duas mudanças (pois até o figurino dos músicos era o mesmo): "San Sebastian" assumiu o lugar de "The Cage" no bis e a estreia nos palcos de uma canção inédita, "Cloud Factory". 

O Sonata Arctica segue para Chile, Uruguai e Argentina antes de voltar para a Europa, onde tem datas confirmadas até agosto. 

Texto: Marcelo Vieira 
Fotos: Daniel Croce

Comentários

  1. Marcelo, você pode até ser fã dos caras, mas dizer que eles são uma banda do primeiro escalão do metal mundial é um baita exagero, parece até caridade.

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  2. È ROBERTO SE FOR NO ESCALÃO DE BANDA MAIS CHATA DO MUNDO, ELES ESTÃO ENTRE OS PRIMEIROS,ISSO É SE NÃO SE NÃO FOREM OS PRIMEIROS.

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  3. Chamar qualquer disco dessa banda de "clássico indiscutível" é de cair o cu da bunda.
    Banda genérica, fraca e chata.
    Sério que alguém com mais de 18 anos consegue ouvir metal melódico (ou power metal se preferir) e achar legal pra caramba?

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  4. Até concordo que não dá para chamar o Sonata Arctica de primeiro escalão, visto que eles precisam batalhar muito ainda para alcançar este nível.

    Mas agora dizer que ouvir um certo gênero é coisa de "criança-adolescente-gente imatura-só menos de 18 ouve" é nada mais do que uma presunção estúpida achando que o mundo gira em torno de seu próprio umbigo e de seu único gosto pessoal.

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  5. O Ricardo parou com a coluna "26 bandas para o Matias". Eu estou acompanhando ele e lançando minha lista de bandas, além de outra com bandas gays. A letra S tá garantida pra essa kkkkkkkkkkkkkk

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  6. Cara, nao é questao de gosto pessoal.
    O branco dos Beatles é um clássico, Forever Changes do Love é um clássico, American Beauty do Grateful Dead é clássico..
    Assim como Hell Awaits do Slayer e Fresh Fruit for Rotting Vegetables do Dead Kennedys sao clássicos.
    Agora, qualquer disco lançado até agora pelo Sonata Arctica nunca, nunca mesmo, será considerado um clássico.
    E como você disse, já que gênero musical nao tem nada a ver com faixa etária, vamos todos ouvir Tokio Hotel ;)

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  7. Dentro dos parâmetros nos quais está inserido, o Ecliptica é um clássico, da mesma forma que o Visions do Stratovarius. Obviamente, não dá pra colocá-los na mesma prateleira de um White Album ou mesmo de um Hell Awaits, mas, ainda assim, é um clássico; ou melhor, já se tornou um clássico.

    Agora, mais importante que isso e válido não somente para este texto: SEMPRE nos MEUS textos irá prevalecer A MINHA opinião; A MINHA abordagem; a forma com que EU vejo ou encaro as coisas.

    Aceitem isso. E acima de tudo, me respeitem.

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  8. Ricardo... revê isso aí pro Collectors não virar uma Whiplash hein? Esse texto é típico de lá. Banda do 1º escalão do metal mundial mostra um total desconhecimento do que está falando. Isso não é gosto pessoal, é fato, e ele está absurdamente errado.

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  9. Marcelo, acabei de ver sua resposta. Você pode achar o Sonata a melhor banda do mundo e temos que aceitar e respeitar sua opinião, mesmo concordando. Agora não dá pra afirmar coisas que não existem. 1º escalão mundial é pra rir e parar de ler o texto...

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  10. É a opinião do autor, ok... isso é totalmente lógico e aceitável. Mas escalão do metal mundial... isso não rola... lá fora se eles tocam em barzinhos para 1000 pessoas fazem até festa!

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