Dynazty: crítica de Renatus (2014)

Com Renatus, seu quarto disco, a banda sueca Dynazty torna realidade a ótima impressão transmitida pelos três trabalhos anteriores: trata-se de um grupo diferenciado, inquieto e com muito a entregar para quem gosta de hard rock. Dentro da seara daquele hard mais festivo e alinhado ao glam metal (ou hair metal, como preferem alguns), o Dynazty é um dos grandes destaques surgidos nos últimos anos, ao lado dos também suecos H.E.A.T..

Porém, há uma clara evolução no novo álbum, levando a música do grupo para um universo mais amplo. Se em Knock You Down (2011) e Sultans of Sin (2012) já ficava claro que a banda curtia e inseria muitos elementos de heavy metal em sua sonoridade, em Renatus isso ficou evidente como nunca. A faixa de abertura, “Cross the Line”, afasta o Dynazty do sleaze através de uma batida toda quebrada que remete, acredite você ou não, ao prog metal. Essa característica se mantém por todo o trabalho, com canções que mantém a força do hard através de refrãos fortes e cativantes e, na parte instrumental, soam agressivas e bastante técnicas, fazendo o Dynazty ecoar uma mistura improvável entre o hard, o prog e o metal neo-clássico. E, por mais que soa estranho unir estes três estilos, o resultado alcançado pela banda não é nada indigesto. Aliás, passa longe disso. A abertura, com a já citada “Cross the Line”, é uma delícia. “Dawn of Your Creation” é outra grande faixa, assim como “Unholy Deterrent”, “A Divine Comedy” e “Starlight”.

Abrindo mão do excesso de sacarose e da onipresente característica melosa marcantes do hard sleaze, o Dynazty encontrou uma personalidade própria com um som forte, pesado, agressivo e, simultaneamente, pegajoso e empolgante. A fórmula da banda une o melhor de dois mundos, e o resultado é um disco forte pra caramba, que agrada do início ao fim. O melhor exemplo dessa união é a ótima “Salvation”, faixa com mais de sete minutos onde a melodia do hard anda lado a lado com o peso e o lado épico do metal, tudo embalado com uma execução de primeira e excelentes guitarras. Em certas passagens, “Salvation” chega a lembrar coisas recentes do Edguy, e isso é um elogio. Coisa fina, viu!

O hard rock californiano, o hair metal, sempre passou longe de ser um dos meus estilos preferidos. Conheço as bandas, conheço os discos, mas não consumo o gênero porque ele, em sua maioria, não me diz nada e não me toca como outros caminhos sonoros. No entanto, o Dynazty produz, desde o seu surgimento, um tipo de música que consegue soar atraente até mesmo para um cara como eu, que nunca fui o maior apreciador do lado mais festivo do hard. A banda gravou mais uma vez um grande disco. Renatus oferece pouco mais de 40 minutos de uma música energética e agradável, seja para ouvir em casa ou pisando fundo no acelerador.

Seja qual for a sua escolha, a satisfação será garantida!

Nota 8,5

Faixas:
1 Cross the Line
2 Starlight
3 Dawn of Your Creation
4 The Northern End
5 Incarnation
6 Run Amok
7 Unholy Deterrent
8 Sunrise in Hell
9 Salvation
10 A Divine Comedy

Por Ricardo Seelig

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