26 Bandas para o Matias: M de Metallica

Quando era adolescente, eu tinha um tipo de música dentro da minha cabeça. Aos 14, 15 anos, estava descobrindo o rock, o heavy metal, e um turbilhão de sons invadia meus poros todos os dias. Mas, mesmo assim, a música que eu queria ouvir, que estava dentro do meu cérebro, não chegava até os meus ouvidos.

Então, em uma tarde ensolarada, fui até a minha loja de discos favorita em Passo Fundo (RS) e lá encontrei o disco azul daquela banda que eu lia sem parar na Rock Brigade, mas ainda não havia tido a oportunidade de escutar. Fui ouvir o Ride the Lightning, fui ouvir o Metallica. E, para minha surpresa, para minha alegria, para a plenitude dos meus dias, encontrei nos sulcos deste álbum a música que antes só estava dentro de mim.

As palhetadas. As guitarras cavalgadas. Os riffs. As mudanças de andamento. Os arranjos. Os vocais. Os solos. O Metallica fazia o tipo de metal que eu não sabia que existia, mas sonhava que existisse. O impacto, é claro, foi gigantesco e eterno. Ouvi Ride the Lightning durantes meses. Só parei quando descobri o Kill ‘Em All. Que só parei quando ouvi o Master of Puppets. Essa trinca de álbuns compõe um dos trios iniciais mais impactantes do rock - pelo menos do rock que faz parte da minha vida.

Até hoje, passados quase 30 anos de toda essa experiência, ainda mantenho o Metallica no play. Master of Puppets volta e meia toca na íntegra por aqui. É um dos meus discos favoritos de todos os tempos. E, pra mim, ele ainda está longe de envelhecer.

O Matias tem uma história engraçada com o Metallica. Meu filho nasceu no final de março de 2008. Death Magnetic, último álbum de estúdio do Metallica, chegou às lojas em setembro daquele ano. E eu, na seca devido ao longo período sem nada de inédito e ainda na ressaca de St. Anger, ouvi o álbum direto. Até que, certo dia, estávamos eu, o Matias e a mãe dele no carro e nosso pequeno não parava de chorar. A solução foi simples: aumentei o volume de Death Magnetic e ele ficou tranquilo na hora. Curtindo um som no alto dos seus 6 meses de idade.

Já assistimos alguns shows juntos, já ouvimos alguns discos juntos, o Metallica faz parte da nossa relação pai e filho. E é bom demais poder dividir essa paixão não apenas pela banda, mas pela música como um todo, com o menino que você colocou no mundo. 

É uma alegria imensa, uma satisfação que não tem fim.

Comentários

  1. Muito massa, Ricardo. Eu também tenho uma relação especial com o Metallica, mas minha história na árvore genética é com o meu irmão, dez anos mais novo que eu. Até hoje ouvimos um som juntos.
    Grande abraço!

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