Crítica de James Hetfield - O Lobo à Frente do Metallica

É sempre um problema quando lemos uma biografia de um personagem e ele não está entre as fontes entrevistadas. No caso de James Hetfield - O Lobo à Frente do Metallica, de Mark Eglinton (o autor também escreveu em parceria com Rex Brown o livro Official Truth, 101 Proof - The Inside Story of Pantera), isso se estende também aos demais integrantes do Metallica. Ninguém da banda está entre os personagens consultados para a confecção da obra. O lado bom é que trata-se de uma visão independente. O ruim é que passa quase batido e trata de maneira superficial aspectos marcantes da carreira do grupo, como a batalha com o Napster, a ruptura com Dave Mustaine e a morte trágica de Cliff Burton.

Curto, o livro tem apenas 208 páginas e é daqueles que você lê em uma sentada. Totalmente focado na figura de Hetfield, mostra um personagem apaixonante, dono de uma personalidade marcante e com algumas histórias para contar. Estão em suas páginas a infância cercada de conflitos religiosos e com uma visão de mundo provinciana, a adolescência rebelde pelo afastamento do pai e a morte da mãe e como esses fatores levaram o jovem James ao encontro da música.

Obstinado, apaixonado, dono de uma força sobre-humana e de uma loucura condizente - principalmente pelo álcool, consumado no apelido dado para a banda no início de sua carreira (Alcoholica) - Hetfield se transformou na cara e no coração do Metallica, o contraponto perfeito de Lars Ulrich. Juntos, a dupla transformou um quarteto de jovens cheios de espinha na maior banda de heavy metal da história, e isso não é pouca coisa.

Ainda que relativamente breve e com passagens rápidas e superficiais sobre aspectos chaves da trajetória do Metallica - como os citados no primeiro parágrafo -, O Lobo à Frente do Metallica é uma leitura divertida e complementar à Metallica - A Biografia, obra de Mick Wall que conta toda história do gigante norte-americano.

Se você já leu o livro de Wall, pegue esse também. Se ainda não, invista o seu dinheiro no título de Mick que vale mais a pena.


Edição nacional da Editora Gutenberg, preço médio de 30 reais.

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