Veredito Collectors Room: Venom - From the Very Depths (2015)

Primeira edição do Veredito Collectors Room em 2015, com uma análise coletiva daquele que julgamos o lançamento mais marcante de janeiro. Nossa equipe ouviu e emitiu a sua opinião sobre From the Very Depths, novo álbum do lendário Venom. 


Abaixo você lê o que Guilherme Gonçalves, Rodrigo Carvalho e Ricardo Seelig acharam do disco. E a gente deixa o convite: ouça também e deixe a sua opinião sobre o álbum nos comentários.


From the Very Depths é um disco comum. Medíocre. Na média. O que, para uma banda da importância do Venom, sempre será pouco. Vindo de quem protagonizou algumas das principais revoluções do heavy metal e criou praticamente todos os subgêneros relevantes dentro do estilo, fica devendo, e muito. Há bons momentos, mas que acabam ofuscados por inúmeras passagens e músicas desnecessárias. Ou seja, nada muito diferente de todos os últimos álbuns do Venom. Canções simples, com levadas que mesclam metal tradicional e punk, mas sem a inspiração de outrora. Ganchos óbvios e refrães de uma palavra só, quase sempre o título das 14 faixas - outro exagero sem razão. Sem querer adotar qualquer discurso saudosista, mas não há muita coisa que justifique novos discos do Venom a essa altura do campeonato. Os anteriores já haviam passado batido. De pontos positivos, destaca-se o vocal de Cronos, que jamais soa datado, e algumas poucas músicas, como "Long Haired Punks". Por outro lado, passe longe de "Smoke", "Evil Law", "Grinding Teeth" e da horrorosa capa. Seria melhor ter ido ouvir Welcome to Hell (1981) ou Black Metal (1982). Nota 6 (Guilherme Gonçalves)

Uma das mais influentes bandas das últimas quatro décadas, aquela que a música extrema deve prestar tanta reverência quanto ao próprio Cramunhão, o Venom traz em From the Very Depths nada muito diferente do turbilhão recente de riff blasfêmicos, assombrado por melodias que mais parecem ecos das torturas eternas do inferno e títulos tão demoníacos quanto o que a mente revoltada de um adolescente britânico poderia conceber. Cronos e seus amigos, em 2015, parecem aquele velho que fica encostado no balcão conversando sobre as trivialidades da vida, sempre disposto a contar uma boa história (de novo) ou uma piada suja (mais uma vez) para os jovens. E por mais que de alguma forma essa continue sendo uma boa forma de passar o tempo, elas não só não entretêm como antigamente, como já se contam histórias mais interessantes ou piadas ainda mais sujas por aí. Nota 6 (Rodrigo Carvalho)

Na minha opinião, o último disco do Venom que vale a pena é Metal Black (2006), lançado há quase uma década. De lá pra cá, a banda colocou no mercado discos apenas medianos, que soam como mais do mesmo. From the Very Depths é mais um deles. Quatorze faixas que soam, em sua maioria, insossas e apenas derivativas, como uma espécie de banda cover capenga do Motörhead e do próprio Venom. Como bem disse o Guilherme, a única que se salva é “Long Haired Punks”, e mesmo assim pero no mucho. O trio liderado pelo baixista e vocalista Cronos é o nome mais influente e importante de todo o metal extremo, a Pedra de Rosetta sobre a qual se desenvolveu todo o lado mais sombrio, sujo e demoníaco da música pesada. Por tudo isso, seria bem melhor que, ao invés de seguir lançando álbuns meia boca como seus últimos três trabalhos, o Venom desse um fim mais digno à sua carreira. Nota 4 (Ricardo Seelig)

Nosso veredito é 5,3

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