Review: X-Men de Ontem (Panini Comics, 2016)



Adoro X-Men. Foi por causa da clássica Grandes Heróis Marvel #7, publicada no Brasil em fevereiro de 1985, que me tornei um leitor de quadrinhos. A edição trazia a conclusão da Saga da Fênix Negra, com a trágica história da morte de Jean Grey (a primeira de muitas) e uma capa impactante com uma ilustração emblemática com Ciclope segurando seu corpo nos braços.

No entanto, confesso que não tenho acompanhado a fase recente do grupo. Nos meus cálculos, parei nos encadernados que traziam os arcos de histórias escritos por Joss Whedon e lançados por aqui como Surpreendentes X-Men. Portanto, não tenho ideia de como a equipe está atualmente.

Por tudo isso, X-Men de Ontem, lançado recentemente pela Panini, não só me atraiu, como também me surpreendeu. Como já dito, não tinha conhecimento dos eventos recentes da cronologia mutante, e fiquei bastante interessado em ir atrás de algumas sagas pelas quais passei batido, como Dinastia M e outros.

X-Men de Ontem tem 132 páginas, capa dura e lombada quadrada. A impressão é em papel couché, e a edição segue o protocolo padrão da Panini, com galeria de capas e alguns extras. Escrito por Brian Michael Bendis e ilustrado por Stuart Immonen, o encadernado reúne as edições de 1 a 5 de All New X-Men, publicadas no mercado norte-americano entre novembro de 2012 e março de 2013.


A trama é a seguinte: Ciclope, antigo líder dos X-Men, cometeu uma série de atos horríveis, incluindo o assassinato de Charles Xavier, e agora é praticamente um vilão, temido em todo o planeta. Pra tentar consertar tudo, Hank McCoy, o Fera, viaja de volta no tempo e vai ao encontro da equipe original dos X-Men, formada pelos jovens Scott Summers, Jean Grey, Bobby Drake, Warren Worthington e a versão mais nova dele próprio. O objetivo é levar o inocente e idealista Ciclope do passado para o futuro e confrontá-lo com o atual Scott Summers, na esperança de que isso mude a situação em que tudo se encontra.

Muito bem escrita por Bendis, a história está cheia de pequenos detalhes que fazem a alegria de quem acompanhava os X-Men no passado. Com diálogos inteligentes, Bendis confronta a equipe clássica com seus equivalentes no futuro, levantando questões que podem levar a um arco de enredos muito interessante - “quantas vezes eu morri”, pergunta uma jovem Jean Grey a certa altura para McCoy.

A revista funciona como um novo começo para quem quer acompanhar a fase atual dos X-Men, pois aqui neste encadernado está o início de todo o contexto pelo qual a equipe atravessa neste exato momento, e que está sendo publicado nas edições mensais do título. Além disso, retoma as questões sempre presentes e cada vez mais importantes da cronologia mutante, como a busca pela igualdade racial, a luta contra o preconceito, por direitos iguais e pela plena aceitação daqueles que são julgados como diferentes. E, claro, devolve o protagonismo de Jean Grey, talvez a mais importante personagem de toda a história dos X-Men.

X-Men de Ontem é uma bela história, que emociona os fãs dos velhos tempos e abre uma trama com possibilidades incríveis. Se você, assim como eu, não acompanha a fase atual dos X-Men, esta edição é uma bela porta de entrada.


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