Review: Body Count - Bloodlust (2017)


Após três anos sem material inédito, o Body Count lançou no final de março o seu sexto disco, Bloodlust. O CD saiu lá fora pela Century Media e ganhou edição nacional pela Hellion Records. A produção é de Will Putney, que já havia trabalhado com os caras em seu último álbum, Manslaughter (2014).

Bloodlust é composto por onze faixas, sendo que três delas trazem participações especiais de peso. “Civil War”, que abre o play, tem Dave Mustaine nas guitarras. “All Love is Lost” traz Max Cavalera dividindo os vocais com Ice-T. E “Walk With Me…” conta com Randy Blythe, do Lamb of God. Além disso, o medley “Raining Blood / Postmortem” é uma bela homenagem ao Slayer através da regravação de dois de seus maiores clássicos.

O disco é pesadíssimo e muito mais próximo do metal do que do rap. Neste aspecto, confesso que não acompanhava a banda há anos, e essa característica é algo que não curti muito. O que adoro no clássico primeiro álbum do grupo, lançado em 1992, é justamente a união cirúrgica entre os dois estilos. Em Bloodlust isso se perdeu - e como não acompanho a banda há um bom tempo, talvez seja algo que os caras não façam mais e só eu não sabia. O disco não é ruim, longe disso, mas ao abrir mão da alquimia entre os dois gêneros musicais o Body Count também abriu mão do aspecto que fazia a banda soar única.

Instrumentalmente, o que temos é um metal pesado pra caramba, com enormes doses de groove e passagens que lembram os momentos clássicos do thrash. Os maiores destaques ficam com “Civil War”, a ótima “Walk With Me …” e o tributo ao Slayer. 

Um bom disco de metal, e apenas isso. E é justamente esse o problema: ao surgiu no início dos anos 1990, o Body Count se destacou ao apresentar uma sonoridade única. Em Bloodlust, como já dito, a banda abriu mão dessa característica. O resultado está longe de ser ruim, mas, na minha opinião, essa escolha acabou fazendo com o grupo fosse apenas mais um dos nomes competentes da cena, sem um toque a mais.

Enfim, ouça e tire as suas próprias conclusões.

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