Quadrinhos: Sociedade da Justiça da América – A Nova Era de Ouro Vol. 1, de Geoff Johns e Mikel Janin (2024, Panini)


Não sou o maior conhecedor da cronologia da DC Comics, mas isso não me impediu de curtir muito a leitura de Sociedade da Justiça da América: A Nova Era de Ouro, escrita por Geoff Johns e ilustrada por Mikel Janin e outros artistas. Explico: a SJA foi o primeiro supergrupo de super-heróis, inaugurando um conceito que seria muito popular nos anos seguintes e daria origem a reuniões como a Liga da Justiça, Vingadores e outros. Criada em 1940, realizou o sonho dos leitores ao juntar em uma mesma equipe os heróis mais poderosos da Era de Ouro da DC, muitos desses personagens hoje esquecidos ou suplantados por versões modernas de seus antepassados.

Johns bebe nessa cronologia para contar uma história atual e que não precisa de um mergulho profundo na história da DC para ser entendida. As 192 páginas de Sociedade da Justiça da América: A Nova Era de Ouro Vol. 1 contextualizam com precisão tudo que é necessário para o leitor entender a trama, e, feito isso, apresentam uma história que acompanha a luta da SJA de cada era com o viajante do tempo Per Degaton. Geoff Johns utiliza a figura de Helena Wayne, a filha do Batman com a Mulher-Gato, como personagem principal. Carismática, já conhecida dos leitores e encarnando aqui a Caçadora, Helena carrega consigo o legado de dois dos personagens mais importantes da editora, e o peso de sua presença impacta cada um dos períodos temporais em que coloca os pés. O roteiro, apesar de algumas idas e vindas para décadas diferentes, não se perde na complexidade, e isso é mérito total de Johns, um roteirista não só fundamental para a história moderna da DC mas um mestre em tramas que envolvem a cronologia da editora.

A arte de Mikel Janin é bela e contemporânea como de costume, com um traço limpo e elegante que entrega expressões marcantes e painéis belíssimos – aliás, não faltam splash pages em todo o encadernado. Outros ilustradores marcam presença em momentos do passado e futuro, com a diferenciação de traço funcionando como um dos elementos condutores da trama.


Essa história é antecedida por outro encadernado publicado recentemente pela Panini chamado Stargirl: As Crianças Perdidas, em que Stargirl descobre que vários parceiros mirins dos heróis da Era de Ouro ficaram perdidos no tempo, em mais uma bela sacada de Johns que resgata personagens que foram jogados no limbo pela própria DC Comics. A leitura do encadernado de Stargirl é recomendado antes deste da SJA, mas não é algo essencial para entender a trama, pois isso é explicado nas páginas da A Nova Era de Ouro.

Como dito no primeiro parágrafo, passo longe de ser um  perito na cronologia da DC, porém isso não foi algo determinante para o entendimento do que é apresentado em Sociedade da Justiça da América: A Nova Era de Ouro Vol. 1. O roteiro de Geoff Johns é claro e didático, sem complicações necessárias, e a arte de Mikel Janin está deslumbrante, colocando o título entre os seus grandes trabalhos.

Agora, é aguardar a sequência, pois já estou curioso para descobrir onde essa jornada irá me levar.



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