Review: Kerry King – From Hell I Rise (2024)


Ouvindo From Hell I Rise, primeiro álbum solo de Kerry King, fica claro que o guitarrista não foi um dos motivos do fim do Slayer. A conta deve ser despejada toda nas costas de Tom Araya, cansado das turnês e querendo passar mais tempo com a família. Já King mostra que ainda tem lenha pra queimar e segue sendo um dos grandes arquitetos do metal extremo.

O disco soa totalmente na linha do Slayer e isso não deveria surpreender ninguém, já que o Kerry sempre foi um dos principais compositores da banda. Tendo ao lado o chapa de longa data Paul Bostaph (Testament, Forbidden e com longa passagem pelo próprio Slayer) na bateria, King chamou Mark Osegueda (Death Angel) para os vocais, Phil Demmel (Machine Head, Vio-Lence) para a guitarra e Kyle Sanders (Hellyeah) para o baixo e montou uma banda coesa e que soa conforme o seu desejo.

O grande destaque vai para os vocais de Osegueda, que fogem de maneira inteligente de qualquer mínima semelhança com Tom Araya, e também para Demmel, guitarrista excepcional que deveria ser muito mais celebrado devido ao enorme talento que possui. O tracklist soa bem nivelado, com destaque para a música título, “Trophies of the Tyrant”, “Diablo” e para a quase punk “Where I Reign”, além da capa, que é sensacional.

Se você sente falta do Slayer, From Hell I Rise não só preencherá essa lacuna como foi pensando justamente para isso, com Kerry King caminhando em terreno totalmente seguro e entregando exatamente o que se esperava ouvir de um dos músicos mais celebrados da história do metal.

Nada de inovação e um mar de autorreferências: para o bem ou para o mal, é isso que você ouvirá em From Hell I Rise. Cabe dar play no álbum e decidir se isso é bom ou ruim. Eu fico com a primeira opção.


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