Lynyrd Skynyrd: crítica de Last of a Dyin’ Breed (2012)

Após três anos de silêncio, o maior nome do southern rock está de volta. Produzido por Bob Marlette (Black Stone Cherry, Airbourne, Alice Cooper), Last of a Dyin’ Breed é o décimo-terceiro disco do Lynyrd Skynyrd e marca a estreia do experiente baixista Johnny Colt, ex-Black Crowes, ao lado de Johnny Van Zant (vocal), Gary Rossington (guitarra), Ricky Medlocke (guitarra), Mark Matejka (guitarra), Peter Keys (teclado) e Michael Cartellone (bateria). 

São onze faixas que, de certa maneira, mantém o caminho de God & Guns, de 2009. Há uma tentativa consciente da banda em soar mais atual em algumas faixas, característica percebida claramente em músicas como “Homegrown”, com riffs curtos e sincopados, e em “Mississippi Blood”, que incorpora uma sonoridade moderna às raízes blues e country do grupo.

Last of a Dyin’ Breed começa muito bem, com o slide cheio de distorção da faixa-título, uma das melhores do play. A boa impressão segue com “One Day At a Time”, sóbria e contemplativa. Porém, após um início positivo, o disco cai em uma sequência de faixas que não acrescenta nada à história do grupo. “Ready to Fly” é uma balada fraca e brega, falha imperdoável para uma banda que já gravou obras-primas como “Simple Man” e “Tuesday’s Gone”. “Something to Live For” vai pelo mesmo caminho e parece sobra de algum astro country como Billy Ray Cyrus.

O problema de Last of a Dyin’ Breed é que o trabalho de composição, de uma maneira geral, deixa muito a desejar. Não há nenhuma faixa memorável no disco. Bons momentos podem ser ouvidos em músicas como “Good Teacher” - com guitarras faiscantes -, “Nothing Come Easy” e “Honey Hole”,  por exemplo, mas nada que coloque um brilho no olho e empolgue. É tudo bem tocado, bem executado, mas sem alma. 

O Skynyrd soa acomodado em Last of a Dyin’ Breed, transmitindo a sensação de que o disco foi gravado apenas como obrigação de contrato, o que não seria surpreendente, já que a banda vive hoje, principalmente, dos shows que realiza pelos Estados Unidos e em alguns lugares do mundo - como a ótima e emocionante apresentação na edição de 2011 do festival SWU.

De maneira geral, apesar de alguns acertos, Last of a Dyin’ Breed é um álbum decepcionante. Pode até agradar os fãs mais cegos, mas acende o sinal de alerta e mostra uma banda preguiçosa e pouco inspirada. O que temos aqui é um disco que vale apenas para completar a coleção, o que, convenhamos, é muito pouco para uma banda com a história e a importância do Lynyrd Skynyrd.

Nota: 6


Faixas:
  1. Last of a Dyin’ Breed
  2. One Day At a Time
  3. Homegrown
  4. Ready to Fly
  5. Mississippi Blood
  6. Good Teacher
  7. Something to Live For
  8. Life’s Twisted
  9. Nothing Comes Easy
  10. Honey Hole
  11. Start Livin’ Life Again

Comentários

  1. Por isso que eu te IDOLATRO.
    Vc é inteligente e sincero.

    Acho que esse parágrafo dá pra muita bandinha de hard rock e metal só trocando o nome do album e do artista, não é?

    Esse parágrafo é antalógico.
    Deveria ser formulário em muita resenha por aí.

    "De maneira geral, apesar de alguns acertos, ____________________ é um álbum decepcionante. Pode até agradar os fãs mais cegos, mas acende o sinal de alerta e mostra uma banda preguiçosa e pouco inspirada. O que temos aqui é um disco que vale apenas para completar a coleção, o que, convenhamos, é muito pouco para uma banda com a história e a importância do __________________."

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  2. Assustou na época, mas venceu a barreira do tempo e se tornou clássico. Excelente de apreciar.

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