Review: Bruce Dickinson – Skunkworks (1996)


Skunkworks é o terceiro álbum solo do vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, e chegou às lojas em 19 de fevereiro de 1996. O trabalho foi o único gravado com os músicos reunidos por Dickinson para a turnê do disco anterior, Balls to Picasso (1994): o guitarrista Alex Dickson, o baixista Chris Dale e o baterista Alessandro Elena. Esse mesmo quarteto registrou também o ao vivo Alive in Studio A, lançado em 18 de outubro de 1994. Essa formação se separou no final de 1996.

Bruce Dickinson pretendia que Skunkworks fosse o álbum de estreia de uma nova banda com o mesmo nome, marcando um recomeço de sua carreira e deixando para trás o passado no heavy metal clássico ao lado do Iron Maiden. No entanto, a gravadora Castle afirmou que não colocaria o disco no mercado se ele não fosse creditado a Bruce. Musicalmente, o trabalho marca uma mudança gritante em relação ao metal que consagrou Dickinson e até mesmo aos seus dois álbuns solo anteriores, com o vocalista explorando um metal alternativo com influências do grunge e de bandas como Bush. A produção de Jack Endino, famoso pelo currículo recheado de clássicos do grunge, acentua ainda mais essa percepção de ruptura.

A turnê de divulgação foi a primeira em que Bruce Dickinson incluiu uma música do Maiden no setlist, apresentando uma versão de “The Prisoner”, presente no clássico The Number of the Beast (1982). Os shows realizados nas cidade de Pamplona e Girona, na Espanha, foram gravados e filmados, e quatro faixas vindas dessas apresentações foram incluídas no EP Skunkworks Live in Japan, lançado em outubro de 1996. Este material foi lançado também em vídeo trazendo o show completo, em um primeiro momento exclusivamente no formato VHS. Mais tarde, o vídeo foi incluído no DVD triplo Anthology, lançado em 2006.

A capa foi criado pelo lendário Storm Thorgeson, do estúdio Hipgnosis. Em 2005 a discografia solo de Bruce Dickinson foi relançado em edições especiais, e Skunkworks ganhou uma edição dupla expandida com onze músicas bônus.

As treze faixas de Skunkworks apresentam uma faceta diferente de Bruce, com uma das maiores vozes do metal explorando novos caminhos sonoros. Às vezes funciona, em outras não. Entre os pontos altos, destaque para “Back From the Edge”, “Inertia”, “Faith” e “Solar Confinement”.

Skunkworks envelheceu muito bem, e é um documento histórico de um momento bastante específico da trajetória de Bruce Dickinson, quando o vocalista tentou desbravar um novo universo musical. Entre erros e acertos, trata-se de um álbum que sobreviveu ao teste do tempo.


Comentários

  1. O 'Skunkworks', de fato, passou muito bem pelo teste do tempo. É um registro de qualidade (gosto realmente do disco como um todo!) e de honestidade, atestando a inquietude criativa do artista. Particularmente gosto de artistas que flertam com este tipo de ruptura. Baita álbum!

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