Nota:
9
Se
o Black Sabbath surgisse em 2011, ele se chamaria Ape Machine. O
segundo disco deste quinteto de Portland soa como uma versão
atualizada e renovada do lendário grupo de Birmingham, como se os
músicos do Sabbath tivessem novamente 20 e poucos anos de idade. Os
responsáveis por essa façanha são Caleb Heinze (vocal), Ian Watts
(guitarra), Jimi Miller (guitarra), Brian True (baixo) e Damon
Delapaz (bateria).
Sucessor
de This House Has Been Condemned, de 2010, War to Head
é um álbum que honra as tradições do hard rock. Suas canções
possuem interessantes e imprevisíveis variações, o que dá um
clima meio viajante para a música. Além disso, o fato de todas elas
terem como alicerce central os riffs de Watts e Miller faz com que
soem vigorosas, característica acentuada pelos timbres sutilmente
vintage da produção. A dupla mostra inspiração de sobra, tanto
nos riffs como também nos solos, repletos de melodia. A influência
de Tony Iommi é facilmente perceptível, ao lado de nomes como Ten
Years (ouça “What's Up Stanley?”) e o Bad Company dos primeiros
tempos.
Mas
o ponto central que torna o som do Ape Machine familiar e agradável
para quem curte o Black Sabbath setentista é a semelhança entre o
timbre de voz de Caleb Heinze e o jovem Ozzy Osbourne. Caleb, assim
como o Madman, não é um cantor de técnica espetacular, mas
compensa isso com uma entrega completa e apaixonada. Ouça a ótima
“The Sun”, provavelmente a melhor faixa do disco, e comprove.
A
força de War to Head está na qualidade das composições do
quinteto. As boas ideias se revelam em sequência, fazendo que o
resultado final seja um disco excelente. A abertura com “Hold Your
Tongue”, “Can't Cure Deceit” (que poderia estar em Master of
Reality, clássico lançado pelo Sabbath em 1971), o groove
hipnótico de “Death of the Captain” … As nove canções de War
to Head brindam o ouvinte com pouco mais de quarenta minutos de
um ótimo hard que, mesmo bastante influenciado pelo Black Sabbath,
possui força própria.
Por
incrível que pareça, a versão para “Black Night”, do Deep
Purple, é a faixa mais desnecessária da bolacha. As composições
próprias do Ape Machine são muito boas e possuem uma ligação
intrínseca, fazendo com que a releitura de “Black Night” soe
deslocada. É uma bela versão, mas que, por estes fatores, acaba
valendo mais como mera curiosidade do que qualquer outra coisa.
A
audição de War to Head leva os sortudos que se aventurarem
pelo disco a uma viagem de volta a 1976, cuja trilha sonora é de
primeira. Garanta a sua vaga neste trem, porque ele já está de
saída!
Faixas:
- Hold Your Tongue
- The Sun
- Can't Cure Deceit
- Death of the Captain
- Black Night
- No Sugar in My Coffee
- Downtrodden
- Please Do Not Use Red Ind and Do Not Erase
- What's Up Stanley?
Cara, ainda há esperanças !!!
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