Rage: crítica do álbum '21' (2012)


Nota: 8,5

A carreira do Rage pode ser dividida em dois períodos distintos: antes e depois da entrada de Victor Smolski. O guitarrista russo mudou completamente a sonoridade do grupo fundado pelo baixista e vocalista Peter 'Peavy' Wagner em 1984. Quando Victor ingressou na banda, em 1999, o Rage ganhou não apenas mais um integrante, mas sim um músico excepcional que influenciou profundamente o direcionamento musical do grupo.

21, novo álbum dos alemães, é mais um capítulo da parceria vitoriosa entre Smolski e Peavy, e inscreve-se entre os melhores discos da banda. O álbum traz um Rage mais heavy metal e menos pomposo. Não há no trabalho nenhum elemento de música clássica (com exceção da introdução “House Wins”), característica presente em diversos momentos da carreira do grupo e que gerou álbuns excelentes como Black in Mind (1995), Lingua Mortis (1996) e Speak of the Dead (2006). O que predomina é um heavy metal atual, pesado e intrincado na medida certa. As composições são de muito bom gosto, e contam com as tradicionais linhas vocais e refrões cativantes criados por Peavy. Pessoalmente, sentia o Rage um pouco repetitivo nos últimos anos, principalmente no último álbum, Strings to a Web (2010). Essa sensação desapareceu completamente após a audição de 21.

É facilmente perceptível a maior agressividade das faixas. Peavy chega a cantar de forma gutural em “Serial Killer”, por exemplo, uma das grandes surpresas, e também uma das melhores faixas do disco. É evidente a coesão exibida pela banda, o que faz de 21 o melhor trabalho com o baterista André Hilgers.

Mas a grande estrela é Victor Smolski. Seja nos excepcionais solos ou nas bases criativas e inusitadas, o guitarrista demonstra, mais uma vez, que é um músico fenomenal. Desde sua entrada, o Rage afastou-se do power metal que levou o grupo à fama na década de noventa e desenvolveu uma sonoridade particular, que mescla elementos do power, thrash metal e hard rock. Atualmente, ninguém faz o tipo de música que o Rage faz, e isso é um tremendo elogio para uma banda com quase trinta anos de estrada e que soube se reinventar de maneira brilhante.

Um grande trabalho, que soa inovador sem sair do terreno já conhecido dos fãs.

Altamente recomendável!


Faixas:
  1. House Wins
  2. Twenty One
  3. Forever Dead
  4. Feel My Pain
  5. Serial Killer
  6. Psycho Terror
  7. Destiny
  8. Death Romantic
  9. Black and White
  10. Concrete Wall
  11. Eternally

Comentários

  1. Pra mim o Rage era bom e tinha certa originalidade até a entrada do Victor... depois virou uma banda comum, soando igual a trocentas outras. Tiveram alguns CDs bons, mas nada que chegasse aos pés de Black In Mind, Missing Link, Trapped e até o End Of All Days...

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  2. rs, eu penso exatamente o oposto... não diria que foi (exclusivamente) por causa do Victor, mas a química da formação ao longo da última década foi o ápice da banda para mim...

    hoje, acredito que a banda está retornando a um som, sempre competente, pesado e ainda diferenciado, mas com menos brilho, como era antes de 99...

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  3. Sempre, achei o Rage uma grande banda independente da fase, e nunca, achei que um guitarrista fosse melhor ou pior.
    O Mani Schmidt, fez um bom trabalho gravou bons álbuns e depois que saiu veio o Victor e deu continuide ao trabalho, mas só que a banda resolveu mudar o direcionamento acrescentando elementos da música clássica.
    As composições ficaram mais refinadas, não abandonaram o peso e os álbuns refletem isso que na minha opinião é saudavel uma banda se reinventar faz bem num cenário onde fórmulas antigas são requentadas a cada lançamento.
    E mesmo que não possuam o mesmo brilho de outra hora pelo menos vale pela tentativa.

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