Nota:
8,5
A
carreira do Rage pode ser dividida em dois períodos distintos: antes
e depois da entrada de Victor Smolski. O guitarrista russo mudou
completamente a sonoridade do grupo fundado pelo baixista e vocalista
Peter 'Peavy' Wagner em 1984. Quando Victor ingressou na banda, em
1999, o Rage ganhou não apenas mais um integrante, mas sim um músico
excepcional que influenciou profundamente o direcionamento musical do
grupo.
21,
novo álbum dos alemães, é mais um capítulo da parceria vitoriosa
entre Smolski e Peavy, e inscreve-se entre os melhores discos da
banda. O álbum traz um Rage mais heavy metal e menos pomposo. Não
há no trabalho nenhum elemento de música clássica (com exceção
da introdução “House Wins”), característica presente em
diversos momentos da carreira do grupo e que gerou álbuns excelentes
como Black in Mind (1995), Lingua Mortis (1996) e Speak
of the Dead (2006). O que predomina é um heavy metal atual,
pesado e intrincado na medida certa. As composições são de muito
bom gosto, e contam com as tradicionais linhas vocais e refrões
cativantes criados por Peavy. Pessoalmente, sentia o Rage um pouco
repetitivo nos últimos anos, principalmente no último álbum,
Strings to a Web (2010). Essa sensação desapareceu
completamente após a audição de 21.
É
facilmente perceptível a maior agressividade das faixas. Peavy chega
a cantar de forma gutural em “Serial Killer”, por exemplo, uma
das grandes surpresas, e também uma das melhores faixas do disco. É
evidente a coesão exibida pela banda, o que faz de 21 o
melhor trabalho com o baterista André Hilgers.
Mas
a grande estrela é Victor Smolski. Seja nos excepcionais solos ou
nas bases criativas e inusitadas, o guitarrista demonstra, mais uma
vez, que é um músico fenomenal. Desde sua entrada, o Rage
afastou-se do power metal que levou o grupo à fama na década de
noventa e desenvolveu uma sonoridade particular, que mescla elementos
do power, thrash metal e hard rock. Atualmente, ninguém faz o tipo
de música que o Rage faz, e isso é um tremendo elogio para uma
banda com quase trinta anos de estrada e que soube se reinventar de
maneira brilhante.
Um
grande trabalho, que soa inovador sem sair do terreno já conhecido
dos fãs.
Altamente
recomendável!
Faixas:
- House Wins
- Twenty One
- Forever Dead
- Feel My Pain
- Serial Killer
- Psycho Terror
- Destiny
- Death Romantic
- Black and White
- Concrete Wall
- Eternally
Pra mim o Rage era bom e tinha certa originalidade até a entrada do Victor... depois virou uma banda comum, soando igual a trocentas outras. Tiveram alguns CDs bons, mas nada que chegasse aos pés de Black In Mind, Missing Link, Trapped e até o End Of All Days...
ResponderExcluirrs, eu penso exatamente o oposto... não diria que foi (exclusivamente) por causa do Victor, mas a química da formação ao longo da última década foi o ápice da banda para mim...
ResponderExcluirhoje, acredito que a banda está retornando a um som, sempre competente, pesado e ainda diferenciado, mas com menos brilho, como era antes de 99...
Sempre, achei o Rage uma grande banda independente da fase, e nunca, achei que um guitarrista fosse melhor ou pior.
ResponderExcluirO Mani Schmidt, fez um bom trabalho gravou bons álbuns e depois que saiu veio o Victor e deu continuide ao trabalho, mas só que a banda resolveu mudar o direcionamento acrescentando elementos da música clássica.
As composições ficaram mais refinadas, não abandonaram o peso e os álbuns refletem isso que na minha opinião é saudavel uma banda se reinventar faz bem num cenário onde fórmulas antigas são requentadas a cada lançamento.
E mesmo que não possuam o mesmo brilho de outra hora pelo menos vale pela tentativa.