Executando um som menos agressivo que o Slipknot e trocando as influências de metal extremo do grupo por elementos do hard rock e metal clássicos, o Stone Sour cresceu consideravelmente nos últimos anos, consolidando-se como banda e tornando-se cada vez maior em todo o planeta.
São apenas cinco discos lançados, mas que mostram uma evolução e desenvolvimento inegáveis, que impressionam o ouvinte. Para você que quer saber mais sobre o grupo, preparamos uma Discografia Comentada que analisa cada um dos álbuns gravados pela banda.
Lançado em 27 de agosto de 2002, a estreia do Stone Sour apresenta uma sonoridade que, apesar de algumas tentativas de encontrar personalidade própria, soa ainda bastante similar à música do Slipknot. Com Corey Taylor, Jim Root (guitarra, outro da gangue dos mascarados), Josh Rand (guitarra), Shawn Economaki (baixo) e Joel Ekman (bateria), o disco foi produzido por Tom Tatman e pela própria banda e recebeu reviews em geral positivos, apesar de a maioria destas críticas evidenciar a similaridade com o Slipknot - que no ano anterior havia colocado no mercado o seu trabalho mais pesado, Iowa. Há doses gritantes de melodia e Taylor alterna entre o seu conhecido vocal gutural e o belo timbre limpo de sua voz, alcançando bons resultados em músicas como “Choose” e “Bother”. O disco rendeu três singles ‘“Get Inside”, “Bother” e “Inhale” -, sendo que dois deles foram indicados ao Grammy de Melhor Performance de Metal - “Get Inside” na edição de 2003 do prêmio e “Inhale” em 2004. Uma estreia interessante, um bom álbum, mas inferior ao que a banda produziria nos anos seguintes. (Nota 7)
Após quatro anos de silêncio, o Stone Sour retornou em 2006 com Come What(ever) May, o disco que mostrou que a banda de Corey Taylor e Jim Root era viável comercialmente e poderia andar com as próprias pernas. Encaixado entre o terceiro e o quarto álbuns do Slipknot - Vol. 3: (The Subliminal Verses) (2004) e All Hope is Gone (2008) -, o trabalho mostrou uma sonoridade forte que não apenas conquistou inúmeros fãs como também respingou em sua banda irmã - “Dead Memories”, de All Hope is Gone, não soaria descolada se estivesse presente aqui. Em Come What(ever) May ocorreu a primeiro alteração no line-up, com a chegada de Roy Mayorga (ex-Soulfly) para o posto de Ekman. Músico mais experiente, completo e criativo que seu antecessor, Roy acrescentou muito ao Stone Sour, e isso é bastante perceptível ao compararmos este álbum com o debut. A presença do produtor Nick Raskulinecz também contribuiu bastante para o resultado final, que apresentava um hard rock com riffs cativantes, andamentos cheios de groove e refrãos fortes. A mistura deu certo e caiu no gosto do público, levando o disco ao quarto posto na Billboard e à primeira colocação nos charts de rock norte-americanos. Puxado por bons singles como “30/30-150” e “Made of Scars”, além das baladas “Sillyworld”, “Xzyzx Rd.” e “Through Glass” (primeiro grande sucesso da banda), Come What(ever) May foi o nascimento da sonoridade que o grupo iria desenvolver com resultados ainda melhores nos anos seguintes. (Nota 8)
Este foi o primeiro disco lançado por Taylor e Root após a morte do baixista Paul Gray, companheiro de ambos no Slipknot,que faleceu no dia 24 de maio de 2010. O terceiro álbum do Stone Sour foi dedicado à memória de Gray e chegou às lojas em 7 de setembro de 2010. Repetindo a formação de Come What(ever) May e mantendo Nick Raskulinecz na produção, Audio Secrecy soa mais melodioso que o disco anterior e alcançou a sexta posição da Billboard e o segundo posto nos charts dedicados ao rock. É o disco mais leve da banda, fato evidenciado em seu principal single, “Say You’ll Haunt Me”, e em baladas como “Dying”, “Hesitate”, “Imperfect” e “Anna”. O apelo exageradamente radio friendly torna o álbum insipiente em alguns momentos, fazendo-o soar longo e cansativo. Quatro singles foram lançados - “Mission Statement”, “Digital (Did You Tell)”, “Say You’ll Haunt Me” e “Hesitate”. O crítico Lenny Vowels definiu bem o sentimento em relação a Audio Secrecy: “O disco anseia novas alturas, mas por algum motivo não consegue alcançá-las. O clima é definitivamente mais sombrio que os dois anteriores, mas isso não significa que seja melhor. Basicamente, as faixas boas são realmente boas, mas a grande maioria não tem nada de especial para a história da banda”. Assino embaixo (Nota 6,5)
Concebido como dois discos separados, o projeto House of Gold & Bones foi descrito por Corey Taylor como uma mistura de The Wall, do Pink Floyd, com Dirt, do Alice in Chains. Pode-se discutir se a banda alcançou o resultado pretendido, mas o que está acima disso é a qualidade inegável do trabalho. A primeira parte de House of Gold & Bones, lançada em 22 de outubro de 2012, é o ápice do Stone Sour até o momento. Com faixas fortes e muito bem escritas, o disco trouxe a banda adornando o seu já característico hard rock com doses muito bem encaixadas de heavy metal. O grande destaque dado às guitarras, seja nos riffs, solos ou nas sempre agradáveis melodias gêmeas, é um dos ingredientes que exala essa força. A outra é Corey Taylor. Cantando como nunca, o vocalista alcançou neste quarto disco a melhor performance individual de sua carreira - incluindo aí os álbuns gravados com o Slipknot. Há duas mudanças significativas em House of Gold & Bones - Part 1. A primeira é a troca de produtor, com David Bottrill assumindo os comandos e deixando o som mais cheio e grave, com timbres excelentes. E a segunda foi a saída do baixista Shawn Economaki, substituído em estúdio pelo veterano Rachel Bolan, do Skid Row. Funcionando de maneira perfeita como banda, o Stone Sour gravou um disco que mais parece um greatest hits, tamanha a qualidade de suas composições. Um trabalho ambicioso, versátil e agradável, House of Gold & Bones - Part 1 rendeu dois singles - “Gone Sovereign” e “Absolute Zero” - e voou alto nas paradas, ficando na primeira posição no Hard Rock Chart e na sexta no Billboard 200. A qualidade do álbum, somada ao silêncio do Slipknot (cujo último CD, All Hope is Gone, saiu em 2008), provou com solidez que o Stone Sour era muito mais do que um projeto, consolidando o grupo como um dos grandes nomes do hard rock e metal atuais. Se você nunca ouviu a banda, House of Gold & Bones - Part 1 é a porta de entrada perfeita. (nota 9,5)
Lançado em 9 de abril de 2013, o quinto álbum do Stone Sour e também a segunda parte do projeto House of Gold & Bones soa mais sombrio que o disco de 2012. Isso fica claro logo na faixa de abertura, a densa “Red City”, cujo arranjo se desenvolve a partir de acordes de piano e a voz de Taylor. Produzido novamente por David Bottrill e mais uma vez com Rachel Bolan no baixo, o álbum mantém a qualidade no alto, com doze faixas fortes e consistentes. O caminho sonoro é o mesmo, porém, como já dito, com uma sonoridade um pouco mais soturna, contraste esse evidenciado nas capas de ambos os discos. O trabalho alcançou a nona posição no Billboard 200 e liderou as paradas no Canadá, Hungria e Japão, sucesso esse puxado pelo single “Do Me a Favor”. Entre as faixas, pedradas como “Black John”, “Gravesend”, “Stalemate” e “House of Gold & Bones”, além de “The Uncanny Valley” e da arrepiante “The Conflagration”. Os arranjos são um dos grandes destaques, com evidente cuidado na construção de composições polidas e sem exageros. Ligeiramente inferior à primeira parte, mas mesmo assim um excelente disco. (nota 8,5)
Por Ricardo Seelig
Só vou falar a minha visão de mundo sobre a banda: eu sempre achei que era um projeto solo do Corey e que ia ser uma versão a mais de Slipknot. Sempre pensava: "essa banda é geração y demais pra mim". Daí, rejeitava muito. E uns amigos Y os viram no SWU ou algo assim ... e ficaram achando o máximo. Não entendia.
ResponderExcluirMas quando saiu os discos recentes em 2 volumes, eu achei ótimo.
É uma banda que mudou a minha visão sobre. Nunca vou ser fan e nem nada disso, mas hoje eu vejo como uma banda que tem algo a oferecer.
Será que alguém teve essa trajetória tb?
Realmente tinha um pé atrás com essa banda mas House of Gold e Bones partes 1 e 2 são excelentes mas ainda não me animei de ouvir os anteriores não sei se é melhor acompanhar a banda daqui pra frente ou dar uma ouvida nos anteriores...
ResponderExcluirRealmente tinha um pé atrás com essa banda mas House Of Gold And Bones partes 1 e 2 são excelentes mas ainda não me animei de ouvir os discos anteriores não sei se vale a pena acompanhar a banda a partir de agora ou dar uma ouvida nos anteriores...
ResponderExcluirOs dois últimos são arregaços mesmo. Diego, dê uma conferida no segundo, pode ser que te agrade também.
ResponderExcluirÓtima banda. É impressionante. tudo o que o Corey Taylor faz é bom.Pra mim, do ano 2000 pra cá, é o melhor vocalista de metal que surgiu.
ResponderExcluirTrata-se de um vocalista e intérprete espetacular mesmo, Glaudemberg. Para mim, ele está no mesmo nível que um Bruce Dickinson e que um Dio.
ResponderExcluirStone Sour sempre será a primeira essência do Corey. E eu sempre achei melhor.
ResponderExcluirSobre a discografia. O desenvolvimento não se pode negar. Mas eu simplesmente detesto a forma como o Stone Sour perdeu aquela atmosfera do primeiro album para produzir uma música comercial atrás da outra. O que é lamentavel. Olha essa foto da banda...
Enfim, continua sendo uma das minhas preferidas, o meu primeiro fanatismo musical, na minha adolescencia e sempre será especial pra mim.