Lançado em outubro de 1975, Come Taste the Band é um dos discos mais injustiçados — e também mais fascinantes — da longa história do Deep Purple. O álbum marcou o fim da chamada Mark IV , última formação antes do hiato que interromperia as atividades da banda por quase uma década, e é o único disco de estúdio gravado com Tommy Bolin na guitarra. O resultado foi uma obra ousada, plural e surpreendente, que capturou o choque entre o hard rock britânico setentista e as novas sonoridades que despontavam na metade dos anos 1970. Ritchie Blackmore deixara o grupo em 1975 após o lançamento de Stormbringer (1974) , insatisfeito com o flerte cada vez mais intenso com o soul e o funk que David Coverdale e Glenn Hughes traziam para o som da banda. Para substituí-lo, o Deep Purple recrutou o jovem guitarrista norte-americano Tommy Bolin, que vinha de passagens pelo Zephyr , pelo Energy e por uma breve colaboração com o James Gang, além de ter tocado no clássico Spectrum (1973), álbum do bat...
No final dos anos 1990, o heavy metal europeu vivia uma nova fase. Enquanto o power metal ressurgia com força nas mãos de bandas como Gamma Ray, Blind Guardian e Stratovarius, um grupo italiano apareceu disposto a transformar o gênero em algo maior, quase cinematográfico. O Rhapsody, liderado pelo guitarrista Luca Turilli e pelo tecladista Alex Staropoli, trouxe uma proposta ousada: unir o metal melódico ao espírito da música clássica e às narrativas de fantasia épica típicas da literatura de Tolkien e das trilhas sonoras de filmes. Symphony of Enchanted Lands , lançado em 1998, foi o segundo álbum da banda — e o disco que consolidou de vez a identidade do Rhapsody. Se o debut Legendary Tales (1997) já havia chamado atenção pela mistura de virtuosismo e grandiosidade, aqui a fórmula alcança sua forma definitiva. Cada faixa parece um capítulo de uma saga medieval, costurada por arranjos orquestrais, corais majestosos e solos de guitarra que mais soam como trilhas de batalhas míticas d...