No final dos anos 1990, o heavy metal europeu vivia uma nova fase. Enquanto o power metal ressurgia com força nas mãos de bandas como Gamma Ray, Blind Guardian e Stratovarius, um grupo italiano apareceu disposto a transformar o gênero em algo maior, quase cinematográfico. O Rhapsody, liderado pelo guitarrista Luca Turilli e pelo tecladista Alex Staropoli, trouxe uma proposta ousada: unir o metal melódico ao espírito da música clássica e às narrativas de fantasia épica típicas da literatura de Tolkien e das trilhas sonoras de filmes. Symphony of Enchanted Lands , lançado em 1998, foi o segundo álbum da banda — e o disco que consolidou de vez a identidade do Rhapsody. Se o debut Legendary Tales (1997) já havia chamado atenção pela mistura de virtuosismo e grandiosidade, aqui a fórmula alcança sua forma definitiva. Cada faixa parece um capítulo de uma saga medieval, costurada por arranjos orquestrais, corais majestosos e solos de guitarra que mais soam como trilhas de batalhas míticas d...
Criada por Xavier Dorison (roteiro), Ralph Meyer (arte) e Caroline Delabie (cores), Undertaker é uma das HQs mais aclamadas do faroeste contemporâneo. Publicada originalmente pela Dargaud a partir de 2015, a série francesa resgata a essência do gênero com elegância e brutalidade, mesclando o heroísmo crepuscular de Blueberry com a densidade moral típica dos westerns mais recentes do cinema. O protagonista é Jonas Crow, um coveiro itinerante que carrega um passado sombrio como ex-soldado da Guerra Civil Americana. Acompanhado por uma governanta inglesa e uma senhora chinesa, ele viaja por um Velho Oeste decadente, enterrando corpos e desenterrando verdades — sobre si mesmo e sobre o país que o moldou. Dorison constrói um roteiro que alterna entre a melancolia da redenção e a violência inevitável do faroeste. Cada arco traz um novo dilema moral, e a morte — presença constante — é tratada menos como tragédia e mais como destino. Visualmente, Undertaker é deslumbrante. Meyer desenha...