Meados
de junho de 1979. Em um pub chamado The Swan, perto do famoso
Hammersmith Odeon, o Iron Maiden, uma jovem banda de heavy metal do
leste de Londres, está prestes a entrar no palco. Mas há um
problema: o seu vocalista está preso a alguns quarteirões dali.
Paul Di'Anno havia sido detido por estar com uma arma, uma faca
encontrada pela polícia em uma inspeção de rotina do lado de fora
do pub. Di'Anno era bom de papo e geralmente conseguia se livrar da
maioria dos problemas, mas nesse dia ele não estava com sorte.
Dentro
do The Swan, o baixista Steve Harris estava nervoso com as notícias
sobre o seu cantor, principalmente pelo fato de haver um convidado
especial na plateia. Rod Smallwood – então com 29 anos, seis a
mais que Steve -, que trabalhava como manager e agente de bandas,
tinha escutado uma fita demo do Iron Maiden entregue a ele por um
amigo que conhecia Steve. Rod sacou o potencial da banda, e resolveu
assistir a dois shows do grupo para ver como elas eram ao vivo. O
primeiro, no The Windsor Castle em Harrow Road, acabou antes de
começar quando a banda, sem saber que estava sendo observada por
aquele que seria o seu futuro manager, se recusou a tocar porque
aproximadamente 30 e poucos amigos e fãs, que estava vindo para o
show, ainda não haviam chegado ao local. O segundo show era no The
Swan.
Quando
Smallwood ouviu que Di'Anno estava preso, foi até Harris e falou
para o baixista: “Vocês vão tocar. Seus fãs estão lá fora
esperando por vocês”.
Steve hesitou, mas Rod pressionou um pouco mais: “Você
conhece as letras?”.
“Claro, fui eu que as
escrevi”, respondeu
Harris. “Pode
cantá-las?”. “Não
necessariamente”.
“Pode fazer isso?”.
“É claro!”.
Dez
minutos depois, o Iron Maiden subia ao palco do The Swan como um
trio: Steve Harris, o guitarrista Dave Murray e o baterista Doug
Sampson. Nessa época, eles ainda não tinham um segundo guitarrista,
mas mesmo apenas com Dave nas seis cordas e com Steve como vocalista
e baixista, a performance contagiou o público. Steve relembra:
“Quando você tem um problema, você precisa enfrentá-lo. Havia
certas partes que eu simplesmente não conseguia cantar e tocar ao
mesmo tempo. Situações assim fazem você dar o melhor de si”.
Para
Rod Smallwood, este foi o momento onde, pela primeira vez, ele
acreditou que o Iron Maiden poderia subir até o topo. “Steve
não sabia cantar, mas eu nunca tinha visto alguém como ele em cima
de um palco. Ele e David olhavam no olho do público. Adorei essa
atitude! A banda não tocou bem e seria normal eu ir embora e deixar
eles de lado, mas depois deste show eu fiquei realmente
impressionado”.
Apenas
50 pessoas estavam no The Swan naquela noite, mas esse show foi o
mais importante da banda até então, na opinião tanto de Steve, o
líder do grupo, quanto de Rod, o homem que seria o novo manager do
Maiden. Este foi o início de uma relação longa e muito próxima,
que fez o Iron Maiden decolar para as alturas. Porém, o mais
marcante daquela noite foi a prisão de Paul Di'Anno. A banda ria do
incidente quando o vocalista enfim chegou ao pub, após o show. Ele
era um problema nos planos do grupo rumo ao sucesso, e era preciso
encontrar outro vocalista.
A
história do Iron Maiden é um clássico drama em três atos:
ascenção, queda e ressurreição. E no centro disso tudo está o
homem que substituiu Di'Anno em 1981, Bruce Dickinson. Foi a visão
singular de Steve Harris que tornou o Iron Maiden a maior banda de
heavy metal de sua geração, e o fato de Rod Smallwood acreditar
nessa visão – ao lado de seu sócio Andy Taylor – transformou o
Maiden em uma franquia mundial. Mas foi Bruce Dickinson, com sua voz
poderosa e performance energética, que fez do Iron Maiden uma banda
realmente clássica. A sua saída, em 1993, precipitou o declínio do
grupo. E o seu retorno, em 1999, foi a peça-chave para a sua
ressurreição.
Nos
30 anos em que Bruce está no Maiden, são estes três “loucos
controlados”, como Smallwood chama o trio, que definiram a história
da banda. Harris, o sisudo e fechado workaholic; Rod, o esfuziante
cara do condado de Yorkshire; e Dickinson, o elétrico, opinativo e
multi-talentoso vocalista. O Iron Maiden sempre será a banda de
Steve Harris. Foi o baixista que criou o grupo no dia de Natal de
1975 e o tem liderado desde então, escrevendo a grande maioria de
suas canções. Em Rod Smallwood, Harris encontrou um manager tão
forte e influente quanto o lendário Peter Grant, do Led Zeppelin. Em
em Bruce Dickinson ele se deparou não apenas com um cara igual a si
mesmo, mas também com um vocalista de opiniões extremanente fortes
sobre o que o Iron Maiden deveria ou não fazer.
Há
alguns conflitos internos no Iron Maiden. O mais famoso deles é a
rivalidade entre Harris e Dickinson, que desde o retorno de Bruce ao
grupo parece em stand-by. O que move a dupla é um objetivo comum: a
determinação de fazer do Iron Maiden a maior e melhor banda de
heavy metal do mundo.
Começando
com The Number of the Beast em 1982, primeiro disco com
Dickinson e o primeiro número 1 da banda no Reino Unido, o Iron
Maiden foi o nome de maior sucesso do metal nos anos 80. Eles faziam
como as bandas de antigamente, trabalhando duro em longas turnês
mundiais seguidas, com o mínimo de apoio da mídia através dos
poucos especialistas no gênero presentes nas redações de revistas
e estúdios de rádios da época. E assim eles foram crescendo. O
Maiden teve alguns singles de sucesso, que figuraram no top 20 inglês
na década de 80, mas a sua música nunca foi feita para estar ho hit
parade. Eles assinaram com a EMI, mas mantiveram o controle sobre a
direção artística. E foi essa pegada de artista independente em
relação à indústria da música, e à própria música em si, que
fez do Iron Maiden uma inpiração para bandas como Metallica, como
admitiu Lars Ulrich: “O Iron Maiden foi o nosso único e
verdadeiro modelo”.
Steve
Harris é um rock star atípico. Introspectivo, sempre longe dos
flashes, ele não aceita muito a classificação criada por Rod sobre
a hierarquia do Iron Maiden. “Não sei dizer se sou um maluco
controlado. Eu só gosto quando as coisas funcionam”. Steve não
concorda com o termo escolhido por Rod para definir o modus operandi
da banda - “uma democracia não-democrática”. “Eu sei o que
Rod quer dizer. Na maioria das vezes, eu e ele discutimos bastante”.
E discutir assuntos é uma regra para o líder do Iron Maiden, que
segue uma lógica muito simples: “Eu penso que, como em qualquer
banda, você precisa de uma pessoa que tome as decisões e faça o
trabalho duro. A maioria das pessoas não quer fazer isso, mas eu
centralizei tudo desde o início”.
Nos
primeiros tempos do Iron Maiden, Steve Harris era o manager da banda
e fechava os contratos para os shows. Ele tirou Dave Murray e Paul
Di'Anno de bandas rivais, escreveu ou co-escreveu todo o material
inicial do grupo e criou a logo da banda com as próprias mãos. O
que Rod Smallwood ofereceu a Steve e ao Iron Maiden foi uma grande
experiência na indústria musical, contatos chave e, talvez, o mais
importante de tudo: um compromisso com o grupo. Como o próprio Rod
admite: “Steve encontrou em mim um cara que trabalhava duro como
ele”.
Smallwood
tinha grandes sonhos. “Eu sempre quis ser um manager. Admirava
bandas como o Led Zeppelin, que sempre fazia grandes shows ao redor
do mundo”. E em Steve Harris ele encontrou o seu Jimmy Page, um
líder com talento genuíno e convicção absoluta. “Em uma
banda nem todos querem liderar, mas Steve era, inquestionavelmente, o
líder do Maiden, e todos ficaram felizes com isso. Depois de
conhecê-lo um pouco melhor, percebi a sua grande determinação,
energia e integridade. Mas Steve era 100% música, ele não queria
negociar com as gravadoras. Quando cheguei, este era o meu papel”.
Rod
só foi contratado oficialmente como manager do Iron Maiden depois de
fechar contrato com a EMI, em 12 de novembro de 1979. A CBS havia
recusado o grupo, alegando que as canções não eram fortes o
bastante. Mas Smallwood foi hábil o bastante para convencer a EMI a
assinar um contrato longo com o Maiden, uma banda jovem que precisava
de segurança e tempo para construir uma carreira. “Isso foi
crucial. A EMI inisitia em um contrato de três álbuns, nos dando
apenas 50 mil libras pelos três discos, mais os custos de gravação.
Mas nós precisávamos comprar equipamento, precisávamos disso para
sair em turnê. Então eu consegui 35 mil de adiantamento para o
primeiro álbum, 15 mil para o segundo e nada para o terceiro. Desde
então, nós sempre renegociamos o contrato com a EMI após três
discos”, conta Rod.
Após
o acordo com a EMI, Smallwood se transformou também no co-manager de
uma banda de art rock chamada Gloria Mundi, que assinou com a RCA.
Seu parceiro Andy Taylor, de quem era amigo desde os tempos da
Universidade de Cambridge, era dono de um senso estratégico muito
bom. Taylor tinha um visão global e elaborou um longo planejamento
estratégico para o Iron Maiden. “O heavy metal é um fenômeno
mundial, então precisamos estar presentes em todo o mundo”,
afirmava Taylor. Rod também pensava dessa maneira, e junto com a
banda fechou um pacto baseado no contrato de três anos que haviam
assinado: “Vamos ter apenas o que precisamos para sobreviver,
nada além disso”.
Quando
o Maiden gravou The Number of the Beast, os músicos recebiam
apenas 60 libras por semana. Com a palavra, Steve Harris: “Rod e
eu dividíamos as coisas. Eu escrevia as canções, todas elas, e não
ganhava nada a mais por isso. Rod também não recebia nenhuma
comissão. Este era o nosso compromisso. É como em qualquer negócio:
você não tem garantia de que vai dar certo. Mas, para nós, a coisa
nunca girou em torno da grana. Nós só queríamos ser uma grande
banda”.
Antes
da gravação do primeiro LP, o Iron Maiden apresentou um novo
guitarrista, Dennis Straton, e um novo baterista, Clive Burr,
substituto de Doug Sampson. Para Steve, demitir Sampson era
necessário, mas foi muito difícil. “Por um tempo depois disso
eu fiquei conhecido como Major Harris ou Aiatolá, mas eu precisava
fazer o que foi feito”.
O
disco, intitulado com o nome da banda e gravado por apenas 12 mil
libras, foi um sucesso de crítica e público. Harris nunca ficou
satisfeito com a produção de Will Malone, mas o som casou
perfeitamente com o estilo agressivo da banda. Lançado em 4 de abril
de 1980, Iron Maiden alcançou o quarto lugar nas paradas
inglesas e vendeu 350 mil cópias em todo o mundo. “Eram números
expressivos para um disco de estreia”, recorda Rod. Isso fez a
reputação do Maiden junto a EMI crescer. Segundo Rod, “se você
alcança sucesso internacional, eles não interferem em mais nada”.
A
imagem da capa do primeiro disco deu ao grupo uma identidade,
tornando-se a sua marca registrada, explorada durante toda a
carreira. A ilustração, pintada por Derek Riggs e batizada como
Eddie, tornou-se um elemento muito importante na trajetória da
banda. “Nós não tínhamos um Mick Jagger”, recorda Rod.
A imagem de Eddie se transformou, junto com a logo criada por Steve,
em uma poderosa ferramente de marketing, estabalecendo o Iron Maiden
como uma força também no merchandising. E ninguém entendia mais
desse assunto, naquela época, do que o Kiss.
Quando
o Maiden abriu a turnê europeia do Kiss em agosto de 1980, Gene
Simmons disse para Rod que havia adorado Eddie, e previu: “O
Iron Maiden competirá com o Kiss como a maior força do
merchandising musical na América”. Falando do assunto hoje em
dia, Simmons afirma: “O Iron Maiden imediatamente me
impressionou com o seu enorme potencial. A banda era poderosa e fazia
boa música, uma combinação rara. E, para um porco capitalista como
eu, Eddie era um ícone visual incrível que poderia render rios de
dinheiro para todos na banda”. Rod completa: “Nós somos
uma máquina de merchandising. Se não fosse assim, ainda estaríamos
excursionando como no início da carreira”.
O
segundo disco, Killers, saiu em fevereiro de 1981 e trouxe um
novo guitarrista, Adrian Smith. Stratton estava fora porque, segundo
Rod, “ele gostava de Eagles e usava roupas que não combinavam
com o heavy metal”. Killers custou um pouco mais do que
o primeiro álbum – o valor ainda pequeno de 16 mil libras -, mas
vendeu 750 mil cópias em todo o mundo, incluindo 150 mil só nos
Estados Unidos. Entretanto, durante a turnê pela Alemanha em maio
shows tiveram que ser cancelados, pois Paul Di'Anno havia perdido a
voz. Segundo Steve, “Paul ferrou com tudo”.
Di'Anno
semore fez tudo de maneira rápida e sem preocupação, mas não
havia lugar no grupo para passageiros. As turnês eram a chave para o
desenvolvimento do Iron Maiden, e, como o próprio Di'Anno admite, o
seu estilo de vida não casava com isso: “Eu sempre estava
entupido de cocaína, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Eu pensava
que era isso que as pessoas faziam quando estavam em uma grande banda
de rock. Eu sabia que, nestas condições, nunca conseguiria cantar
durante toda a tour”. E assim surgiu um grande teste para a
liderança de Harris e a gerência de Smallwood: encontrar um novo
vocalista.
A
primeira vez que Bruce Dickinson viu o Iron Maiden ao vivo foi em 8
de maio de 1979, no Music Machine de Camden, onde o Maiden tocou
depois do Angel Witch e abriu para o Samson, a banda em que Bruce
cantava. O review deste show, escrito pelo jornalista Geoff Barton e
publicado na revista Sounds, foi a primeira vez em que a frase New
Wave of British Heavy Metal foi usada. Assistindo o Maiden ao lado do
palco, Dickinson estava convencido de que aquela banda se tornaria
uma das maiores do mundo. Ele também tinha certeza de que ele, e não
Paul Di'Anno, era quem deveria ser o vocalista do Iron Maiden.
“Era
muito claro que o Maiden seria gigante. A banda era uma força da
natureza. Paul Di'Anno era ok, mas eu pensei: eu realmente posso
fazer algo com a banda”, relembra Bruce. Ele não precisou
esperar muito pela sua chance. No verão de 1981, Dickinson foi
apresentado como novo vocalista do grupo. Ele dizia que sentia por
Paul, mas também sentia que a carreira do Samson estava estagnada. O
álbum Head On (1980) alcançou o top 40 inglês, mas o disco
seguinte, Shock Tactics (1981), nem sequer figurou nas
paradas. Em 29 de agosto de 1981, Bruce teve um encontro com Steve e
Rod no backstage do Reading Festival após o show do Samson no
evento. Poucos dias depois, o vocalista entrou em estúdio com Steve
e gravou os vocais de algumas canções do Iron Maiden para ver como
elas soariam. E a sua voz casou de forma perfeita com o som do grupo.
O Maiden tinha dois shows marcados na Suécia no mês de setembro, e
depois dessas apresentações Paul teve um encontro com Rod, onde foi
demitido. No dia seguinte, Bruce já fazia parte da banda, alterando
o seu apelido de Bruce Bruce, como era conhecido no Samson, para o
seu nome verdadeiro.
Na
opinião de Rod Smallwood, “não é legal ficar falando de
pessoas que não estão mais na banda, mas o fato é que você não
troca o seu vocalista se a coisa não for realmente séria. E, como
nós prevíamos, com Bruce o Iron Maiden ficou muito melhor”.
Mas, naquela época, Steve Harris não tinha muita certeza disso.
Tecnicamente, Bruce era um vocalista muito melhor, mas Di'Anno era
como um herói para os fãs. “Nós sabíamos que Bruce era
incrível, mas ele era muito diferente de Paul, então pensamos: as
pessoas vão aceitar essa mudança? Bem, elas aceitaram!”.
Bruce
Dickinson foi anunciado oficialmente como novo vocalista do Iron
Maiden no começo de outubro de 1981, e fez sua estreia com a banda
em palcos ingleses no Rainbow, em Londres, em 15 de novembro, depois
de cinco shows de aquecimento na Itália no mês anterior. A
performance autoritária de Bruce calou os órfãos de Di'Anno e
acabou com os medos de Harris. Mas, para Bruce, as coisas não foram
tão simples assim.
Ele
e os outros integrantes do Samson haviam assinado um contrato com os
empresários do grupo, cuja multa, se alguém saísse da banda, era
de 250 mil libras. Bruce lembra que eles ganhavam 30 libras por
semana, era impossível pagar aquele valor. Então Rod interviu, e
depois de muita negociação fechou um acordo onde pagou 30 mil
libras pelo passe de Dickinson, valor este que seria devolvido por
Bruce a Sanctuary, empresa de Rod e Andy Taylor, quando o vocalista
tivesse condições. Era uma bela grana para um garoto de 23 anos,
mas Bruce nunca se preocupou com isso. Ele estava convencido de que,
com ele, o Iron Maiden venderia milhões de discos. Essa era uma
opinião compartilhada pelo produtor do grupo, Martin Birch. Durante
a gravação do terceiro álbum, The Number of the Beast,
Birch deixou claro para todos: “Estamos fazendo um grande álbum,
que mudará as suas vidas”.
Em
fevereiro de 1982, seis semanas antes do lançamento do álbum, o
single “Run to the Hills” entrou no top 10 inglês. Mas nem tudo
eram flores. Em 16 de março, quando a Beast on the Road passou pelo
Newcastle City Hall, aconteceu o primeiro desentendimento sério
entre Steve Harris e Bruce Dickinson. Vindos de um show na noite
anterior, a banda passou 12 horas gravando o clipe da faixa “The
Number of the Beast”. “Nós não conseguimos dormir muito, e
estávamos um pouco irritados”, recorda Bruce. Em uma cena diga
de Spinal Tap, rolou um stress entre Steve e Bruce sobre a posição
do pedestal do microfone do vocalista. Segundo Dickinson, “Steve
queria ficar no meio do palco, quase batendo o braço do baixo no meu
rosto. Então eu pensei: 'Pô, eu sou o vocalista, eu que fico no
centro do palco! Quando eu não estiver cantando ele pode ficar ali,
mas quando eu estiver cantando esse é o meu lugar'. Coloquei então
hastes mais longas no suporte do microfone, e quando Steve chegava
perto eu o empurrava para longe”. Com a palavra, Steve Harris:
“Ele poderia quebrar o meu nariz em minutos, mas eu pensei isso
é bom, é a atitude que queremos em um frontman”. Bruce
continua: “Steve ficou furioso e gritou 'ele que se foda, não
vou sair daqui'. Rod, que estava por perto, disparou: 'Ele não vai
se foder, então acostume-se!'. Então todo mundo se acalmou”.
Os
dois dão risada dessa história atualmente, mas ela foi o início de
uma intensa rivalidade entre a dupla. “Sim, era a banda de
Steve, mas eu tinha as minhas próprias ideias, e iria fazer tudo
para convencer as pessoas a concordar com elas”.
The
Number of the Beast representou um grande passo para o Iron
Maiden. Em músicas como “Run to the Hills”, “Children of the
Damned”, “22 Acacia Avenue”, “Hallowed Be Thy Name” e na
faixa-título, o grupo finalmente soava como Steve Harris sempre
havia desejado. Em abril de 1982, o disco alcançou o número 1 no
Reino Unido. O álbum foi gravado em apenas quatro semanas e custou
28 mil libras. “Não recebemos nenhum adiantamento da gravadora.
O investimento total da EMI foi de 28 mil, e nos primeiros seis meses
o disco havia vendido 1 milhão e meio de cópias”, recorda
Rod. Nas palavras de Bruce, “o que aconteceu com TNOTB foi muito
além dos nossos sonhos mais loucos”. No dia em que o disco
chegou ao número 1, a banda foi ao Marquee celebrar, e Steve pediu a
Rod uma grana extra para pagar uns drinks para os amigos. O máximo
que ele conseguiu foi um aumento para os músicos, que passaram a
receber 100 libras por semana.
A
banda não precisava de muito dinheiro. Eles estavam em turnê até
o final do ano, vivendo em hotéis. Mas quando voltaram para casa no
Natal, receberam o seu primeiro grande pagamento. Durante o verão,
Andy Taylor e Rod Smallwood sentaram à mesa novamente com a EMI,
pois o contrato inicial de três álbuns havia expirado. A dupla
conseguiu um acordo muito melhor, incluindo adiantamento de direitos
autorais futuros e porcentagem sobre a vendas dos discos. “Nós
sempre fomos muito cuidadosos em assuntos financeiros”, admite
Rod. E o manager, finalmente, cobrou a sua comissão para a banda.
“Eles me deram uma grana preta depois que assinamos o novo
contrato”, sorri o manager. Todos os músicos compraram suas
casas. Bruce gastou metade do que ganhou comprando um lugar em
Chiswick, e quitou a sua dívida com a Sanctuary. Mas depois de
apenas dois dias em casa, o vocalista teve uma repentina mudança de
humor. “Para ser honesto, eu estava entrando em depressão. Eu
fazia parte de um grande banda, tinha um disco no número 1, havia
acabado uma turnê mundial: o que eu iria fazer com o resto da minha
vida?”. Já Steve era o oposto disso: “Eu nunca pensei
'ok, estamos no topo, é isso'. Eu sempre quis mais e mais”.
Com
o Iron Maiden lançando uma série de álbuns de sucesso e crescendo
cada vez mais, Rod Smallwood e Andy Taylor começaram a construir um
império. Em 1984, a Sanctuary passou a administrar outros artistas –
os primeiros foram W.A.S.P., Helloween e Skin – e a expandir os
seus negócios para outras áreas como a agência de artistas Fair
Warning, licenciamento, administração de carreiras e merchandising.
Andy Taylor desenvolveu um modelo de negócio 360 graus, que hoje é
usado como modelo por toda a indústria musical.
O
Iron Maiden era o motor para a expansão do Sanctuary Group. Mas o
sucesso da banda criou os seus próprios problemas. O excesso de
trabalho cobrou o seu preço. “Nós fazíamos um álbum por ano,
seguido de uma turnê mundial. Não sei onde estávamos com a
cabeça!”, reconhece Rod. No final da apropriadamente
intitulada World Slavery Tour – 192 shows entre agosto de 1984 e
julho de 1985 -, um exausto Bruce Dickinson caiu novamente em
depressão e quase deixou o grupo.
Steve
relembra a tour, e especialmente o que acontecia com Bruce: “Shows
de 2 horas, 5 dias por semana durante um ano: isso é suficiente para
deixar qualquer um maluco! E Bruce, por ser o cantor, estava
completamente ferrado!”. Mas foi apenas quando a banda começou
a compor para o disco seguinte, Somewhere in Time, que Harris
percebeu o quanto a turnê anterior havia afetado o seu vocalista.
Nenhuma canção de Bruce foi incluída no álbum. “Pensei: vou
apenas pegar o meu cheque e fazer um bom trabalho como vocalista. Mas
eu não estava feliz, precisava de mais. Eu precisava criar algo”,
conta Bruce.
No
disco seguinte, Seventh Son of a Seventh Son, Bruce Dickinson
foi muito importante, co-escrevendo quatro faixas. “Quando Steve
falou da ideia de gravarmos um álbum conceitual, eu achei
brilhante”. Revitalizado, o vocalista gravou um álbum solo,
Tattooed Millionaire, ao lado do ex-guitarrista de Ian Gillan,
Janick Gers, que mais tarde entraria no Maiden substituindo Adrian
Smith. Bruce também lançou o seu primeiro livro em 1990, The
Adventures of Lord Iffy Boatrace. Mas
Dickinson estava perdendo o interesse pelo Iron Maiden. O cantor
considerou o disco seguinte, No Prayer for the Dying,
uma piada, chegando a questionar diversas vezes os outros músicos,
enquanto estavam gravando, se eles estavam realmente fazendo aquilo a
sério.
Ironicamente,
a canção de maior destaque em No Prayer for the Dying
é de autoria de Bruce, “Bring Your Daughter … to the Slaughter”,
e deu ao Maiden a primeiro posição nas paradas em janeiro de 1991.
o álbum seguinte, Fear of the Dark,
também alcançou o topo dos charts ingleses em 1992. Porém, o
surgimento do grunge tornou aquela época especialmente difícil para
a velha guarda do rock, e quanto o Metallica redefiniu o heavy metal
com o Black Album
Bruce sentiu que o Iron Maiden estava perdido. “Eu achava
que nós deveríamos ser mais perigosos”,
lembra o vocalista.
Bruce
colocou as suas frustações para fora em seu segundo disco solo.
“Foi como um desafio. Eu quis fazer em Balls to Picasso algo
próximo do que eu estava sentindo. Eu não estava feliz em fazer
parte de uma máquina de sucesso. Entendi que a única forma de me
satisfazer era saindo da minha zona de conforto, e a única forma de
fazer isso era saindo da banda”.
O
vocalista deixou o Iron Maiden em 28 de agosto de 1993, ao final de
uma turnê pela Europa. Rod Smallwood, com a sua postura típica,
hoje enxerga algo positivo na saída de Bruce: “Quando ele me
contou, eu não gostei nada daquilo. Mas foi bom para nós. O heavy
metal estava perdendo força com o advento do grunge, e todas aquelas
bandas de hair metal da MTV tinham dado ao metal uma péssima
reputação”. Steve Harris já pensa diferente: “Foi
realmente um grande golpe quando Bruce nos deixou. Mas a nossa
atitude foi 'vamos dar a volta por cima'. Era tudo o que poderíamos
fazer”.
Bruce
foi substituído por Blaze Bayley, do Wolfsbane. Para Blaze, entrar
no Iron Maiden foi uma benção divina. Ele estava quebrado, e o
Wolfsbane estava parado desde que havia rompido com a gravadora Def
Jam, de Rick Rubin. Porém, a verdade é que Blaze nunca estava à
altura de uma banda como o Maiden. Ele era um grande frontman e uma
pessoa adorável, mas não conseguia cantar o material clássico do
grupo. E os dois álbuns que gravou com o Maiden – The X Factor
(1995) e Virtual XI (1998) – são os mais fracos de todo o
catálogo da banda.
Sem
Bruce Dickinson, o Iron Maiden amargou um longo período de vacas
magras. Com o perdão da palavra, com Blaze o Iron Maiden entrou em
declínio. Em contraste, a Sanctuary estava voando alto. O modelo de
negócio 360 graus de Andy Taylor havia dado muito certo, e ele e Rod
decidiram vender parte de sua participação na empresa, ficando cada
um com apenas 20% (hoje, o Sanctuary Group faz parte da Universal
Music). Taylor foi nomeado o novo CEO da empresa, e Smallwood ficou
responsável pelo gerenciamento de artistas.
Mas
o Iron Maiden continuava sendo a prioridade de Rod, e no final de
1998, com a carreira da banda estagnada, ele deu um ultimato a Steve:
“Até o final do dia, Blaze Bayley estará fora do Iron Maiden.
Se você construiu uma lenda com esta banda, você tem que mantê-la.
É meu trabalho como manager fazer tudo pelo melhor do Iron Maiden”.
Rod e Steve têm lembranças diferentes sobre este momento. De acordo
com Rod, o baixista a princípio foi contra o retorno de Bruce:
“Steve tem uma personalidade muito forte e pensa de uma maneira
única. Ele precisava de tempo para refletir sobre o assunto”.
Além
disso, Bruce havia ferido os sentimentos de outros integrantes da
banda. Nicko McBrain recorda: “Ele disse 'foda-se, estou fora'.
Se alguém faz uma merda com você, as coisas precisam ser
resolvidas”. Mas depois de cinco longos anos e árduos anos com
Blaze, a verdade era uma só: o Iron Maiden precisava de Bruce
Dickinson, e Bruce precisava do Maiden.
Desde
1994, quando lançou Balls to Picasso, o álbum que começou a
compor quando ainda estava na banda, a carreira solo de Bruce havia
sido prolífica, mas nada espetacular. “Eu havia vendido algumas
centenas de milhares de discos, mas quando os primeiros sinais de
fumaça começaram a vir do Maiden, meu guitarrista Roy Z falou: 'O
mundo precisa que você volte para o Iron Maiden'. Eu respondi: 'Por
Deus, Roy, você está certo!'”.
Blaze
Bayley foi chamado ao escritório de Rod Smallwood. “Eu sabia
que os meus serviços não eram mais necessários. Não tenho
sentimentos ruins a respeito disso. Eu gostava do Iron Maiden antes
de entrar na banda, e continuei gostando depois que saí”,
conta um diplomático Blaze.
Para
Bruce voltar ao Iron Maiden, Steve Harris precisou ser persuadido de
que as diferenças entre os dois deveriam ser esquecidas. Rod
convocou uma reunião em sua casa em Brighton com Steve, Dave,
Janick, Nicko e Bruce. Segundo Rod, Steve estava muito defensivo no
início. “Porque nós estamos fazendo isso? Porque podemos
gravar um grande álbum de retorno que chocará as pessoas. Eu sei
que podemos fazer isso”, disse Rod a todos. Steve foi mais
cauteloso, mas não menos direto: “Eu não quero esse retorno e
vocês conhecem os motivos. Mas os meus instintos dizem que é a
coisa certa a fazer. Bruce é realmente insubstituível”. Rod
finalizou: “O bom senso venceu”.
Essa
foi a reunião mais curta da carreira da banda, totalizando apenas
três minutos. Depois, todos foram para um bar próximo comemorar,
onde decidiram que Adrian Smith também estaria de volta, em uma
inédita formação com três guitarristas. A banda excursionou
durante 1999 tocando para grandes audiências, e em 2000 lançou
Brave New World, que ganhou Disco de Ouro em oito países. A
carreira do Iron Maiden estava novamente nos trilhos.
Porém,
em 2001 a Sanctuary começou a passar por sérios problemas, Matthew
Knowles, pai da cantora Beyoncé, havia se tornado executivo da
empresa e apostado alto em alguns artistas. Mas quando os álbuns de
nomes como De La Soul e D-12 não venderam o esperado, a companhia
perdeu muito dinheiro. A expansão americana do grupo se revelou
muito cara, e difícil. Rod: “A maior parte da empresa ia
extremamente bem – estávamos atendendo alguns dos maiores nomes da
música como Elton John, The Who, Beyoncé, Guns N' Roses, Slipknot,
Robert Plant e James Blunt, e o braço inglês da Sanctuary, através
da Rough Trade, assinou com novos nomes como Strokes, Libertines e
Arcade Fire. A aquisição da Castle nos deu um enorme catálogo de
classic rock e reggae. O problema era que, quando você é uma
companhia aberta, se você tiver um período ruim como o que nós
tivemos nos Estados Unidos, com vendas muito abaixo do esperado, o
alarme dos acionistas é ligado e a pressão aumenta. E, quando isso
acontece, todos os seus concorrentes ficam sabendo. As empresas não
querem fechar mais nada com você, porque não sabem como será o
futuro da empresa”.
Andy
Taylor nega a ideia de que a Sanctuary teve uma expansão exagerada:
“O que aconteceu é que, infelizmente, nos demos muito mal no
mercado norte-americano”. Bruce também fala sobre o assunto:
“O pior é que, analisando as coisas, as ideias da Sanctuary
estavam 100% corretas. Eu odeio usar jargões do mundo corporativo,
mas o modelo de negócio 360 graus estava absolutamente correto em
todos os aspectos. Hoje, você não pode depender apenas das vendas
de discos para sustentar uma banda. Se você está em uma banda, você
tem que estar pronto para um monte de outros compromissos, como
aparições em eventos, merchandising e afins. O conceito da
Sanctuary abrangia tudo isso”.
Em
2005, o grupo Sanctuary passou por uma grande reestruturação. No
final de 2006, Smallwood e Taylor deixaram a companhia e criaram
outra empresa, a Phantom Music, cujo objetivo era atender apenas uma
banda: o Iron Maiden.
O
Iron Maiden continua sendo um dos maiores nomes do rock em 2011. A
banda já vendeu mais de 80 milhões de discos. Mas a venda de álbuns
está longe de ser a principal fonte de recursos do grupo. Hoje o
Maiden é uma banda de turnês, com um merchandising fortíssimo, que
mantém os negócios com uma rentabilidade sempre alta. Como Rod
Smallwood explica: “Com o grande declínio na venda de discos em
todo o mundo, hoje é a venda de ingressos e de merchandising que
representa a maior parte dos ganhos de um artista. Tudo que envolve o
Iron Maiden passa pela minha mesa ou pela de Andy. Isso inclui várias
ações legais contra quebra de direitos autorais – sim, a
pirataria de produtos oficiais da banda. Para cada produto oficial da
banda, temos em média 100 ações por pirataria. Agimos com
tolerância zero nesse aspecto. Não queremos que as pessoas
prejudiquem a banda e ofereçam material de qualidade inferior par os
fãs”.
De
acordo com Smallwood, não há nada decidido sobre o futuro do Iron
Maiden após o final da turnê de 2011. Steve Harris confirmou que o
Maiden continuará na estrada até quando for possíve e a banda
estiver tendo prazer com o que faz. “Nós sempre falamos que o
Iron Maiden encerrará a carreira no topo”.
Steve
Harris e Bruce Dickinson estão aprendendo a conviver um com o outro
por um bem maior. “Eu ainda acho esse um argumento estranho, mas
as pessoas crescem. Hoje estamos mais maduros”, admite Harris.
As recentes turnês do grupo tem confirmado isso. Depois de um show
em Sofia, na Bulgária, em junho de 2007, Steve e Bruce ficaram no
bar do hotel com este jornalista, bebendo e conversando felizes sobre
o rock dos anos 70, em particular sobre um de seus discos preferidos,
Rainbow Rising. Como Harris admite: “Com as idas e vindas
de Bruce na banda, eu acho que ele aprendeu a curtir o Maiden como
nunca curtiu. Talvez todos nós tenhamos aprendido isso. E enquanto
estivermos felizes, vamos continuar”.
Depois
de fazer 55 anos em março de 2011, Steve refletiu: “A idade
mostra um outro lado. Eu lembro que quando tinha 12 ou 13 anos achava
as pessoas que usavam barbas com uma aparência de muito velhas. Hoje
eu penso o que garotos de 14 anos pensam sobre o Iron Maiden. Talvez
eles achem que somos parecidos com o Gandalf! Mas isso não importa.
Nós temos uma vida e uma carreira fantásticas. Se nós decidirmos
parar amanhã, eu posso morrer com um sorriso no rosto”.
(Por Paul Elliott, com tradução de Ricardo Seelig)
(matéria publicada originalmente na edição 159 da revista Classic Rock)
É inexplicável o que o Maiden faz com seus fãs.Deveria ser tema de estudo nas grandes universidades, como fizeram com os Beatles.
ResponderExcluirProvavelmente, num futuro próximo, O Iron Maiden será como os Beatles,será a maior referência do gênero.Quando se falar em metal, logo de cara se lembrará deles.
Ricardo, excelente texto e tradução. Acho que cabe bem a ideia que você abordou recentemente sobre a volta do Sabbath de que uma banda de sucesso é uma empresa, e como tal, deve ser administrada. Acho que no caso do Maiden, assim como de outras grandes bandas, o sucesso é o resultado de Talento + Planejamento + Trabalho árduo + Capacidade administrativa.
ResponderExcluirConcordo com você, André. Um dos pontos mais reveladores do texto, para mim, é quando o Andy Taylor fala que criou um planejamento estratégico para o Maiden no início da carreira da banda, traçando planos e metas a serem alcançados. Isso é o que se faz em uma agência de propaganda para lançar um produto, é o mesmo raciocínio.
ResponderExcluirO Maiden literalmente torceu minha cabeça quando eu tinha 13 anos. Estou com 39 e ao ver o show do Morumbi na cara do palco no ano passado senti exatamente a mesma coisa que sentia com 13: Um baita frio no estômago. Esses caras são os caras.
ResponderExcluiro problema e que o iron maiden se tornou uma banda burocratica em que as pessoas vao para o batente por obrigacao. steve harris se tornou um chefe que nao ve a hora de acabar o horario de expediente para voltar ao seio da familia. o unico membro da banda que parece "trabalhar" com prazer e o jenick.e, como nao poderia ser diferente, o resultado musical de tudo isso sao discos cada vez mais fracos...
ResponderExcluirSo vim deixar registrado que, essa materia foi levada ate o otkut, para duas comunidades, foi muito bem postada, com as devidas fotos e tambem os merecidos creditos, porem, mesmo diante de algo cacrichado e feito de fan para fan, e triste se deparar com muitos alegando que nao leram por preguiça, confesso que tive vergonha alheia ao me deparar com isso. Essa e a verdadeira geraçao "netbanger".
ResponderExcluirLer é aprender e desenvolver o cérebro. Se alguém acha um texto muito longo e se recusa a lê-lo, na boa, não vou nem ter pena do indivíduo.
ResponderExcluirestou começando a leitura deste excelente artigo. Só um detalhe. Onde está escrito "exitou" o correto seria "hesitou", não é mesmo?
ResponderExcluirMatéria tão maravilhosa e extensa quanto a própria carreira do Maiden. MUITO obrigado por traduzir um texto desse calibre, Cadão… UP THE IRONS!
ResponderExcluirQue texto bom! Botei até trilha sonora de fundo pra leitura. Muito obrigado pela tradução Ricardo! Up the irons forever!!
ResponderExcluirQue matéria incrível!
ResponderExcluirUp the irons! 🤘
Muito obrigado collectorsroom por essa materia incrivel, viva o metal, o IRON MAIDEN e a collectorsroom.
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