Black Metal: A Descendência dos Traidores


Por Filipi Pompeu
Colecionador

Atualmente, o black metal atravessa uma fase de transição: as velhas e ortodoxas raízes do norte gelado se chocam com os novos ideais e diferenças dentro do estilo que hoje se espalha pelo mundo. Os descendentes diretos da antiga ideologia acusam as inovações e os inovadores de falsos e posers, enquanto novos tipos e estilos brotam da neve, abandonando as antigas temáticas e assumindo um caráter mais genérico, mas sem comprometer as características que configuraram o black metal como ele é. Acho que, como amantes do black metal, nada é mais justo do que tentarmos entender a sua formação e expansão através do mundo. 

Podemos dividir o black metal em duas épocas (é claro, não existe um consenso em relação a isso, mas criei essa divisão pra facilitar o meu estudo): a idade de ouro, com o lançamento do álbum "Black Metal" pelo Venom em 1982, passando pela polarização da cena nos países do norte europeu (isto não é uma regra, observar Sarcófago e Mortuary Drape), pelo surto ideológico e dogmático do Inner Circle, a globalização do metal no fim da década de 80, a formação das Les Legions Noire por volta de 1992-19933 e o fim da própria em 1996-1998.
Em seguida, já no início do novo milênio, a transição se tornou mais clara, modificando conceitos e música como um todo (período de transição – Renovação). 

Podemos notar algumas bandas que atuam com mais referências nesse momento, mas também não será um consenso. É preciso tempo para alguma banda realmente se tornar consagrada no gênero, ainda mais com os antigos ideais que persistem. Todavia, vou citar algumas onde eu notei uma inovação mais aparente: Leviathan, Xasthur, Gris, Anorexia Nervosa, Marblebog, Nokturnal Mortum, Lurker of Chalice, Samael, The Axis of Perdition.

Como isso aconteceu? Como ocorreu a mudança no pensar e na música? Qual o motivo? Pra chegarmos nisso, temos que fazer uma análise do local onde tudo aconteceu com mais ênfase: a terra nórdica.Os países da região do norte da Europa se caracterizam pelo índice de desenvolvimento humano extremamente elevado, por ser uma região próspera, rica, mas também pelo seu altíssimo número de suicídios. É comprovado que uma vida sem desafios reais tende a ser depressiva e triste, porque o indivíduo não vê nenhuma função para sua existência. 

Também é fato relevante de todos nós notarmos certa insatisfação com a vida quando entramos na adolescência, idade em que a maior parte dos músicos começa a tocar seus instrumentos e formar bandas e, é claro, as brancas paisagens desoladas que, por si só, formam um espetáculo natural e misantropo. Em algum momento, esses indivíduos, influenciados principalmente por bandas de death e pelo satanismo convicto do Venom, associaram essas características à realidade onde viviam (ou onde imaginavam viver) e, usando “máscaras de guerra” (creio eu, uma influência do Kiss), criaram as primeiras bandas de black metal.  

Então, temos um estilo musical novo, onde ódio, misantropia, depressão, suicídio, satanismo e anti-cristianismo são temas comuns. Onde a música sofreu influência de outros estilos, como o heavy e o death, mas se consagrou ao criar um gênero totalmente próprio. Porque isso? Porque o que rege o mundo do black metal é primariamente a sua ideologia.


Os vocais são gritados, expressam ódio e desespero. As guitarras são distorcidas, tensas, com escalas que criam atmosferas, por vezes violentas, por vezes tristes. A bateria dando velocidade inumana e brutalidade ao todo que se apresenta. Basicamente, o black metal da antiga geração é isso. Ele foi totalmente construído em volta da sua ideologia, e não do que as massas globalizadas iriam achar; ele foi construído de forma pura, por pessoas que acreditavam naquilo que estavam fazendo, e assim foi mantido por grupos relativamente grandes na época de ouro e espalhados ao redor do globo até hoje. A ideologia surgiu antes da música, e a partir disso a música se construiu por si própria, totalmente sozinha. Os músicos são apenas vetores dessa transformação. 

Há quem diga que uma música tem seu valor por ser música simplesmente. Bom, creio que isso vá de cada um, mas o black metal é completamente diferente nesse lado. Se o black metal não é ideologia, porque toda a carga visual, musical e lírica? Porque o black metal difere tanto dos outros estilos? Dou um exemplo lógico, dentro da nossa realidade nacional: a música “Para Não Dizer Que Não Falei das Flores”, composta por Geraldo Vandré. Todo mundo conhece essa composição: “
Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não”. Ela foi feita com um ideal, o fim da ditadura e das torturas; então ela foi construída em volta de um modo de pensar. O black metal não é diferente. Quem ouve black metal sem nenhum preconceito talvez mereça a energia sonora, mas não merece a ideologia que aquilo tenta passar, e é fácil conviver com isso.Isso sempre me impressionou no black metal: a sua originalidade lírica e musical. 

Entretanto, aqui chegamos a um problema ético. O black metal é o emissor de uma mensagem que, para a nova geração, é vazia, sem sentido. A música em si não é simplesmente um arquivo virtual, ela representa algo. O músico imprimiu uma opinião ou um sentimento naquilo. É importante para ele. Então, isso deveria nos fazer sentir culpados. Talvez não estejamos dando o devido merecimento, porque aquilo não fala de sentimentos com os quais nos identifiquemos, nós só gostamos da batida e pronto. Isso é hipocrisia. O artista gastou tempo da vida dele fazendo isso e nós simplesmente ignoramos essa mensagem, ela virou mais um arquivo no iPod. 


O contraponto pode ser feito em alguns lances: músicas que representem mais de um ideal, mas nos identificamos com um só. Por exemplo: o anti-cristianismo e a natureza. Ou, então, o autor da música pode ter sido tão hipócrita quanto nós, de modo que fez a música como um modo de se galgar fama e dinheiro; logo, ela não representa nada.

Porém, com o avanço da globalização, o black metal não poderia ficar oculto nas sombras da masmorra para sempre. Tudo o que é novo e brilhante (como couro preto com rebites metálicos) atrai a atenção, principalmente se igrejas são queimadas. A popularização do black metal é culpa daqueles mesmos que o criaram. A cegueira dogmática que os guiava os levou a serem vistos pelo mundo; as portas estavam abertas e entraram infiéis. Logo, as bandas começaram a se multiplicar, mas um mínimo delas seguia a doutrina. O black metal se tornou popular, espalhou- se ainda mais pelo mundo, e o pior finalmente aconteceu: ele se tornou uma atividade rentável.

O capitalismo inexorável agarrou o black metal e se fundiu a ele, e o black metal nunca mais foi o mesmo. As bandas sobem ao palco por dinheiro, os festivais só ocorrem quando se sabe que haverá público e as gravadoras só lançam as demos quando tem certeza da relação investimento/lucro. Não podemos culpar os traidores, eles não tinham a mesma mentalidade dos pioneiros, eles viviam em outro mundo e trouxeram o capitalismo com eles na sua mudança. Além do mais, é muito mais fácil comprar instrumentos e alugar estúdios num país de primeiro mundo. No gelado norte europeu, o black metal era auto-sustentável. Mas quando ele se globalizou, a venda do estilo se tornou uma necessidade para as bandas de países menos desenvolvidos.

(A propósito, não podemos culpar nossos irmãos índios por gostar de outras culturas e até mesmo assimilar elas. A globalização destruiu e fortaleceu culturas ao mesmo tempo. Enquanto existem pessoas que se identificam com outras mitologias (sim, estou falando dos blacks), existem as pessoas que erguem e endurecem suas características raciais e locais. No caso do black metal, a associação foi feita porque simplesmente estava relacionada com o black metal. Isso ocorre com força na música e, mais uma vez usando um exemplo nacional, com o futebol. É de praxe ver fotos de pessoas do mundo todo usando camisetas do Brasil quando há jogos da Seleção na Copa do Mundo).


Essa onda de traição aos velhos costumes teve suas origens na popularização do black metal, no início da década de 90 e, excetuando o surgimento das Legiões Negras na França, em 1992-1993, essa evolução só aumenta. Aos poucos, o black metal vai sendo implementado, com novas tentativas musicais, novas influencias líricas. Em algum momento do fim da década de noventa, morria nas florestas do sul da França a última semente pura do black metal. Foi a última tentativa de se fazer black metal na velha forma, e essa tentativa falhou miseravelmente.

Assim, o black metal sofreu uma forte conturbação na década de 1990-2000. Foi o início da era psicodélica do black metal. Drogas e misturas musicais novas explodiram durante esse período, mas o black metal nunca se distanciou muito das suas raízes no todo (é importante salientar isso, o black metal ainda é ideologia). Estranhamente, a interação com o mundo externo foi tamanha que até mesmo se permitiu a formação de bandas de white metal. Usando as mesmas temáticas visuais, defendiam a cruz de Cristo e a cristandade contra o black metal (Antestor, fundada em 1991). Não sei como classificar isso senão de duas formas: ou beatismo sincero dos membros da banda ou necessidade de auto-afirmação dentro de um mundo onde floresciam novas idéias. Não sei, mas é um ótimo exemplo de como o black metal se transfigurou até mesmo numa forma ideologicamente oposta.

Atualmente estamos no meio dessa explosão de estilos, e os radicais antigos atacam aqueles que são filhos da nova geração, reafirmando o que sempre foi afirmado por eles. Eles são muito, muito importantes para nós (me considero da nova geração). Na verdade, só somos completos quando eles vem nos lembrar dos ideais do passado. Não podemos negar que o que ouvimos hoje foi invenção deles, podem parecer irracionais no que falam, mas as bandas que tocam em nossos MP3 tem seus fundamentos nas bandas antigas da cena, que acreditavam no que estavam fazendo. Só porque Fantoft Stave foi queimada e Euronymous assassinado que nós conhecemos o black metal. Eles fazem parte do mesmo grupo que nós, só que pensam no black metal com o purismo de como ele era. Eles pararam no tempo. E a verdade é essa: quem quebra os dogmas do black metal é um descendente dos traidores que entraram com as inovações. O novo black metal, necessariamente, não é black metal. Na forma mais simples de se entender: somos descendentes dos traidores.

Mas o mundo gira, o black metal tende a evoluir mais e mais, conforme o tempo, e devemos nos sentir felizes de poder acompanhar isso, porque não deixamos nosso espírito se curvar sobre o que não faz sentido na nossa realidade. Eu amo black metal, amo as bandas antigas e amo as bandas novas. Não ouço só black metal, mas o black metal é o meu chão. Se isso vai mudar, eu não sei, mas sou isso hoje.

Respeito aos velhos ancestrais do norte! Respeito às novas bandas que surgirão!

Comentários

  1. gostei muito do texto, eu também fui atrás do maior número de informações sobre a época áurea do Black Metal que pude achar...
    aí ficou uma dúvida...pelo que pesquisei, Euronymous me parecia ser uma pessoa a procura de sucesso a qualquer preço, ou seja, antes da ideologia ele queria a fama...e fez tudo para atingir isso...o.O
    pelo que li, Euronymous ele era fã de música eletrônica...

    valeu Filipi!

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  2. Lay Down Your Souls To The Gods Rock´n´Roll
    Black as Night!!! Metal Forever!!!
    sem mais palavras. O Black Metal foi a última grande revolução do Rock / Metal

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  3. EI!!! O VENOM NUNCA FOI SATANISTA CONVICTO.NA ÉPOCA QUE A BANDA PRODUZIU VERDADEIROS CLÁSSICOS (WELLCOME TO HELL,BLACK METAL POSSESSED,ETC..)"CRONUS" CONRAD LIDER E VOCALISTA ERA UM EXCELENTE PAI DE FAMILIA E JUNTO COM A MESMA SEMPRE QUE PODIA NOS FINAIS DE SEMANA FREQUENTAVA IGREJAS CATÓLICAS (SUA RELIGIÃO).A TEMÁTICA DA BANDA FUNCIONAVA COMO UMA FANTASIA (HISTÓRIA DE TERROR)E NÃO COMO IDEOLOGIA(NUNCA ALGUM MEMBRO DA BANDA FOI VISTO PRATICANDO MAGIA NEGRA,NEM PROPAGANDO IDÉIAS SATÂNICAS FORA DO PALCO OU ATIVIDADES EXTRA BANDA).
    QUANDO AS BANDAS NÓRDICAS COMO VÇE BEM DISSE,FORMADA POR ADOLECENTES (IDADE PRÓPRIA PARA SENTIMENTO DE REBELDIA)VIVENDO EM PAÍSES BEM DESENVOLVIDOS SÓCIO-ECÔMICAMENTE(SEM VIOLENCIA,POBREZA,FOME,CORRUPÇÃO,DESEMPREGO,ETC..)NÃO TINHAM MUITO COM QUE PROTESTAR E INTERPRETANDO ERRONEAMENTE BANDAS COMO O VENOM(DA QUAL SOFRERAM INFLUÊNCIA)E VALORIZANDO O PASSADO PAGÃO DO POVO NÓRDICO, ELEGERAM O CRISTIANISMO COMO BODE EXPIATÓRIO,COM LETRAS E ATOS QUE VALORIZAVAM A VIOLENCIA,A INTOLERANCIA A CREDOS E CRENÇAS,E DESRESPEITO A LIBERDADE INDIVIDUAL DE CADA PESSOA( ESPANCANDO,ASSASSINANDO,QUEIMANDO E DESTRUINDO TEMPLOS RELIGIOSOS,ETC..).JÁ ESTAVA NA HORA DE BANDAS DE BLACK METAL(ESTILO QUE TEM UMA SONORIDADE LEGAL DEMAIS) QUE SURGIRAM E ESTÃO SURGINDO NESSE NOVO MILÊNIO,APRESENTAREM LETRAS E MENSSAGENS DE MELHOR PROVEITO PARA OS TEMPOS ATUAIS E NÃO AQUELAS IDÉIAS BABACAS E IMBECIS DOS PIONEIROS DO BLACK METAL NÓRDICO.

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  4. Muito boa essa matéria.Não sou um grande fã de Black Metal, curto mais Thrash,Death e Power, mas admiro muito um fator presente nas antigas e nas novas bandas de Black Metal, elas mudam a forma de tocar mas a ideologia se mantém a mesma!!!

    Continue publicando matérias desse porte!!!

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  5. Cara...esse texto foi uma punhetagem sem sentido

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  6. Legal pensar no percurso do black metal, principalmente porque nunca é ruim lembrar que, diferente de muitos gêneros musicais, ele tem a ideologia como principal aspecto (o que só depois levou a um gênero sonoro bem definido). Mas pra pensar no futuro do black metal acho interessante pensar no caminho que várias pessoas ligadas a ele tomaram. Por se tratar de um estilo que tem uma forte ligação entre todos seus elementos (som, imagem, letras), ele foi naturalmente para caminhos mais experimentais (e de outro lado só se reforçou a ideologia e a ignorância). O resultado disso são as várias bandas ou membros de bandas, como o samael (industrial), ihsahn (com seu estilo muito pessoal progressivo e erudito), O próprio Mayhem (no seu último album "anti-música"), Pecattum (Avant-Garde Rock), Attila Csihar (post-rock, avant-garde, drone doom) e outros, envolvidos em um lado até mais "artístico" da música extrema, que com certeza, de uma forma ou de outra, ajudaram a mudar e guiar a evolução desse estilo.

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  7. Legal o texto, eu como black metaler considero justa a afirmação de que as novas bandas são como traidoras do estilo, veja o dimmu borgir, eles mesmo ja disseram que não são uma banda de black metal, e o cradle of filth que pra mim é a maior piada do metal, realmente considero bandas assim uma afronta ao black metal de verdade, pra mim na atualidade, uma das poucas bandas que se podem chamar de true norwaygian black metal é o immortal, eles sim são uma banda que realmente pode-se chamar de black metal de verdade.Infernal Hail's

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  8. Muito bom. Não sou grande fã do estilo e ouço algumas bandas de forma regular.

    Também vou procurar mais sobre o Black Metal. Gosto de saber sobre cada vertente do Metal e o Black Metal é o que menos sei.

    Abraço

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  9. Sincermente, os seus argumentos são válidos (álias excelente escrita meu caro) porém o seu ponto de vista é ambíguo, afinal, você deveria discutir a ideologias como satânismo, o pagnanismo, ocultimos etc, para discutirmos a dita transição do estilo, pois nem cristãos se entendem e foram criado diversos tipos de cultos onde cada um se acha o correto para atingir o "paraíso".
    Agora imagine um cara que prega o ódio. Nenhum culto, qualquer que seja prega que as pessoas se tornem infelizes, os caras criam um esteriótipo rídiculo de infelicidade, e nós como alvos da mídia aceitamos isso como legal, na boa então somos todos uns Emos!
    Como adoro black metal, e acredito na ideologia do satanismo em partes acho que cada um deve procurar o que acha melhor, e que se foda esses rídiculos que se acham true, eu ouço o que gosto e tenho condições de discutir sobre, se as outras partes não tem, meus pesâmes, não vou perder o meu tempo com elas. Creio que ninguem deveria.
    Abraços

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  10. XASTHUR É EXCELENTE MAS NAO É TÃO INOVADOR ASSIM, MUTIILATION JA FAZIA O TIPO DE SOM QUE O XASTHUR FAZ 10 ANOS ANTES

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  11. RETIRO O QUE EU DISSE, XASTHUR É BASTANTE ORIGINAL SIM, DEVE TER INFLUENCIA DO MUTIILATION, MAS É MUITO ORIGINAL, EU VIAJEI NO COMENTARIO

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  12. Gostei muito dos comentários. O texto do Filipi é muito bom, e falar e discutir sobre a música, principalmente um estilo como o black metal, é uma das coisas que mais curto fazer.

    Parabéns, e vamos nessa!

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  13. Gostaria de agradecer a todas as pessoas que leram e comentaram meu texto. É muito bom ver que existem fãs dispostos a conversar e refletir sobre o black metal, e isso é muito importante, perguntar o por que que fazemos certa ação, é um passo pra nos tornarmos mais conscientes de nós mesmos, e a discussão sobre isso é um grande avanço para a cena como um todo.
    Além disso, os comentários só servem pra ampliar o que todos nós sabemos sobre black metal, existem alguns erros que eu cometi, por realmente desconhecer os traços íntimos das bandas e dos integrantes das próprias, e os comentários ao texto estão completando isso! Cara, isso é muito bom mesmo!!!
    Eu gostaria de responder a algumas réplicas do pessoal que leu, e salientar um ponto que não deve ter ficado muito claro: O primeiro comentário (anônimo), e o comentário do José Henrique. Todos os membros certamente tinham uma vida moral e cívica dentro dos padrões sociais da nossa época, então pra poder se enquadrarem dentro do pensar do black metal criaram alter-egos. Por exemplo: A pessoa que gostava de música eletrônica era Øystein Aarseth, e não o Euronymous e o pai de família que frequentava a igreja e tinha uma banda com motivos satanistas era Conrad Lant, e não o Cronos.
    Por isso o black metal usa alter-egos, é só uma manifestação pessoal dentro de um gosto que não seria lá muito bem recebido no grande público.
    O comentário do Edson Hillios realmente pode dar assunto pra um novo texto. É fato, a desconstrução das ideologias presentes dentro da cena vai tornar a transição do antigo black metal pro novo muito mais palpável... é algo bastante interessante a se pensar.

    Muito obrigado a todos, mais uma vez pelos comentários. Vocês, leitores, pensadores e questionadores, vocês fortalecem a cena!!!

    Hail!

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  14. Quando eu cheguei ao final do texto entendi o porque de tanta babozeira, o autor se diz da "nova geração". Só de Black Metal eu tenho quase 25 anos e poucas vezes li um texto tão pobre sobre um determinado assunto. O autor simplesmente generalizou dizendo q o Black Metal virou motivo de buscar uma renda. Conheço várias bandas do início deste século q possuem a mesma ideologia das pioneiras.Se vende quem não encara o Black Metal com respeito e seriedade. O verdadeira ideologia nunca muda. 90% das pessoas q gostaram desse texto escreveram "não sou grande fan do estilo", resumindo, está falando de algo que não conhece profundamente.Procurem conhecer bandas como OldThrone, Warforged ou Malthron (todas brasileiras) e vcs verão q o tempo não apaga a verdadeira ideologia de quem possui no coração o verdadeiro Black Metal. Para mim essas bandas "modernas" dentro do estilo nunca serão Black Metal, não passam de piada. VIDA LONGA AO VERDADEIRO BLACK METAL, VIDA LONGA À VERDADEIRA IDEOLOGIA!!!!!

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  15. Este comentário foi removido pelo autor.

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  16. Obrigado pelos comentários amigos trues. Vocês acabam de dar um vivo exemplo do lado radical e intolerante do black metal. E a propósito, onde eu disse que TODAS as bandas se vendiam?

    Seus comentários odiosos e radicais sempre serão bem vindos para ilustrar a minha proposta, embora eu não tenha saco pra ficar respondendo as infantilidades de alguém com 25 anos de black metal e ainda não se deu conta que vive num estado de autismo permanente.

    Obrigado por criarem meu estilo de música preferido!

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  17. Muito bem escrito. Parabéns pelo post. Agora, pessoalmente, acho que o Black metal está com os dias contados. A banalização acabou com o estilo, e parece que o tiro de misericórdia foi dado recentemente por um dos ícones do movimento, ao assumir seu homosexualismo. Era o que faltava pro estilo perder totalmente a credibilidade. E de fato, tenho visto o fim de muitas das bandas nacionais, algumas até com nível mundial. É triste viver no meio de uma sociedade hipócrita que só vê os pontos negativos e só sabe por defeito nas bandas de nossa pátria.

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  18. Interessante, mas não me pareceu lógico, um estilo de música é único na sua época para seus ouvintes, mudanças sempre terá, nunca se apreciára o mesmo para sempre, é de nossa natureza.

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  19. Alguem citou musica eletronica ae,nao so o Euronymous,mais Oslo inteiro segundo Fenriz falou ,escutam musica eletronica,inclusive o Fenriz e' DJ,o Varg era um grande fan do estilo tbm,frequentava ate boates!
    E muitas das historias publicadas pela midia e' mentira,os caras nem praticavam nada,nem viviam nada daquilo ali,eles mesmos falam isso nas intrevistas atuais.
    Acho que esse texto ficou meio vazio quando entra na parte das mudancas das bandas,Black Metal sempre foi um campo aberto a criatividade e na mesma epoca que ele estava surgindo,surgiram bandas de Viking Metal como Enslaved e outras q misturavam diferentes elementos da musica como folk,psicodelia etc,como e' o caso do Ulver,Arcturus,Borknagar etc Outra coisa e' que o Black Metal noruegues se vc pegar o som deles no inicio dos anos 90 quando eles adquiriram uma sonoridade mais propria vc pode observar que a influencia foi do Bathory ,porq a sonoridade e' bem parecida,Venom fez um disco chamado Black Metal,mais a sonoridade dele nao tem nada a ver com o Black Metal feito na noruega,ja o Bathory sim,por isso acho que o Bathory foi o pai do Black Metal noruegues!
    O corpse paint foi influencia direta de Destruction,Sarcofago,Alice Cooper,Kind Diamond.
    Eu acho que esse blog aqui e' exatamente como as bandas que trairam o movimento,esta aqui para ganhar popularidade e divulgar "destruir" mais ainda a imagem do Black Metal com ideias fundamentadas em pesquisa de midia!!!
    E' preciso mais de 10 anos para entender a essencia do mesmo,essa geracao 2000 que estragou o Black Metal!!

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