Hardão 70: Flower Travellin´ Band


Por Marcos A. M. Cruz
Colecionador e Editor do
Whiplash! Rock e Heavy Metal

"Satori" é uma palavra japonesa que se refere ao momento em que o praticante de zen consegue atingir a iluminação, geralmente através da prática da zazen (espécie de meditação sentada) ou dos koans (parábolas ou paradoxos aplicados pelos mestres zen aos seus discípulos, para que estes cheguem até a verdade transcendental que está para além das palavras e das conceptualizações mentais). "Satori" é uma experiência única e individual. Uma vez atingida a "satori", consegue-se entender também a essência da zen, a qual passa a ser praticada 24 horas por dia, sendo que o próprio ser passa a ser zen e a zen integra-se no ser (adaptado de texto extraído do livro Noites Zen do Ankh).

Até o final dos anos noventa eu mantinha uma ignorância completa em relação a bandas de rock nipônicas dos anos setenta. Achava que o gênero, principalmente na sua vertente mais pesada, não tivesse florescido por lá tal qual em outras partes do mundo, já que só conhecia a Far Out / Far East Family Band, combo progressivo de onde sairia Kitaro (sim, aquele mesmo).


Eis que um belo dia um conhecido me mostra o único registro do Food Brain, um ensandecido quarteto que me fez desconfiar que devia existir mais alguma coisa interessante no quesito hardão setentista daquela época lá na terra do sol nascente, embora neste trabalho o grupo tivesse uma pegada um tanto quanto jazzística. Coincidentemente, pouco tempo depois começaram a pipocar discos de bandas que até então me eram desconhecidas: Apryl Fool, Flied Egg, Strawberry Path, The Mops, Speed Glue & Shinki, Mueasaki, etc. Mas nesta leva vinda do Japão digamos que elegi como sendo meu preferido o pessoal do Blues Creation.

O grupo teve diversas formações e abreviou seu nome para Creation em meados dos anos setenta, deixando para a posteridade um fantástico trabalho ao vivo, muito mal editado (os intervalos entre as faixas parecem ter sido cortados por um facão cego) porém com boa qualidade de som para a época, onde literalmente põe abaixo a platéia em um festival de 1971! Mas o que todos estes conjuntos fizeram - tal qual rolou praticamente em todo o mundo - foi copiar o que as bandas inglesas e americanas vinham fazendo, alguns com um pé bem fincado no psicodelismo (caso do The Mops), outros no blues (o próprio Blues Creation) e aqueles que imitaram na cara dura grupos famosos (Murasaki, espécie de clone nipônico do Deep Purple).


Por isto, apesar de tencionar escrever sobre o Blues Creation, concluí que deveria falar primeiro sobre a Flower Travellin´ Band, que lançou um excelente álbum (Made in Japan) e outro de proporções colossais, chamado Satori, o único disco que tenho notícias que conseguiu mesclar com maestria o som pesado da época com influências de música tradicional japonesa!

Alguns com certeza dirão que se trata de exagero de minha parte, mas não sou só eu quem pensa assim. Diversos artigos na internet enaltecem este álbum. Julian Cope também escreveu um excelente texto sobre o disco inicialmente para o site headheritage.co.uk, e que mais tarde foi revisado, ampliado e publicado em seu livro dedicado ao rock japonês, JapRockSampler.

Paradoxalmente, desencavar informações sobre a Flower Travellin´ Band demonstrou ser um trabalho hercúleo. Cheguei a usar um tradutor de japonês e passei vários dias googleando, copiando e colando tudo que achava que pudesse ter alguma relação com a FTB, sem obter muita coisa concreta, apenas informações perdidas sem nenhuma conexão entre si. Well, vamos lá!


Yuya Uchida começou sua longa carreira artística no final dos anos cinquenta, e na década seguinte lançou alguns compactos e álbuns onde se dedicava a reinterpretar clássicos do rock, principalmente de Elvis Presley e dos Beatles, até que em 1967, durante uma viagem à Europa, toma contato e se encanta com artistas como Cream, Jimi Hendrix e The Who.

De volta ao seu país resolve formar uma nova banda, chamando Hiroshi Chiba e Remi Aso para dividir os vocais, juntamente com Katsuhiko Kobayashi na guitarra, Ken Hashimoto no baixo e George Wada na bateria. A estréia do grupo, que a esta altura do campeonato havia sido batizado de Yuya Uchida and The Flowers e já vinha angariando uma certa fama nos clubes locais, ocorre com o compacto "Last Chance", lançado no início de 1969, que traz no lado A a canção homônima e "Flower Boy" no lado B, nenhuma das duas aparecendo no LP que seria lançado alguns meses mais tarde, Challenge.


O álbum é composto de uma canção instrumental de autoria própria chamada "Hidariashi No Otoko" e nove releituras - coisas como "Combination of the Two", "Summertime" e "Piece of My Heart" de Janis Joplin; "I'm So Glad" e "White Room" do Cream e "Hey Joe" e "Stone Free" de Jimi Hendrix, todas em versões um tanto quanto embebecidas em ácido, mas nada que não tenha sido feito naquela época. Unusual mesmo - ainda mais no Japão, creio eu - é a capa, que traz seis sujeitos e uma garota nua, ainda mais ao constatarmos que está faltando alguém, já que nos créditos do disco constam apenas seis integrantes, conforme consta no parágrafo anterior.

Existe ainda uma compilação chamada Rock N'Roll Jam '70, gravada ao vivo em um festival e que traz no lado B do disco algumas faixas do grupo, e que apesar de ter sido relançada em CD em meados dos anos noventa eu até hoje não consegui nem a original, tampouco uma cópia. 


Por algum motivo que não consegui apurar, após lançar mais um compacto chamado "Fantastic Girl" com outras duas músicas não constantes no LP, o Flowers literalmente se desmancha, e Yuya resolve montar uma nova banda, onde passaria a atuar apenas nos bastidores, passando a ser o produtor e uma espécie de mentor intelectual da coisa. Do antigo grupo aproveita apenas o baterista George Wada, e chama Jun Kozuki para o baixo, Hideki Ishima para a guitarra e Joe "Akira" Yamanaka para o vocal.

O primeiro registro do quarteto se trata de uma verdadeira epopéia com quase meia hora de duração chamada "I'm Dead", repleta de experimentalismos, no que seria uma espécie de Krautrock jam session, algo mais ou menos na linha do que bandas como Can e Amon Dull começavam a produzir a milhas de distância!


O resultado não agradara Yuya, tanto que só viria a público décadas mais tarde, com o lançamento do From Pussies to Death in 10.000 Years Freak Out!, bootleg que apesar de ser creditado somente a FTB traz também material registrado na época dos Flowers - incluindo uma versão interessantíssima de "How Many More Times" do Led Zeppelin numa levada um tanto quanto funkeada. 


From Pussies to Death in 10.000 Years Freak Out! foi lançado somente em LP, portanto achar uma cópia se trata de algo bastante difícil, até que em 2002 aparece no mercado uma edição digital sob o nome Music Composed Mainly by Humans, que também traz a épica "I'm Dead", acrescida de material inédito que seria registrado nos meses seguintes, principalmente da época em que Yuya decide então experimentar o tecladista Kuni Kawachi, que havia tocado em uma banda chamada The Happenings Four, e com isso o quinteto registra uma série de canções com um apelo um pouco mais pop/progressivo (cortesia da influência de Kuni), que mesmo assim acabam por não agradar Yuya, sendo no fim das contas o projeto deixado de lado.


As gravações deste período sairiam algum tempo mais tarde, creditadas a Kuni Kawachi to Kare no Tomodachi, no disco que é conhecido por alguns como Kirikyogen, canção que abre o trabalho. 

Alguns meses depois, de novo reduzido a um quarteto, a FTB retorna ao estúdio e é decidido que seriam reaproveitadas duas idéias do finado Flowers; em primeiro lugar seriam registradas apenas releituras, dentre elas a tradicional "House of the Rising Sun", aqui em uma versão folky-lacrimosa de Joe; "21st Century Schizoid Man" do King Crimson, transformada em uma inusitada canção de mais de treze minutos de puro jazz rock; e "Black Sabbath", primeira releitura da faixa que deu origem à banda de Iommi e cia que se tem notícia, conforme mencionado no FAQ do site oficial do Black Sabbath.


Em segundo, a capa do Anywhere traz os caras rodando de moto em uma estrada, no que seria uma alusão à liberdade de seguir para qualquer lugar, liberdade tamanha que novamente todo o pessoal estava pelado!  No artigo de Julian Cope há uma citação que não fica clara se seria de Yuya ou se trata de uma intervenção poética do autor, onde se diz: "Sure, we’re still Flowers but now we’re a travellin’ band like the Creedence man said. Naked? Sure, we’re still naked and free but now we’re naked on low slung easy rider choppers cruising the highways of uptight Japan. Destination? Anywhere!" ("Sim, ainda somos os Flowers mas agora somos uma banda itinerante como diz aquela canção do Creedence. Nus? Certamente, ainda estamos despidos e livres, mas agora estamos nus em nossas motos sem destino cruzando firmemente as rodovias do Japão. Destino? Qualquer lugar!").

Caso a história terminasse aqui eles passariam para a posteridade como um bando de japoneses malucos que adoravam andar sem roupa e gravar releituras, mas o melhor ainda estava por vir!


Reza a lenda que um belo dia Yuya surgiu com a idéia de que trabalhassem em um material mesclando a tradição japonesa com a música pesada ocidental - Black Sabbath seria a principal influência. Daí o vocalista Joe teria sugerido que fizessem um álbum baseado no conceito do "satori", descrito no início deste texto, e o resultado foi o disco homônimo, dividido em cinco suítes sob o nome "Satori I", "Satori II", "Satori III", "Satori IV" e "Satori V", cuja sonoridade é muito difícil de ser descrita - imaginem uma espécie de hardão psicodélico recheado de riffs a lá Black Sabbath com pitadas de krautrock, em canções que são verdadeiros mantras com andamentos cadenciados, ora emulando um pouco de música folk japonesa, ora o que viria a ser conhecido futuramente como "doom", em alguns momentos misturando tudo isto com o british blues, criando uma atmosfera mística e lírica, agonizante e confortadora ao mesmo tempo.

Justiça seja feita: um dos grandes responsáveis pelos climas do Satori é o guitarrista Hideki Ishima. Seus riffs certeiros, solos precisos e bases marcantes fazem com que o ouvinte literalmente viaje a um lugar e tempo não definidos, onde samurais tocam guitarra e cantam sobre a "iluminação". Satori obteve um bom êxito local, apesar da tendência do público japonês aparentemente ser de intolerância em relação ao produto local no quesito rock pesado, dando preferência ao que vinha de fora, hábito que se solidificaria ao longo dos anos, vide a quantidade de bandas ocidentais que até hoje são aclamadas por lá.

As edições posteriores do Satori trazem uma faixa adicional chamada "Map", que foi editada originalmente em um compacto antes mesmo do lançamento do LP, assim como outro compacto trazendo somente "Satori II".


Aparentemente a FTB nunca tocou na Europa e muito menos nos EUA, mas sabe-se lá por qual motivo em 1971 os caras foram parar no Canadá, onde Satori chegou a ser editado com capa e seleção de faixas diferentes: as três primeiras partes de "Satori", "Kamikaze", "Hiroshima", "Unaware", "Gimmie Air" e "Lullaby", ou seja, uma espécie de coletânea do álbum Satori e do seguinte, Made in Japan. O curioso é que o Made in Japan só seria lançado no Japão em 1972, ao passo que aparentemente a tal compilação canadense é datada de 1971, e não faço a mínima idéia de onde saiu a última faixa ("Lullaby"), pois não aparece em nenhum outro álbum da FTB, tampouco em lados-B de compactos (em tempo: "Gimmie Air" aparece na edição japonesa do Made in Japan sob o nome "Aw Give Me Air").

Mais curiosa ainda foi a informação que obtive nas minhas andanças pela internet, após visitar o site de um grupo canadense chamado Chrome, onde consta que um de seus integrantes, John Lambdin, seria o único com experiências musicais anteriores, tendo tocado com ninguém menos que a FTB!  Quem quiser conferir, é só ler a história da banda. Eu presumo que o sujeito tenha tocado ao vivo com o conjunto durante a tal turnê pelo Canadá, deve ser isto.


Embora não seja tão impactante quanto seu antecessor, Made in Japan é outra verdadeira pérola perdida, talvez até um pouco mais dark e pesada, e liricamente bem mais cru, já que ao contrário de Satori, ao invés de abranger um tema talvez um tanto quanto abstrato, aqui as canções são explicitamente pé no chão, e boa parte do disco se dedica a expurgar a dor e sofrimento pelo qual passou a geração pós-guerra, como fica patente no título de duas canções: "Kamikaze" e, principalmente, "Hiroshima".

Esta última, cuja letra retrata a tragédia ocorrida no final da Segunda Guerra ("
Once upon a summer day / in their midst, a mushroom grew / they never saw, they never, never knew / they're walking on the street / making shadows on the wall / they're sitting on the steps / melting into the stone / children of the mushroom (3x) / aren't we all, aren't we all"), foi construída sobre a mesma parte rítmica da introdução de "Satori part.3", espécie de mantra que gerou uma situação extremamente curiosa, que relatarei mais abaixo.

Neste ponto a trajetória da banda fica um tanto quanto confusa. Algumas fontes dão a entender que eles retornaram ao Canadá, mas é fato que no final de 1972 eles andaram tocando pelo Japão, tanto que tenho uma gravação creditada apenas como tendo sido realizada no Hibaya Open Air em 13 de agosto de 1972, que cheguei a colocar num site de torrents pra ver se aparecia alguém com maiores informações, mas apesar de alguns japoneses terem me agradecido pela oferta (todos surpresos pela existência da gravação, que eu consegui com um cara na Alemanha!), ninguém soube me dizer maiores detalhes. Entretanto, é incontestável que a banda continuava mandando ver, já que apesar da péssima qualidade de som (gravado da platéia) o vocalista Joe e o guitarrista Hideki estão ali no palco marcando presença de forma marcante.


Mas não é isto que acontece no derradeiro trabalho do grupo, Make Up, lançado em 1973. Apesar da edição original do LP duplo (o CD também é) ser muito bonita e luxuosa, pois vinha envolto em uma pequena mala como pode ser visto acima, o conteúdo deixa muito a desejar se comparado com os dois antecessores. Na realidade, o disco se trata de uma mescla de material inédito de estúdio e gravações ao vivo realizadas no Yokosuka Cultural Center em setembro de 1972, incluindo uma energética versão de quase 25 minutos de "Hiroshima" com direito a solo de bateria e o escambau, em minha opinião disparada a melhor coisa do álbum!

O problema é que nos registros de estúdio a FTB soa como se fosse outra banda, totalmente diferente da que registrou Satori e Made in Japan, e nem a adição do velho conhecido Kuni Kawachi nos teclados, que aparentemente fica tentando soar como se fosse Jon Lord, consegue salvar as composições, um tanto quanto desinspiradas. Desânimo? Quem sabe esta tenha sido a causa do fim do grupo, que se desintegrou no início de 1973.

Não consegui descobrir o paradeiro do baixista Jun Kozuki, cujo nome aparece em alguns lugares como sendo Jhun Kowzuki. O baterista George Wada, também creditado como Joji Wada, aparentemente também desistiu da carreira artística, mas tocou em uma espécie de recriação de Satori em um evento realizado em 19 de setembro de 1998. Kuni Kawachi também gravou alguns discos, inclusive com a participação do guitarrista Hideki, e nas minhas pesquisas descobri que há um astrólogo homônimo, pelo visto bastante famoso no Japão - ou seria a mesma pessoa?


Hideki Ishima se aprofundou nos estudos da cítara, e gravou/participou de vários discos posteriores, tendo se tornado um músico bastante respeitado. Quando comecei a redigir esta matéria, achava que o primeiro integrante da FTB a lançar um disco solo teria sido o vocalista Joe, mas descobri que a primazia coube ao guitarrista, com um álbum solo chamado One Day, editado em 1973, sobre o qual eu nunca tinha ouvido falar até me deparar com o relançamento em CD no catálogo da Freak Emporium, onde inclusive consta a capa.

Falando no Joe, em 1974 ele lança o tal solo com a participação de Hideki, primeiro de uma série de álbuns que gravaria em sua longa carreira; posteriormente ele produziria/registraria discos de reggae, gênero pelo qual viria a se apaixonar. Algumas fontes ainda afirmam que ele teve uma breve passagem pelo Far Out, embora não tenha deixado nada registrado.


Joe é um artista bastante conhecido no Japão, tanto que já em 1975 é editada uma compilação chamada Times, creditada a Joe with Flower Travellin´ Band, e no decorrer dos anos ele excursionou com frequência pelo seu país natal - em uma destas turnês teve o auxílio de Tony Levin (King Crimson). Ainda em 1975 Joe subiu ao palco com Felix Pappalardi (Mountain) durante um festival realizado em Tokyo produzido e organizado por Yuya Uchida, e algumas gravações deste evento (principalmente a de Jeff Beck) circulam por aí. Ele tem um site oficial, pouquíssimo informativo, que sequer menciona sua incursão no cinema em vários filmes, como em Ulterior Motives de 1992, lançado no Brasil somente em VHS sob o título de Caçada Internacional, onde Joe Yamanaka faz o papel de ... Joe Yamanaka! 

Mas detentor de uma carreira cinematográfica bastante ativa é Yuya Uchida, que antes mesmo de Joe, ainda nos anos sessenta, vem atuando nas telas do cinema. Dentre os filmes mais famosos que participou estão
Black Rain (Chuva Negra), onde no papel do inspetor Nahida Fake contracena com Michael Douglas e Andy Garcia, e Merry Christmas Mr Lawrence, conhecido no Brasil sob o título de Furyo - Em Nome da Honra, com David Bowie interpretando o personagem principal e Yuya o comandante de uma prisão militar. 

E ambos trabalham juntos em um filme de 2002, cuja trilha sonora é nada menos que o Satori tocado na íntegra: Deadly Outlaw Rekka, cujo título em inglês é Violent Fire e se trata de uma história de vingança envolvendo a temida Yazuka, cujo enredo é muito interessante, já que usa as músicas do álbum como estrutura para o andamento - o filme começa com um assassinato, emoldurado pelo agudo que Joe solta no início da primeira faixa. Quem sabe um dia isto sai no Brasil?

Existe um tributo a FTB feito por bandas japonesas - na realidade um EP com seis faixas, mas pelo visto é meio obscuro, já que a única referência que encontrei foi no site da Amazon do Japão. E uma espécie de homenagem à banda foi feita por uma espécie de superbanda nipônica formada por integrantes do Ghost e outros, que chegou a lançar em 1999 um álbum chamado Help Your Satori Mind.

Porém, o fato mais bizarro de todos foi constatar que o Marduk, um respeitado grupo de black metal, usou um trecho de "Satori Part 3" em uma composição chamada "Summers End", lançada no disco
La Grande Danse Macabre, de 2001!  Pode ser que eles tenham se inspirado na recriação que a própria FTB fez deste trecho em "Hiroshima", ou de repente pode até ser que se trate de uma composição erudita que eu desconheço, o fato é que nos créditos do CD consta apenas os nomes de dois integrantes: "Music: M. Steinmeyer Hökansson/ B.War e lyrics by M.S.H."


Nota do editor: a Flower Travellin´ Band voltou à ativa e lançou em 2008 o inédito We Are Here, com o line-up sendo formado por Hideki Ishima (guitarra), Jun Kobayashi (baixo), Joji Wada (bateria), Joe Yamanaka (vocal) e Nobuhiko Shinohara (teclados). Ainda não ouvi, então se alguém já escutou por favor divida com a gente o que achou.

Comentários

  1. Boa matéria. Recentemente teve uma ótima cobertura do Flower Travellin' Band na Poeira Zine. Ali tem muita explciação (se não me engano até o por que a banda foi parar no Canadá).

    Outra grande banda japonesa, mais recente (anos 80/90) é o Ars Nova. Quem puder, comece pelo disco Android Domina (com as japonesinhas lésbicas) e se delicie com um baita grupo. Mas claro, igual a Flower não existe. Satori é um marco principalmente pela inovação. Gosto muito do Make-Up também. O live é incontestável e o Anywhere, apesar dos overs, é uma pedrada (bem como o Challenge), mas o Satori possui um clima que é impossível de ser encontrado em qualquer outro álbum, não só pela guitarra, mas pelo voal totalmente ensandecido. Parabéns!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.