Soilwork - The Panic Broadcast (2010)


Por Ben Ami Scopinho
Colecionador
Whiplash! Rock e Heavy Metal

Cotação: ****

O fato de o Soilwork investir em uma sonoridade cada vez mais moderna ao longo dos anos, e que culminou no apenas bom Sworn to s Great Divide em 2007 – que já não contava mais com a presença do guitarrista e então principal compositor Peter Wichers – fez com que se acentuassem as críticas em relação à banda. Os suecos alcançaram o sempre cansativo e competitivo mainstream, mas as perspectivas não pareciam ser tão boas assim.

Pois bem, para o lançamento de The Panic Broadcast, o Soilwork novamente conta com os serviços de Wichers, que por sua vez agora divide as guitarras com o novato e francês Sylvain Coudret, dupla que injetou um importante fôlego nesta área, com riffs encorpados e repletos de groove. E, talvez com o sentimento de que precisasse provar algo a alguém, com esse novo álbum a banda procurou oferecer uma espécie de resumo de sua carreira, inclusive com o bom e velho aspecto brutal devidamente reintroduzido em várias faixas.


Mas a realidade é que, mesmo assim, a natureza sonora do Soilwork não mudou tanto assim. A tônica modernosa que fez com que se distanciassem do chamado death metal melódico, que virou produto de exportação da Suécia, continua sendo o cerne de sua música. Tudo é hiper-produzido e bombardeia o ouvinte com um dilúvio de melodias grudentas em meio às estruturas meio complexas de seus arranjos, e com Strid cantando e berrando lindamente. O homem é um mestre em sua versatilidade, e aqui estão registradas algumas de suas melhores atuações.

O repertório proporciona bastante diversidade, tendo em “Late For The Kill, Early For The Slaughter” e “King of the Threshold” grandes guitarras e tal distorção e velocidade que os saudosistas apreciarão muito. A cadência pulsante de "Night Comes Clean" e o crescente trabalho vocal em “Let This River Flow”, ao lado de uns experimentos alternativos na balada "Epitome", também as tornam grandes atrativos durante a audição.

The Panic Broadcast oferece algo de valor? Bem, isso depende do que você está procurando. Provavelmente o público que não se desvincula da ferocidade de Steelbath Suicide (98) e The Chainheart Machine (00) não verá grande relevância por aqui, mas quem considera o Soilwork como uma das mais influentes bandas da atual cena européia certamente encontrará muitos - mas muitos atrativos mesmo -, pois os caras continuam muito bons no que fazem.


Faixas:
1 Late for the Kill, Early for the Slaughter 4:10
2 Two Lives Worth of Reckoning 4:56
3 The Thrill 4:33
4 Deliverance Is Mine 3:51
5 Night Comes Clean 5:12
6 King of the Threshold 4:57
7 Let This River Flow 5:21
8 Epitome 4:45
9 The Akuma Afterglow 4:30
10 Enter Dog of Pavlov 5:36

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