As Novas Caras do Metal - Parte 17

Desconheço não apenas um gênero tão apaixonante quanto o heavy metal, como também outro estilo que se renove e absorva influências internas e externas com tamanho dinamismo.

A nova edição da série As Novas Caras do Metal mostra isso mais uma vez. Abaixo, dez bandas dos mais variados pontos do globo que estão fazendo sons legais pra caramba agora mesmo, embaixo do seu nariz. E que, por uma série de fatores, provavelmente estão passando batido pelos seus ouvidos.

Aumente o volume e venha com a gente nesse mergulho!


The Ocean

Começando com um nome que não é necessariamente novato, porém não recebe a devida atenção por aqui. Estou falando da banda alemã The Ocean. Formado em 2000 em Berlim, o grupo já lançou seis discos - Fluxion (2004), Aeolian (2005), Precambrian (2007), Heliocentric (2010), Anthropocentric (2010) e Pelagial (2013) -, todos apresentando um sludge metal com toques progressivos e até mesmo atmosféricos em algumas passagens. Comece pelo último álbum, Pelagial, aclamado pela crítica como um dos melhores discos de 2013.

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Omnium Gatherum

Esta banda finlandesa foi formada em 1996 mas lançou o seu primeiro disco, Spirits and August Light, somente em 2003. Após a estreia vieram mas cinco álbuns: Years in Waste (2004), Stuck Here on Snakes Way (2007), The Redshift (2008), New World Shadows (2011) e Beyond (2013). O som é um death metal melódico com fortes cargas emocionais e alguns leves flertes com o prog. Criativa, a banda insere também toques sinfônicos em suas composições, resultando em um som bastante original e cativante.

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DGM

Outra banda já veterana em seu país, mas praticamente desconhecida em nossas terras tropicais. O DGM foi formado em Roma em 1994 e já possui uma longa carreira. Com oito álbuns nas costas, o grupo retornou em 2013 após um hiato de quatro anos com o excelente Momentum, disco lançado em março. O som é um power metal moderno e atual, muito técnico e que tem como um dos principais destaques o vocalista Mark Basile, dono de um timbre semelhante ao de Russell Allen.

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Magic Circle

Quinteto norte-americano formado em 2011 em Boston. Após um EP lançado em 2012, a banda colocou o seu disco de estreia, auto-intitulado, nas lojas no início do ano. O som vai do metal tradicional ao doom, alternando canções mais aceleradas com outras mais cadenciadas. Belas melodias andam lado a lado com a onipresente influência de Black Sabbath. Destaque para a dupla de guitarristas e para o vocalista Brendan Radigan.

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Anciients

Este quarteto canadense surgiu em Vancouver em 2009. No entanto, a estreia do Anciients (com dois “i's” mesmo) só saiu em abril de 2013 pela gravadora polonesa Season of Mist. O som é maduro, sombrio, atmosférico, e pode ser classificado entre o stoner e o sludge. Há claras influências de Mastodon e Baroness, mas o Anciients é bem mais agressivo que as duas bandas norte-americanas. Só um aviso: ao escutar Heart of Oak, único disco do grupo por enquanto, você corre o risco de o colocar entre os melhores do ano.

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Intronaut

Já falamos sobre o Intronaut - leia o review do último disco do grupo -, mas nunca é demais comentar sobre música de qualidade. O grupo foi formado em Los Angeles em 2004 e já possui uma discografia com quatro títulos: Void (2006), Prehistoricisms (2008), Valley of Smoke (2010) e Habitual Levitations (2013). A música é um sludge cheio de groove e andamentos quebrados, além de um clima atmosférico. Há influências de nomes como Baroness, Meshuggah, Tool e até mesmo Porcupine Tree no som do Intronaut. Ótimas referências que apenas reforçam a intensa sonoridade executada pela banda.

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The Fall of Every Season

Esta banda norueguesa é classificada como “death metal melancólico”. Confesso que nunca havia lido tal definição, mas ela faz total sentido quando ouvimos o som do The Fall of Every Season. Formado em 2004, o grupo tem apenas um integrante, Marius Strand, responsável por todos os instrumentos. O geniozinho cola com perfeição o death, o doom e o post-rock em composições longas e intensas. Com dois discos na bagagem - From Below (2007) e Amends (2013) -, o The Fall of Every Season é daquelas bandas que requerem uma audição apurada, calma e sem pressa, onde então é possível perceber e assimilar todos os detalhes que compõe a sua música.

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Hope for the Dying

Banda norte-americana que surgiu em 2006. Já são três álbuns no currículo - Hope for the Dying (2008), Dissimulation (2011) e Aletheia (2013) -, todos apresentando uma incomum mistura entre metalcore, prog e metal sinfônico. Com talento de sobra, o Hope for the Dying costura sonoridades antagônicas alcançando um resultado final que a credencia como um dos melhores nomes da atual cena dos Estados Unidos. Recomendadíssimo!

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Pomegranate Tiger

Prog metal instrumental pesadíssimo e agressivo. O som deste quarteto canadense formado em 2010 é um prato cheio pra quem adora técnica, mas também não abre mão do peso. O disco de estreia, Entities, foi lançado em janeiro e é uma porrada. Vale o play!

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Svart Crown

Banda francesa formada em Nice em 2004. Apesar dos quase dez anos de carreira, o grupo gravou apenas três discos: Ages of Decay (2008), Wiynessing the Fall (2010) e Profane (2013). O último álbum, lançado em abril, é um dos trabalhos mais intensos e brutais de 2013. Pisando no fundo na maior parte do tempo, o Svart Crown sabe inserir passagens mais lentas em algumas composições, o que dá um agradável clima sludge para o seu som.

Clique e ouça uma música da banda.


Por Ricardo Seelig

Comentários

  1. A estreia do Anciients é muito massa! O novo do The Ocean também me agradou muito. Fui conhecer o Intronaut por este disco novo e, embora não tenha escutado direito, me pareceu ser bem bacana.
    As outras bandas são novas pra mim e irei conhecê-las.

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  2. Tenho que lhe dar os parabéns Ricardo por esta coluna incrivel. As novas caras do Metal é uma das melhores e a minha favorita coluna do Collector's Room. Espero que continue com as ótimas postagens.

    Dica: Banda - Oblivious
    Álbum - Creating Meaning
    Talvez você já conheça, não sei...

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  3. Poxa Ricardo,quero muito conhecer a lista toda e tal,mas pq justo Omnium Gatherum e The Ocean,amigo?rs A segunda é maçante,e a primeira é derivado do derivado do derivado do Som de Gotemburgo,apesar de ser uma grande banda é bem irregular.Eu trocava as duas por Celeste e Insomnium...Polêmicas e listas andam lado a lado né?hehe

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  4. Engraçado, eu estava ouvindo o disco novo do Intronaut indo pro curso hoje de manha! kkkk Gostei bastante, principalmente da faixa "Harmonomicon"

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  5. Cara conhecia o Collectors por visitas esporádicas porque eu vi que vc postava umas bandas que eu andava escutando, e que sempre dá uma postada no Rate Your Music que para mim é uma fonte de coisas novas impressionantes... parabéns pela iniciativa e concordo 100 porcento em tentar fugir da mesmice e da preguiça, cresci ouvindo os clássicos e ainda ouço mas coisas novas são sempre bem vindas com certeza....

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