Newsted: crítica de Heavy Metal Music (2013)

Há uma grande diferença entre Heavy Metal Music, primeiro álbum completo da banda liderada pelo baixista Jason Newsted, e o EP Metal, estreia do grupo, lançado no início do ano. Tudo está mais desenvolvido, mais bem acabado, mais bem produzido. E essa mudança fez um bem danado ao som do quarteto.

É difícil dizer até que ponto a adição de um segundo guitarrista, Mike Mushok, tem a ver com essa evolução. Certamente, e de maneira óbvia, a entrada de mais um instrumentista deixou o som da banda mais cheio, mas não dá pra mensurar, de forma fria, qual foi a sua contribuição para o trabalho. O que dá é para sentir, nas onze faixas de Heavy Metal Music, uma enorme diferença em relação ao EP, mostrando que a banda caminhou a passos largos nos meses que separam o lançamento dos títulos.

Heavy Metal Music foi produzido pelo próprio Jason, e possui, de cara, uma sonoridade mais clara e pesada que Metal. Entre as faixas, apenas duas que estavam no EP foram reaproveitadas no álbum completo: a boa “Soldierhead” e “King of the Underdogs”.

Jason e seus companheiros seguem o mesmo caminho apresentado ao mundo em Metal: heavy metal tradicional, com vocais que se assemelham aos de Lemmy, do Motörhead. Há uma perceptível influência de Black Sabbath nas músicas do disco, característica que fica claro em composições como “Above All” e na arrastada “Nocturnus”, que alterna momentos de peso absoluto com passagens mais calmas, onde Jason revela-se um vocalista que possui diversas variáveis em sua voz.

O trabalho também volta o seu olhar para a década de 1980 em alguns momentos. “... As the Crow Files” parece saída direto daquele tempo, e não é difícil imaginá-la na voz de um ícone como Ronnie James Dio, por exemplo. “Ampossible” é outro grande momento, com doses cavalares de groove e peso que incitam o ouvinte a bater cabeça de forma contínua e instantânea. Mais destaques estão em “Heroic Dose” e “Kindevillusion”.

Aliás, merece elogio a decisão de Newsted e seus asseclas em apostar em riffs, com cada canção entregando uma frase de guitarra de fácil assimilação. Nada é complicado ou intricado, é tudo direto e repleto de energia.

Jason Newsted conseguiu gravar um primeiro disco pra lá de consistente com a sua nova banda, apagando a decepção que havia sido o EP que apresentou o grupo ao mundo. Agora é seguir trabalhando, evoluindo uma sonoridade que já tem personalidade própria e possui um imenso potencial para gerar belos frutos nos próximos anos.

Recomendável!

Nota 7,5

Faixas:
1 Heroic Dose
2 Soldierhead
3 ... As the Crow Files
4 Ampossible
5 Long Time Dead
6 Above All
7 King of the Underdogs
8 Nocturnus
9 Twisted Tail of the Comet
10 Kindevillusion
11 Futureality

Por Ricardo Seelig

Comentários

  1. Esse álbum remete bastante aquela banda Capricorn, do batera do Grave Digger, Stefan Arnold.

    Vida longa ao heavy metal!!!

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  2. Curti muito o álbum.

    Adorei o vocal do Jason e suas músicas, apesar de não serem um absurdo de criatividade, são bem honestas e tem bastante feeling.

    Curti. Concordo com a nota e aguardo a evolução da banda nos próximos lançamentos.

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  3. Mais um disco novo no ano .... , é legal , apenas é um disco 'ok' .

    Pelo menos o newsted se mexeu e não fica vivendo do passado.

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  4. Nota 10 pro vocal dele.
    No som, é um disco bom. Não traz nada de novo à arte, mas é um bom entretenimento. Dos melhores discos pra mim, no ano. Mas não é um marco pro rock. Enfim, mas dou nota 8 pra ele. Ótima estreia e está muito mais inspirado que 4 metallicas juntos, não é mesmo?

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