Os cinco melhores discos de heavy metal lançados em janeiro segundo o About.com


A verdade é que 2014 ainda engatinha no que se refere ao ritmo de lançamento de bons discos. Muito coisa já saiu, mas a qualidade ainda não está das melhores. Normal. Em alusão ao futebol, bandas, gravadoras e imprensa estão em pré-temporada. Além disso, álbuns aguardados como os novos de Behemoth e Grand Magus vazaram na virada do mês, o que atrasou suas respectivas avaliações. Devem ser destaque em fevereiro. Ou não.

O fato é que Chad Bowar e a editoria de heavy metal do About.com fizeram questão de ressaltar esse ritmo ainda lento ao divulgarem a lista com os cinco melhores discos de janeiro. Mas nem precisava. Só de contar com Primal Fear já é possível detectar que o nível ainda está longe do ideal. Não que o novo trabalho da banda alemã seja terrível, mas também não tem nada de excepcional para figuar em uma relação dessas.

Em primeiro lugar deu Avichi, one man band norte-americana capitaneada por Aamonael. Mais um indício de que o black metal começa 2014 em alta. Reflexo do boom causado pelo Deafheaven? Completam a lista o interessante novo disco do Culted, além de dois veteranos do hardcore e do death/grindcore norte-americano, respectivamente: Pro-Pain e Nausea.

E para você? Quais foram os melhores discos desses 30 primeiros dias de 2014?

1. Avichi - Catharsis Absolute

Catharsis Absolute, novo álbum do Avichi, continua de onde The Devil's Fractal (2011) parou, explorando novamente um black metal melódico, taciturno, dissonante e com conotações ortodoxas. O foco principal das músicas são os riffs, com vários tremolos cativantes e uma sensação calmante, quase que como a de um zumbido.

"Voice of Intuition", uma das faixas de destaque, capta perfeitamente esse espírito e é um excelente exemplo da força do Avichi. A bateria usa blastbeats de forma estável, mas, de vez em quando, diminui o ritmo para um tempo um pouco mais cadenciado. O baixo é dinâmico e preenche bem como pano de fundo para o vocal áspero de Aamonael, que complementa a música.

2. Culted - Oblique to All Paths

Foram cinco longos anos desde o lançamento de Below the Thunders of the Upper Deep (2009), o debut desses canadenses/suecos. Mas o Culted parece ter dedicado cada momento desse período em Oblique to All Paths. Fazendo isso, eles criaram um álbum monstruoso.

O Culted construiu verdadeiros monumentos subterrâneos de tom devastador misturados com riffs esmagadores, ruídos e temíveis vocais obscuros. Eles soam sujos e agressivos, extraindo escuridão e angústia do fundo do núcleo da Terra. Como o título sugere, o doom da banda soa único e forja uma identidade ímpar. É massivo, sorumbático, monolítico; uma manifestação orgânica de mentes semelhantes.

3. Pro-Pain - The Final Revolution

The Final Revolution junta todas as peças no quebra-cabeça do Pro-Pain. É um registro sonoro simples, direto e que mostra do que esse quarteto é capaz ao priorizar o básico. Paixão, energia e atenção voltadas para o protesto contra os males da sociedade.

O Pro-Pain derrama seu desgosto ao longo de todas as faixas de The Final Revolution. O álbum funciona como uma máquina de metal. Acima de tudo, é um disco centrado nos vocais. Com uma mixagem hábil e que dá amplo espaço para os vocais de Meskil, as intensas mensagens cuspidas por entre as guitarras são convincentes e viscerais ao mesmo tempo.

4. Nausea - Condemned to the System

Como uma bomba que detona sem aviso ou propensão, Condemned to the System explode cada centímetro dos tímpanos e das entranhas desde a primeira música até o golpe final. A abertura com “Freedom of Religion" é como um soco direto no estômago. Enquanto suas entranhas são forçadas para trás em uma posição aberrante, ritmos cativantes forçam seu diafragma a expelir o ar, dificultando a respiração. O restante do álbum repete esse processo várias vezes com canções de destaque como "Hate & Deception" e "Fuck the World".

Trata-se de uma banda e de um álbum para fãs do clássico grindcore old school de nomes como Napalm Death, Repulsion e Terrorizer. Definitivamente, esse é um disco que você não quer apenas se sentar, colocar a agulha do vinil para rodá-lo e deixar estar. Detalhe: o Nausea não lançava um álbum de estúdio há 20 anos e já era hora de quebrar o silêncio.

5. Primal Fear - Delivering the Black

Delivering the Black contém uma quantidade justa de velozes hinos do power metal. Músicas como a abertura "King For a Day", "Delivering the Black" e o excelente encerramento "Inseminoid" são recheadas de linhas ardentes de contrabaixo e vocais grandiosos. A última é uma das melhores canções de speed metal da carreira do Primal Fear.

O que faz este novo álbum se sobressair é que os tempos das músicas são variados e com menor velocidade em várias faixas. Isso traz uma variação ao fluxo e ajuda a não deixar a composição repetitiva como nos lançamentos anteriores. Delivering the Black é o melhor lançamento do Primal Fear em uma década, assim como está situado ao lado dos melhores da discografia da banda.

Por Guilherme Gonçalves

Comentários

  1. Obrigado pela matéria, meu amigo.
    Estou sem tempo esses dias e isso me ajuda muito.

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  2. Do Primal Fear é o melhor deles mesmo, não canso de ouvir quando vou ao trabalho, remete e o som como sempre remete a anos atras do Power Metal

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  3. Muito FODA mesmo o Nausea, matou a pau. Soa como se tivessem feito o álbum nos 90´s. Maravilhoso.

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