10 exemplos de como 2015 está sendo um ótimo ano para a música - Parte 2


Uma das coisas que mais me tira do sério em relação à música é o que eu chamo de “complexo de classic rock”. Aquele cara que, mesmo sem ouvir NADA do que anda sendo lançado atualmente - com exceção dos artistas clássicos, é claro -, acredita piamente que a música de qualidade está apenas nos discos lançados em décadas passadas.

O fato é que tem música boa nas décadas de 1960, 1970 e afins. E também muita música ruim. Assim como tem muito lixo feito hoje em dia, e muito biscoito fino para os ouvidos sendo produzido e gravado agora mesmo.

Abaixo, outros dez discos lançados este ano e que mostram o quão interessante 2015 está sendo em termos musicais. Vários gêneros, vários climas, é só curtir!


The Aristocrats - Tres Caballeros

O Aristocrats é um super trio formado por Guthrie Govan (guitarra, Asia, The Young Prux, Steve Wilson), Bryan Beller (baixo, Dethlock, Steve Vai, James LaBrie e Dweezil Zappa) e Marco Minnemann (bateria, Joe Satriani e Steve Wilson). Tres Caballeros é o terceiro disco da banda e traz nove faixas instrumentais que transitam entre o prog, fusion, jazz e rock. Técnica pura, andamentos de quebrar o quadril, bastante agradável de se ouvir.


The Seven Ups - The Seven Ups

Natural da Austrália, o Seven Ups é uma big band de afrobeat e funk. Balanço certo em um disco de estreia excelente, perfeito pra cair na dança ou apenas colocar os neurônios pra pular. Metais inspirados, cozinha pulsante e muito bom gosto são os ingredientes principais.


Corsair - One Eyed Horse

Um pouquinho de peso sempre faz bem. Aqui, ele vem dos Estados Unidos e atende pelo nome de Corsair. A banda foi formada em 2008, lançou a sua auto-intitulada estreia em 2012 e este ano soltou One Eyed Horse. O som é um hard rock com ecos de stoner e guitarras gêmeas onipresentes. Uma espécie de Black Sabbath querendo ser Thin Lizzy, ou vice-versa - neste caso, a ordem dos fatores não altera a soma.


Melody Gardot -  Currency of Man

Jazz e soul contemporâneos, na bela voz da cantora norte-americana natural da Philadelphia. Currency of Man é o quarto álbum de Melody Gardot e foi lançado no início de junho. Bom gosto, classe, experimentação: tem de tudo, e tudo com muita qualidade.


The Dip - The Dip

Estreia deste combo de nove integrantes vindo de Seattle. Soul da melhor estirpe, remetendo às décadas de 1960 e 1970 mas sem soar ultrapassado. É fã de The Meters? Então você vai adorar o The Dip.


Vintage Trouble - 1 Hopeful Rd.

Segundo álbum de inéditas do Vintage Trouble, quarteto de blues rock vindo de Hollywood. Muito balanço e doses generosas de feeling em ótimas canções, onde o destaque, invariavelmente, é o belo timbre do vocalista Ty Taylor.


The Word - Soul Food

Jam band norte-americana que conta com integrantes do North Mississippi Allstars somados a Robert Randolph e John Medeski. O gabarito dos músicos garante a alta qualidade de Soul Food, disco de estreia do grupo. O negócio aqui é um som que transita entre o funk, o soul e o country. "Demais" é a palavra correta pra definir o que sai dos alto-falantes.


Tigran Hamasyan - Mockroot

Tigran Hamasyan é um pianista armênio, cujo trabalho tem como principal característica unir o jazz e a música folclórica de seu país. Mockroot é o seu sexto álbum e foi lançado pela Nonesuch Records, tradicional reduto dos bons sons.



Imperial State Electric - Honk Machine

Quarto álbum do Imperial State Electric, quarteto sueco surgido das cinzas do The Hellacopters. A música é similar à finada banda, mas com uma aproximação ainda mais forte ao que Kiss e Alice Cooper faziam nos anos 1970. Não tem como não gostar!


The Sure Fire Soul Ensemble - The Sure Fire Soul Ensemble 

Soul instrumental natural de San Diego. A banda equilibra influências de nomes como Curtis Mayfield, Isaac Hayes e Quincy Jones com ecos de artistas atuais como o The Poets of Rhythm. Pra tirar os móveis da sala e ouvir a todo volume, dançando sem parar.

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