Review: Xandria - Theater of Dimensions (2017)


Considerando de antemão o fato de um ouvinte de música se afinar com o segmento symphonic metal, se deve ao mesmo admirar simultaneamente o peso e por vezes celeridade combinados com a elaboração, o erudito e sequências harmônico-orquestradas, regadas a corais lírico-gregorianos e tudo isso com uma bella primadonna nos microfones.

Dito isso, os fãs do estilo e em particular da banda germânica Xandria, devem ter ótimos motivos para estarem adorando o mais recente lançamento do grupo, o álbum Theater of Dimensions, que chegou no último dia 27 de janeiro. Este é o segundo trabalho com a bela frontwoman Dianne van Giersbergen, que substituíra Manuella Kraller em 2013.

Depois de uns tempos gravando algumas águas com açúcar até o disco Salomé The Seventh Veil (2010), a banda vem num movimento de melhor elaboração e “sinfonização”, acrescidas de bom peso. Foi assim em Neverworld’s End (2012), despedida de Kraller, e na estreia de Giersbergen, Sacrificium (2014). 

Agora com Theater of Dimensions não foi diferente, ao contrário. Trata-se de um belo trabalho, bem produzido, tudo com muito bom gosto. Os corais estão perfeitamente encaixados nas canções, postados no tempo apropriado juntamente com a voz de Dianne, que neste álbum está impecável, tanto em seu lirismo como em momentos um pouco mais rasgados.

As faixas “Where the Heart is Home” e “Death to the Holy”, que abrem o o disco, já ilustram o que fora dito acima, com direito à pancadas elaboradas, bons solos de guitarra, naipe de violões e muita harmonia.

Seguindo a audição, “Forsaken Love” suaviza um pouco ouvido do ouvinte com uma pegada mais melódica e tenra. A quarta faixa, “Call of Destiny”, é possivelmente a melhor do trabalho, ao menos dentre as mais curtas, tendo sido lançada previamente como single e videoclipe. Música linda, com Dianne dando show de interpretação junto aos corais. “We Are Murderers (We All)” foi a primeira canção a ser mostrada via lyric video, e a escolha não foi à toa. Ela daria perfeitamente o tom do que deveríamos esperar do álbum.

O disco segue, alternando ótimas canções com bom peso, outras nem tanto (mas nunca água com açúcar), incluindo a ótima instrumental “Céilí” (muito mais que o simples interlúdio), até chegar na última, a faixa-título, grande no tamanho e na qualidade, 14 minutos de um som bem trabalhado, escrito e produzido, alternando várias cadências, um prato cheio para quem gosta de som elaborado.

A versão deluxe traz cinco canções no formato acústico.

Concluindo, o Xandria nos entregou um grande disco de symphonic metal, num momento de imensa maturidade e felicidade deles, mostrando que estão entre as melhores bandas deste nicho.




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