Review: Stone Sour - Hydrograd (2017)


Os dois últimos discos do Stone Sour colocaram a banda em um outro patamar. A dobradinha House of Gold & Bones teve a primeira parte lançada em 2012 e a segundo em 2013, e apresentou o auge criativo do grupo de Corey Taylor. Com canções fortes e inúmeros singles, alavancaram o Stone Sour para um ponto até então inédito em sua carreira.

Quatro anos mais tarde, temos Hydrograd. O sexto trabalho do quinteto acaba de ser lançado e vem com força para conquistar mais corações e mentes. Produzido por Jay Ruston, o disco marca a estreia do guitarrista Christian Martucci e do baixista Johnny Chow,que assumiram os postos de Jim Root (parceiro de Corey no Slipknot) e Rachel Bolan (aquele mesmo do Skid Row).

Hydrograd vem com nada mais nada menos do que quinze faixas, totalizando mais de 65 minutos de música. E traz a banda indo por dois caminhos: refinando a sua mistura cada vez mais bem feita de metal com hard rock, mas também experimentando novas sonoridades. O que chama a atenção de saída é o derramamento constante de riffs, com as guitarras fazendo um excelente trabalho - Josh Rand é o parceiro de Martucci. Taylor segue com a capacidade intacta de equilibrar agressividade com acessibilidade, entregando linhas cheias de melodia e mostrando o quão versátil é a sua voz.

Temos desde porradas como “Knievel Has Landed” e “Whiplash Pants”, que mostram a pegada violenta da banda e aproximam o som do universo do Slipknot, até o outro lado da moeda, com canções fortes e que cativam de imediato como “Song #3”, “Fabuless" e a faixa-título. Aliás, esse trio talvez seja o ponto mais forte do disco, com uma sequência que demonstra o alto grau de inspiração do grupo.

No que tange às experimentações, a que mais chama a atenção é o flerte com o country e o southern rock na bela “St. Marie”, cheia de melancolia e inegavelmente desde já uma das grandes canções da carreira do quinteto.

Em diversos aspectos, o Stone Sour intensifica a sensação que ficou com os dois volumes de House of Gold & Bones: a banda é, hoje, muito mais interessante do que o próprio Slipknot. A variedade de sonoridades exploradas abre a gama de opções e oferece mais diversidade musical não apenas para os ouvintes, mas principalmente para os músicos. Corey Taylor é, como todo mundo sabe, um vocalista muito acima de média, e ao cantar sem os guturais habituais de seu bando de mascarados mostra mais uma vez a qualidade de sua voz. Outro que merece destaque é o baterista Roy Mayorga, com batidas precisas e a inserção constante de viradas que alteram a dinâmica das faixas.

Um ponto que depõe um pouco contra o disco é a sua duração excessiva. Um foco um pouco maior, com algumas faixas a menos, deixaria o trabalho ainda mais eficiente. Apesar de que, após quatro anos sem material inédito - com exceção dos dois EPs de covers lançados em 2015 -, duvido que algum fã irá reclamar disso.

Hydrograd segue mantendo o Stone Sour na ascendente. Ainda que inferior aos dois discos anteriores, é um dos trabalhos mais fortes e maduros da banda e, sem dúvida, um dos principais álbuns de música pesada do ano.

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