Review: Adrenaline Mob - We the People (2017)


Desde o seu nascimento, o Adrenaline Mob sempre foi uma banda mais divertida que os grupos dos quais seus principais integrantes vinham. Se tanto o Symphony X do vocalista Russell Allen quanto o Dream Theater do baterista Mike Portnoy eram gigantes do prog metal que construíram carreira sobre intrincadas peças musicais, a nova banda de ambos descomplicava tudo e trocava a pretensão (muitas vezes sadia, outras tantas não) por enormes doses de groove.

Essa abordagem levou o grupo a alcançar destaque desde o início, status que se manteve com a saída de Portnoy e a passagem de comando para a dupla Allen e Mike Orlando, o guitarrista. We the People, terceiro disco do quarteto (e que está ganhando uma edição brasileira pela Hellion Records) é o sucessor de Omertá (2012) e Men of Honor (2014), e o primeiro registro após a trágica morte do baterista A.J. Pero (ex-Twisted Sister e substituto de Portnoy) em 2015.

Só que, ao invés de um trabalho soturno e sombrio, o que temos é a manutenção do metal grooveado e ensolarado característico do quarteto, agora com Jordan Cannata na bateria e David Zablidowsky no baixo. O álbum traz treze faixas, incluindo uma versão para “Rebel Yell”, clássico de Billy Idol - esta última, ainda com a bateria de Pero.

A principal diferença em relação aos discos anteriores é a inclusão de um enorme número de pontes melódicas nas linhas vocais de Allen, intensificando, assim, a pegada acessível da música do Adrenaline Mob. Porém, esta mudança não puxa em nada o som dos caras pra baixo, apenas intensifica o seu poder de persuasão. 

O outro ponto que chama a atenção é a inserção de um discurso muito mais político nas letras, refletindo o atual momento conturbado da América de Donald Trump. Uma iniciativa válida e que mostra que Allen e companhia ocupam seus cérebros não apenas com música, mas também com questionamentos sobre o futuro de seu país.

Existem discos que chegam para mudar tudo e mostrar novas formas de fazer as coisas. E existem também aqueles que não pretendem nada disso e nasceram apenas para divertir seus ouvintes com boas canções. O Adrenaline Mob segue apostando na segunda opção, e mais uma vez entrega um álbum agradável de ouvir e repleto de músicas que colam na cabeça.

Pra curtir na boa, sempre!

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