Minha Coleção: o lindo acervo de discos do carioca Hernann Pinheiro


De colecionador pra colecionador, faça uma breve apresentação para os nossos leitores.

Bem, primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade, acompanho a Collectors Room há bastante tempo, e pra mim é um grande prazer estar participando dessa coluna. Meu nome é Hernann Pinheiro, 44 anos, comerciante, de São João da Barra, RJ, um modesto colecionador e amante da boa música, principalmente o rock e suas vertentes. 

Quantos discos você tem em sua coleção?

Acredito que uns 600 LPs, 400 CDs e mais uma centena de DVDs e blu-rays. 

Quando você começou a colecionar discos?

Como muitos da minha geração, o interesse pela música surgiu a partir do primeiro Rock in Rio, em 1985. Logo depois comecei gravando algumas fitas e comprando alguns LPs.




Você lembra qual foi o seu primeiro disco? Ainda o tem em sua coleção?

Não tenho muita certeza, mas acho que foi o CODA do Led Zeppelin. E sim, tenho até hoje em minha coleção.

Quando caiu a ficha e você percebeu que não era só um ouvinte de música, mas sim um colecionador de discos?

Na verdade, quando percebi já tinha vários LPs e fitas-cassetes, então a partir daí acho que passei a me considerar um colecionador. 

Como você organiza a sua coleção? Por ordem alfabética, de gêneros ou usa algum outro critério?

Por ordem alfabética e por ano de lançamento dos artistas e bandas.

Onde você guarda a sua coleção? Foi preciso construir um móvel exclusivo pra guardar tudo, ou você conseguiu resolver com estantes mesmo?

Então, esse é o meu maior problema (risos). Mandei fazer uma estante, mas já não há mais espaço pra nada. Se tudo correr bem, tenho planos de, ainda nesse ano, construir um espaço pra arrumar minha coleção de forma organizada.




Que dica de conservação você dá para quem também coleciona discos?

Procuro sempre manter meus CDs e LPs limpos e nos plásticos, principalmente os LPs, com plásticos internos e externos novos, mas ainda acho que a melhor maneira de conservar sua coleção é você não emprestar a ninguém (risos).

Concordo (risos). Você já ouviu tudo que tem? Consegue ouvir os títulos que tem em sua coleção frequentemente?

Não, tenho coisas aqui que ainda estão lacradas, mas estou sempre ouvindo meus títulos, geralmente nos finais de semana.

Qual o seu gênero musical favorito e a sua banda preferida?

Curto vários gêneros, mas predomina o rock e suas vertentes como o hard, progressivo, blues rock, southern rock, metal e por aí vai. Escolher uma banda é difícil, mas uma das preferidas é o Black Sabbath.  




De qual banda você tem mais itens em sua coleção?

Talvez Black Sabbath ou Led Zeppelin.

Quais são os itens mais raros, e também aqueles que você mais gosta, na sua coleção?

Acho que não tenho nada que chegue a ser considerado raro, mas tenho algumas coisas aqui que curto bastante, como o box do Thick as a Brick do Jethro Tull com 2 LPs, o box japonês do Led com CDs em formato mini LPs, o box da Irish Tour 74 do Rory Gallagher com 7 CDs e 1 DVD, o box com 4 CDs do Paranoid do Sabbath e essas últimas reedições em vinil do Led, que ficaram excelentes.   

Você é daqueles que precisa ter várias versões do mesmo disco em seu acervo, ou se contenta em completar as discografias das bandas que mais curte?

Na verdade tenho algumas coisas repetidas aqui, mas não faço questão de ter mais de uma versão do LP ou CD. Alguns, inclusive, já me desfiz e peguei coisas que ainda não tinha na coleção.

Além de discos (CDs, LPs), você possui alguma outra coleção?

Sim, tenho alguns livros e curto comprar camisetas de bandas também.



Em uma época como essa, onde as lojas de discos estão em extinção, como você faz para comprar discos? Ainda frequente alguma loja física ou é tudo pela internet?

Quase sempre pela internet. Aqui na minha região não existem lojas especializadas.

Que loja de discos você indica para os nossos leitores? 

Os LPs costumo comprar na Hip Hop Vinil, uma loja de Belo Horizonte que tem ótimos títulos entre novos e usados em ótimo estado. Já os CDs compro na Die Hard e fico sempre de olho nas promoções das Saraivas da vida (risos).

Qual foi o lugar mais estranho em que você já comprou discos?

Comprar, não me lembro, mas estava na casa de uns amigos em Cabo Frio e encontrei o Hot Buttered Soul do Isaac Hayes no meio de um monte de entulho, e o disco estava em perfeito estado. Peguei na hora, é claro (risos).




O que as pessoas pensam da sua coleção de discos, já que vivemos um tempo em que o formato físico tem caído em desuso e a música migrou para o formato digital?

Geralmente acham estranho, e na maioria das vezes fazem aquela pergunta clichê que todo colecionador detesta: "Por que você não põe as músicas num pendrive?” (risos)

Você se espelha em alguma outra coleção de discos, ou outro colecionador, para seguir com a sua? Alguém o inspira nessa jornada?

A primeira coleção que me inspirou foi de um amigo mais velho, o Chico Mesquita, aqui da minha cidade. E os famosos né, como o Ed Motta e o Kid Vinil. Quem não fica babando com a coleção desses caras?

Qual o valor cultural, e não apenas financeiro, que você vê em uma coleção de discos?

Independente do valor financeiro, toda coleção sempre tem uma história, né? Cada LP, cada CD ou música acaba se tornando um aprendizado e te mostrando coisas novas. 




Vai chegar uma hora em que você vai dizer "pronto, tenho tudo o que queria e não preciso comprar mais discos", ou isso é uma utopia para um colecionador?

Praticamente impossível (risos). Sempre vai aparecer alguma coisa interessante, uma reedição bacana que você vai querer adquirir.

O que significa ser um colecionador de discos?

É tentar preservar a música na sua forma mais valiosa, ou seja, no formato físico (seja em LP ou CD), e torcer para que as novas gerações aprendam a valorizar isso. É uma tarefa árdua, mas eu vou continuar fazendo a minha parte. 



Qual o papel da música na sua vida?

Essencial. A cada audição, uma sensação diferente, uma nova descoberta. Difícil imaginar a vida sem música.         

Pra fechar: o que você está ouvindo e o que recomenda para os nossos leitores?

No momento estou ouvindo o Triplicate (trabalho mais recente do Bob Dylan), o novo do Mastodon (Emperor of Sand), Blackstar do Bowie e uma banda de Vitória, Muddy Brothers, que faz um som bem interessante com influências do hard setentista. E os clássicos, é claro, que nunca saem da playlist. 


Comentários

Postar um comentário

Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.