Review: Daniel Zé - Calma Karma (2017)


Ex-integrante das bandas Killers, Red Fox e Clave de Clóvis, Daniel Zé deu partida em sua carreira solo em 2014 com o álbum Memórias Meio Inventadas. E agora, três anos depois, dá sequência à construção do seu universo sonoro com Calma Karma.

Não conheço o primeiro trabalho de Daniel, já deixo claro de saída. E esse segundo me impressionou muito. O que ouvimos nas dez faixas do disco mostra influências de nomes como Mutantes, Júpiter Maçã e da Jovem Guarda, criando um autêntico rock psicodélico com raízes bem fincadas no solo brasileiro.

Com ecos da invasão britânica, como bem convém, e até algumas pequenas reminiscências dos primeiros passos da Cachorro Grande (sutis, bem sutis), Daniel Zé gravou um disco muito agradável e repleto de boas canções. Responsável pelo vocal, violão e guitarra, Zé vem acompanhado por uma competente banda formada por Hélio Pisca (teclado), Guto Costa (baixo) e Leandro Amorim (bateria). A produção de Lennon Fernandes intensifica as qualidades de todos e aposta em uma mixagem bastante orgânica e que remete diretamente ao passado, caminhando para longe de tendências atuais e, daqui a pouco tempo, ultrapassadas. Por isso mesmo, tenho a forte sensação de estar ouvindo um álbum atemporal, com potencial para viver uma longa jornada ao lados dos apreciadores dos bons sons.

Financiado através de uma campanha de crowfunding, Calma Karma é uma bela e gratificante surpresa para os ouvidos, e que merece chegar até todo fã de música. Entre as faixas, destaque para “Ágatas”, “Walden”, “Homem Duplicado” e “Esplênico”, pelo menos no meu ponto de vista.

Ouça, porque a surpresa será boa!

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