O jogo virou: receita com streaming de música supera vendas físicas pela primeira vez


O relatório mais recente da IFPI - Federação Internacional da Indústria Fonográfica, comprovou o que já era esperado há alguns anos: pela primeira vez na história, a receita gerada pelos serviços de música como Spotify, Apple Music e Deezer superou o valor das vendas físicas e downloads digitais.

Os dados da IFPI também apontaram que o rápido crescimento e popularização dos apps de streaming levou a uma recuperação da indústria fonográfica mundial, que após um bom tempo de resultados negativos voltou a crescer pelo terceiro ano consecutivo.

Entre 1999 e 2014, as vendas de música tiveram uma diminuição de 40%. Isso se deu em um período onde o serviços de compartilhamento de arquivos como o Napster e produtos como o iPod popularizaram o consumo do MP3, derrubando as vendas de CDs. Ainda que a Apple tenha tentado uma alternativa com os serviços de download legalizados do iTunes, a iniciativa não teve força para mudar a tendência de consumo do mercado.

Em 2017, a receita total dos serviços de streaming de música representou 38% do mercado fonográfico, um crescimento considerável em relação aos 29%  do ano anterior. A receita total do mercado em 2017 foi de US$ 17,3 bilhões, apresentando um aumento de 8,1% em relação ao ano anterior. Isso quer dizer que, com quase 40% do bolo, os apps de streaming foram responsáveis pela arrecadação de mais de US$ 6,5 bilhões desse bolo. O relatório também revelou que os apps estão entrando em novos mercados onda ainda não estavam presentes, e que o seu impacto no modo das pessoas consumiren música está afastando uma geração de fãs, principalmente os mais novos, do acesso à música gratuita e pirateada de forma ilegal.

Apesar de todo esse crescimento, as receitas de 2017 ainda representam apenas 68,4% do valor que a indústria fonográfica arrecadou em 1999, quando os CDs estavam no auge.

O mercado brasileiro de streaming cresceu quase o dobro do restante do mundo, com um aumento de 17,3%. Na fatia do bolo, os apps de streaming já representam 64% do mercado brasileiro de música, enquanto no mundo essa participação está em torno de 41%. Além disso, o valor arrecadado pelos streaming de música no Brasil representa 92% do faturamento total da indústria fonográfica brasileira, enquanto os 8% restantes são das vendas físicas.

Vale lembrar que, apesar de todos esses números, o Spotify segue operando de maneira deficitária segundo seus executivos, e ainda é preciso regular uma forma de pagamento mais atrativa para os músicos em relação ao consumo de streaming, já que os valores atuais são baixíssimos.

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