Review: Turbonegro - RockNRoll Machine (2018)


O que acontece se você colocar em uma mesma banda doses cavalares de AC/DC, a medida equivalente de glam metal e grudasse tudo com teclados onipresentes e com um timbre que vem direto dos anos 1970, mais especificamente das experimentações de Jeff Lynne na sua Electric Light Orchestra?

Essa fórmula está presente em RockNRoll Machine, novo álbum dos noruegueses do Turbonegro. O disco é, em sua essência, uma grande homenagem ao rock e ao clima que ele traz para as nossas vidas, tornando momentos difíceis melhores e os dias mais fáceis. Em alguns momentos, o recurso de faixas interligadas reforça a temática recorrente presente em todo o trabalho, como se fosse uma espécie de álbum conceitual. Em outros, a pegada e os teclados à la ELO aproximam o Turbonegro do que o The Night Flight Orchestra vem fazendo em seus discos, porém com mais testosterona na mistura.

Com 11 músicas em quase 40 minutos, trata-se de um álbum no tamanho ideal e sem exageros. É rock com bastante energia, refrãos compostos com o intuito de que você aí, ao ouvi-los, cante junto com a banda, e todos esses ingredientes que um bom disco de rock deveria ter.

Em relação aos discos anteriores do Turbonegro, há uma evidente mudança de rota. O rock ríspido e irônico de antes, influenciado por nomes como Iggy Pop, David Bowie, Kiss, Ramones e Rolling Stones, entre outros, foi deixado de lado para o que gosto de chamar de uma “experimentação sonora e estética”. A banda mudou o curso de maneira consciente, homenageando e pagando tributo a ídolos que nem sempre foram associados à sua sonoridade. É um risco? Claro que é, e pode ter gente que sempre curtiu e vá estranhar. Mas acredito que o artista deve sentir-se livre para levar a sua obra pelos caminhos que anseia, nunca ficando preso à expectativa e às “normas" criadas pelos fãs. Neste ponto, o acerto do Turbonegro é evidente.

Enfim, diversão garantida ou o seu dinheiro de volta.

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