Review: ZZ Top – Goin’ 50 (2019)



Celebrando cinquenta anos de carreira, o ZZ Top anunciou no início de maio o lançamento de Goin’ 50, coletânea que repassa toda a sua trajetória. O CD ganhou uma edição nacional pelas mãos da Warner Music e é uma boa pedida para quem quer conhecer mais sobre o trio texano formado pelo vocalista e guitarrista Billy Gibbons, pelo baixista Dusty Hill e pelo baterista Frank Beard.

Existem duas maneiras de avaliar Goin’ 50. A primeira é positiva, pois, por incrível que pareça, a maioria dos álbuns do grupo não estão em catálogo ou simplesmente não ganhou edições nacionais. Isso, por si só, já faz desta compilação um item meio que obrigatório para quem quer ter um item legal do ZZ Top na coleção. O tracklist passeia pelos principais hits dos barbudos do Texas como “La Grange”, “Tush” (com a mixagem original e não com aquela remasterização exagerada que apareceu anos atrás), “Cheap Sunglasses”, “Sharp Dressed Man”, “Legs” (igualmente na versão mais crua presente em Eliminator, de 1983, e não na que possui uma sonoridade mais eletrônica e que geralmente aparece nas coletâneas), “Got Me Under Pressure” e por aí vai. A principal ausência nesse sentido é “Gimme All You Lovin’”, provavelmente o maior hit da banda, e que não consta entre as faixas.

Merece destaque também a inclusão de músicas de discos não tão celebrados como Antenna (1994, com “Pincushion”), Rhythmeen (1996, com “What’s Up With That”), XXX (1999, com “Fearless Boogie”) e Mescalero (2003, com “Piece”). O último trabalho do grupo, o ótimo La Futura (2012), marca presença apenas com o single “I Gotsta Get Paid”.

A segunda forma de tecer uma opinião sobre Goin’ 50 não é assim tão positiva, e por um motivo bem claro. Nos Estados Unidos e na Europa, esta coletânea foi lançada em CD triplo com cinquenta faixas, traduzindo de maneira quase literal o seu título. Além do tracklist maior montar um painel bem mais amplo do que é o ZZ Top e as diferentes fases que o trio passou ao longo de cinco décadas, ele traz também duas raridades: “Salt Lick” e “Miller’s Farm”, ambas gravadas nos primeiros anos da banda, quando Billy Gibbons tocava com outros músicos e Dusty Hill e Frank Beard ainda não haviam ingressado no grupo. Essa não foi uma escolha da filial brasileira da Warner, uma vez que a versão em CD simples para todo o planeta possui o mesmo tracklist, mas bem que o público brasileiro poderia também ter a edição tripla com tudo que tem direito disponibilizada por aqui, certo? Me parece que a banda possui fãs em suficiente número em nosso país para justificar um lançamento com essa magnitude e cuidado.

Independente disso, o fato é que Goin’ 50 é um excelente documento sobre a carreira do ZZ Top, e que, devido à escassez de edições nacionais dos álbuns da banda, ganha uma dimensão ainda maior aqui no Brasil.

Quem é fã, compra. Quem gosta de rock, aumenta o volume, ajoelha e joga as mãos para o céu, torcendo para que outros impossíveis cinquenta anos venham pela frente.

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