Review: Overlloud – Splendor Solis (2019)



Assim como você, eu também não consigo acompanhar tudo que é lançado. São discos e discos e mais discos, e fica impossível ouvir tudo que chega ao mercado, ainda mais quando é preciso equilibrar a produção do site com a sua atividade profissional. Essa é uma das razões que faz com que eu abra um sorriso toda vez que recebo uma remessa com CDs enviados por uma gravadora, pois sei que ao ouvir cada um daqueles discos com atenção e escrever sobre eles para os leitores da Collectors Room entrarei em contato com algumas bandas que provavelmente não chegariam aos meus ouvidos se o site não existisse.

É o provável caso do Overlloud. O quinteto paraibano foi formado em Campina Grande no ano de 2011 e em 2019 lançou o seu disco de estreia. Splendor Solis saiu pela Hellion Records e caiu como uma luva em meus ouvidos. Um dos pontos para essa simetria é a enorme influência de Iron Maiden presente na sonoridade do Overlloud, e como também tenho o Maiden como uma das referências centrais do meu universo musical, tudo fica mais fácil.

Splendor Solis traz oito composições próprias que mostram uma banda madura e pronta para cair no gosto dos fãs país afora. A excelente produção deixou o material ainda mais forte, e é um ponto que merece destaque. Musicalmente, como já dito, o Overlloud caminha no universo do Iron Maiden e faz isso com extrema competência. O trabalho de guitarras é ótimo, tanto nas bases quanto nas harmonias e solos. O vocal de Tiago Galdino possui um registro bastante semelhante ao de Bruce Dickinson, e esse é outro ponto de elogio.

Você pode até pensar “Tá, mas então a banda é um clone do Maiden?”, mas o Overlloud passa longe disso. As influências são claríssimas, mas o quinteto soa atual e contemporâneo, como que pegando a sonoridade que consagrou a banda inglesa nos anos 1980 e atualizando-a para o tempo em que vivemos. Vale lembrar que a própria turma de Steve Harris se distancia cada vez mais dessa pegada mais “clássica”, caminhando a passos largos por um novo contexto sonoro que tem como um dos elementos principais o rock progressivo, algo que o Overlloud passa longe.

Entre as músicas gostei muito de “Buildings on Fire”, “Widowmaker”, “Abyss of the Void” e “Search for the Light”.

Excelente disco!

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