Review: Vokonis – Grasping Time (2019)


Em um momento em que a indústria fonográfica brasileira torna-se cada vez mais carente de lançamentos e até mesmo de itens básicos de catálogo (tente encontrar um CD do Pink Floyd, do Rush ou de outros ícones em edições nacionais recentes e me responda), o cenário do heavy metal e suas vertentes caminha pelo caminho oposto, com uma fartura de novos CDs chegando às lojas em convidativas e atraentes edições made in Brasil. Um fato está implicitamente ligado ao outro, e tem explicação: o fã de metal adora mídia física e luta com todas as suas forças para mantê-la viva, e as gravadoras sabem disso.

Esse contexto faz com que um álbum como Grasping Time ganhe uma inesperada edição no Brasil. O disco é o terceiro da banda sueca Vokonis, vem na sequência de Olde One Ascending (2016) e The Sunken Djinn (2017) e saiu em 2019 na Europa, chegando ao Brasil nos primeiros meses de 2020 pelas mãos sempre atentas da Hellion Records.

Grasping Time entrega oito músicas espalhadas em 44 minutos, que mostram influências que vão de Mastodon a High on Fire, de Baroness a Orange Goblin. O som é pesado, bastante agressivo em alguns momentos, mas também com passagens atmosféricas repletas de belas melodias. Essa luz e sombra é uma das constantes do Vokonis, que é um trio e conta com Simon Ohlsson (vocal e guitarra), Jonte Johansson (baixo) e Emil Larsson (bateria). Dá pra definir o som da banda, apenas como referência para os curiosos, como uma espécie de metal psicodélico muito eficiente.

Bem produzido, o álbum tem grandes momentos em “Alterqueen”, “Sunless Hymnal” e na faixa título, mas todas as canções deixam claro o inegável potencial que o Vokonis possui.

Se você curte Mastodon e Baroness, ouça porque tem uma grande chance de você também gostar do Vokonis.

Comentários

  1. Sou muito fã de Baroness e de Mastodon. Ouvi algumas músicas do Vokonis e gostei bastante, com certeza irei adquirir.

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