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Pulse (1995): o registro definitivo do Pink Floyd ao vivo


Pulse
é uma celebração da grandiosidade sonora e visual do Pink Floyd, um testamento da longevidade da banda e um marco na história da música ao vivo. Gravado durante a turnê de divulgação do disco The Division Bell (1994), o álbum foi lançado em 29 de maio de 1995 e captura a formação liderada por David Gilmour – com Richard Wright, Nick Mason e músicos de apoio – no auge da maturidade técnica e artística.

Após o rompimento definitivo com Roger Waters no início dos anos 1980, muitos acreditavam que o Pink Floyd não sobreviveria sem sua principal força criativa. No entanto, a banda ressurgiu com A Momentary Lapse of Reason (1987) e, mais tarde, The Division Bell (1994), este último marcando um retorno mais refinado à sonoridade clássica do grupo, com foco em temas como comunicação e isolamento.

A turnê mundial que se seguiu ao lançamento de The Division Bell foi uma das mais ambiciosas da década, com cenários gigantescos, projeções psicodélicas e uma impressionante performance de luzes – elementos que já haviam se tornado sinônimos do Pink Floyd ao vivo. Pulse surge como o registro definitivo dessa fase. O DVD lançado posteriormente – e, mais tarde, a edição em Blu-ray –, com imagens da apresentação em Londres, ampliou ainda mais o impacto visual do show, mostrando ao mundo por que o Pink Floyd era – e talvez ainda seja – o grupo que melhor soube unir música, espetáculo e conceito em apresentações ao vivo.

O lançamento de Pulse foi um evento em si. Comercialmente, foi um enorme sucesso: estreou em primeiro lugar nas paradas britânicas e americanas, vendendo milhões de cópias ao redor do mundo. Para os fãs, foi a chance de ouvir uma performance ao vivo completa de The Dark Side of the Moon (1973), executado na íntegra – algo raríssimo até então, e feito de forma impecável. Além disso, o álbum reafirmava o domínio de David Gilmour como líder da banda. Suas performances vocais e, principalmente, seus solos de guitarra em músicas como “Comfortably Numb”, “Shine On You Crazy Diamond” e “High Hopes” são momentos de absoluta maestria musical.


Um dos aspectos mais icônicos de Pulse é sua edição física original em CD, que vinha com uma luz LED piscando na lombada da caixa – uma ideia inusitada e tecnológica que fazia jus ao título do álbum e remetia ao conceito de pulso vital. Alimentada por uma pequena bateria, a luz piscava por meses, simbolizando o “pulso” contínuo da música do Pink Floyd. Além da LED, a embalagem era luxuosa: encarte extenso com fotos, informações técnicas e arte visual caprichada, seguindo o padrão elevado de design gráfico estabelecido por Storm Thorgerson e a Hipgnosis desde os anos 1970.

Pulse consolidou-se como um dos álbuns ao vivo mais importantes da história do rock. É frequentemente citado como referência de excelência em gravação ao vivo, tanto pelo equilíbrio sonoro quanto pela fidelidade às versões de estúdio. Também serviu como porta de entrada para uma nova geração de fãs, especialmente aqueles que não puderam ver a banda em sua formação clássica.

Pulse é um documento histórico. Um testamento da persistência criativa do Pink Floyd mesmo após turbulências internas e mudanças de formação. É também um dos raros casos em que um álbum ao vivo consegue ser tão poderoso quanto os trabalhos de estúdio, capturando o espírito da banda com intensidade, precisão e emoção. Um verdadeiro marco – sonoro, visual e emocional – na trajetória do rock progressivo.

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