Stranger Things: programação da rádio da quinta temporada ganha lançamento em LP e reafirma a relação da série com a música
Stranger Things: The WSQK Collection (Compiled by Rockin’ Robin) funciona como uma verdadeira cápsula do tempo. Lançado em 24 de outubro de 2025, o álbum chega em um vinil vermelho exclusivo, reunindo dez faixas que recriam a programação da rádio fictícia WSQK, presente na trama da série. É um lançamento construído para dialogar com fãs e colecionadores, mas também para reforçar a relação profunda entre Stranger Things e sua curadoria musical.
O crédito “Compiled by Rockin’ Robin” é um aceno direto à personagem Robin Buckley, interpretada pela atriz Maya Hawke, filha dos também atores Uma Thurman e Ethan Hawke. Na quinta e última temporada da série, Robin é apresentada como apresentadora da rádio WSQK, uma estação fictícia da cidade de Hawkins que funciona como espaço narrativo e elemento dramático dentro do seriado. A rádio é usada para enviar mensagens, criar atmosferas, reforçar tensões e contextualizar os acontecimentos ao redor do grupo de protagonistas. A coletânea simula o que ouviríamos ao sintonizar a WSQK dentro da própria série. É um objeto ficcional tornado real, e é justamente aí que reside seu charme.
O repertório mistura hits absolutos com faixas icônicas da década de 1980, época em que a série se passa, criando um panorama sonoro que dialoga diretamente com a atmosfera da série. Canções do The Clash, Queen, Pink Floyd, Journey, Annue Lennox e outros nomes estão no tracklist.
Desde a primeira temporada, Stranger Things construiu sua identidade também através da música. Essa relação funciona em dois eixos principais que se complementam. A série se tornou imediatamente reconhecível graças aos sintetizadores analógicos e à estética eletrônica criada por Kyle Dixon & Michael Stein na trilha que abre todos os episódios. A trilha original não é apenas pano de fundo: ela define o clima, evoca tensão, nostalgia, melancolia e cria um senso de época fundamental para o encanto da produção.Além disso, Stranger Things utiliza músicas populares das décadas de 1970 e 1980 como ferramentas narrativas. Essas canções não são meras ambientações: elas movem a história. Muitas vezes, elas funcionam como gatilhos emocionais, códigos internos, pontos de virada dramática e até instrumentos para salvar personagens.
Na quarta temporada, a música se torna literalmente uma linha de vida para a personagem Max, interpretada pela atriz Sadie Sink. A canção “Running Up That Hill”, de Kate Bush, a ancora emocionalmente, conectando sua dor à sua força e lhe permitindo resistir a Vecna, o vilão principal da série. A cena presente no episódio “Dear Billy”, em que Max e é resgatada ao som de Kate Bush, é hoje uma das mais lembradas da história de Stranger Things. Fora da série, a música ressurgiu com força, voltando às paradas e conquistando uma nova geração de ouvintes.
Também na quarta temporada, o personagem Eddie Munson, vivido pelo ator Joseph Quinn, protagoniza uma das cenas mais celebradas da cultura pop recente: empunhando sua guitarra no Mundo Invertido, ele executa “Master of Puppets”, um dos maiores clássicos do Metallica, em um ato de coragem, sacrifício e puro metal. A ocasião funciona como batalha, performance e declaração de identidade. O resultado foi imediato: a música do Metallica retornou às paradas mundiais, alcançando novos públicos e reforçando sua relevância cultural.
Esses momentos mostram como Stranger Things transforma músicas já conhecidas em engrenagens dramáticas essenciais. E, ao fazer isso, cria ressonância no mundo real: faixas antigas voltam ao topo das playlists, artistas ganham nova relevância e uma nova camada de memória coletiva é construída, unindo diferentes gerações.
Até agora, Stranger Things: The WSQK Collection foi anunciado apenas em vinil colorido (red vinyl), em edição física exclusiva para o varejo americano. Não há confirmação de edição em CD, seja padrão ou limitada. Para quem coleciona formatos físicos, isso reforça o status do LP como peça-chave.
Para fãs, é uma lembrança afetiva. Para colecionadores, um objeto que sintetiza a importância da música na mitologia da série. É o tipo de lançamento que merece espaço na estante e, claro, algumas boas audições com o volume no máximo.




Comentários
Postar um comentário
Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.