Opus Eponymous marcou a chegada de uma das bandas mais intrigantes e influentes do metal do século XXI. O Ghost surgiu na Suécia como um mistério envolto em teatralidade, ocultismo e melodia. Naquele momento, o metal extremo ainda dominava o cenário escandinavo, mas o Ghost ousou trilhar o caminho oposto: resgatar a sonoridade sombria, melódica e acessível do heavy metal dos anos 1970 e início dos 1980 — com influências que vão de Blue Öyster Cult e Mercyful Fate a Black Sabbath e Alice Cooper — e embrulhar tudo em uma estética satânica e litúrgica. O álbum é curto, com pouco mais de 30 minutos, mas cada segundo é calculado com precisão quase ritualística. A produção é cristalina, o som das guitarras é quente e vintage, e os vocais suaves de Papa Emeritus contrastam com o conteúdo blasfemo das letras, criando um efeito hipnótico. A abertura com “Deus Culpa” e “Con Clavi Con Dio” já define o tom: riffs elegantes, refrões melódicos e uma atmosfera de missa negra com refrões pop. “Rit...
Publicado originalmente entre 1998 e 1999, O Vampiro que Ri é uma das obras mais emblemáticas de Suehiro Maruo, artista japonês associado ao movimento ero-guro — uma vertente dos mangás que mistura erotismo, grotesco e horror psicológico, surgida na literatura japonesa dos anos 1920 e transposta para os quadrinhos nas décadas seguintes. É um universo em que a beleza e a perversão caminham lado a lado, e onde o choque não é gratuito: é uma forma de confrontar o leitor com os extremos da condição humana. A trama apresenta uma galeria de personagens distorcidos pela violência, pela exclusão e pelo desejo. A narrativa gira em torno de vampiros que vagam por uma sociedade degradada, onde a monstruosidade não é apenas física, mas moral e espiritual. Em meio a corpos dilacerados e sorrisos ensanguentados, Maruo constrói uma metáfora amarga sobre a perda da inocência, o fascínio pela destruição e a corrupção da pureza, temas recorrentes em sua obra e na tradição expressionista que o inspir...