Em sua melhor fase, o Aerosmith parecia imparável. Entre Get Your Wings (1974), Toys in the Attic (1975) e Rocks (1976), a banda construiu uma sequência tão sólida que ajudou a definir o hard rock norte-americano dos anos 1970. Draw the Line , lançado em dezembro de 1977, chegou logo após esse auge, e justamente por isso costuma ser lembrado como o álbum em que a engrenagem começou a falhar. Mas, como quase sempre acontece com discos cercados por lendas, a história é um pouco mais complexa. Gravado em meio a excessos, agendas caóticas e um clima interno cada vez mais instável, Draw the Line captura o Aerosmith em modo de sobrevivência. A produção de Jack Douglas, tradicional parceiro da banda, é mais densa e confusa do que nos trabalhos anteriores, e isso gerou críticas pesadas na época. A Rolling Stone, por exemplo, chegou a classificar o disco como horrendo, enquanto outros veículos apontavam que o grupo parecia sem combustível. Ainda assim, o disco alcançou destaque nas parada...
The Original Fleetwood Mac , lançado em 1971, é um daqueles discos que revelam muito mais do que parecem à primeira vista. Oficialmente, trata-se apenas de uma compilação de sobras de estúdio registradas entre 1967 e 1968, período em que o Fleetwood Mac ainda era uma banda britânica de blues comandada por Peter Green. Mas, na prática, o álbum funciona como uma peça complementar essencial para quem se interessa por aquela fase inicial, um momento curto, intenso e cheio de nuances que ajudou a moldar parte importante do rock britânico do final dos anos 1960. Aqui não há a concisão de um álbum “pensado” ou a coesão de um material lapidado para ser lançado na época. O que encontramos é justamente o oposto: ensaios, takes alternativos, jams prolongadas e pequenas faíscas de genialidade que não entraram nos discos oficiais. E é isso que faz The Original Fleetwood Mac ser tão interessante. O registro flagra Peter Green, Jeremy Spencer, John McVie e Mick Fleetwood ainda testando ideias, bur...