Firewind: review do álbum Days of Defiance (2010)!


Por Ricardo Seelig

Cotação: ***

Sexto álbum do Firewind, Days of Defiance, lançado em outubro de 2010, é o primeiro disco do grupo grego após o anúncio da entrada de seu guitarrista, o virtuoso Gus G., na banda de Ozzy Osbourne, substituindo Zakk Wylde. Ou seja, os olhos e ouvidos do mundo estão sobre Days of Defiance, e o resultado é apenas mediano.

"The Ark of Lies" abre os trabalhos reciclando ideias já exploradas com um brilhantismo muito maior pelo próprio Firewind. "World On Fire" tem um ótimo riff e é uma boa composição, recolocando o álbum nos trilhos. O mesmo vale para "Chariot", com um andamento de baixo e bateria que é puro Iron Maiden. Aliás, o estilo de Gus G., sempre baseando as canções em riffs, dá uma bem-vinda característica hard rock ao CD.

"Embrace the Sun" é outra que soa apenas mediana, ressuscitando, por exemplo, conceitos explorados à exaustão por grupos de power metal da segunda metade dos anos 1990. O mesmo vale para "Heading for the Dawn", que deve cair no gosto dos fãs, mas parece saída dos primeiros trabalhos do Hammerfall.

A balada "Broken" surpreende e é uma das melhores faixas, alternando com maestria momentos mais calmos com trechos mais agressivos. "Cold as Ice" puxa as influências hard da banda para o primeiro plano e é, provavelmente, a melhor do álbum, com o grupo soando coeso e com todas as peças nos lugares certos. O mesmo ocorre com "Kill in the Name of Love", onde o destaque é o vocalista Apollo Papathanasio, em sua melhor performance em todo o disco.

A instrumental "SKG" revela uma faceta interessante do Firewind e é um destaque inequívoco de Days of Defiance, com solos muito bons de Gus G. e do tecladista Bob Katsionis. "Losing Faith", a faixa mais pesada do disco, também garante momentos de alegria aos metalheads.

O que incomoda em Days of Defiance é que ele é um álbum bastante inferior tanto a Scream (a estreia de Gus com Ozzy) quanto a Return to Zero (o debut de Apollo no Spiritual Beggars). O Firewind é uma boa banda, não há dúvida disso, e faz um tipo de som que cai facilmente no gosto de qualquer pessoa que curte heavy metal, mas, indiscutivelmente, o sinal amarelo acende - forte e reluzente - quando o seu próprio disco é nitidamente inferior aos álbuns das bandas paralelas de seus integrantes.

Não chega a comprometer, mas que poderia ser melhor, poderia.


Faixas:
1 The Ark of Lies
2 World on Fire
3 Chariot
4 Embrace the Sun
5 The Departure
6 Heading for the Dawn
7 Broken
8 Cold as Ice
9 Kill in the Name of Love
10 SKG
11 Losing Faith
12 The Yearning
13 When All Is Said and Done

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