Review: Project Black Pantera - Project Black Pantera (2016)



Formado em 2014, o Project Black Pantera é um trio natural de Uberada. A banda é formada por Charles Gama (vocal e guitarra), Chaene da Gama (baixo) e Rodrigo Augusto (bateria) - os dois primeiros, irmãos. A proposta dos mineiros é um crossover agressivo e violento, que traz elementos de punk, metal, funk, ska, hip-hop e o que mais soar bem na mistura. Criativos e sem medo de experimentar, o grupo transita por canções fortes e predominantemente pesadas, o que deve agradar bastante os ouvintes que buscam algo refrescante para arejar os ouvidos.

A energia da banda é onipresente, e isso é um ponto bastante positivo. Ainda que a produção oscile em alguns momentos, não chega a comprometer o resultado final. Sempre com letras em português (a exceção é “Manifestation"), ora cantando com timbres limpos e em outros momentos com vocais guturais, o Project Black Pantera acaba se destacando por investir em influências atuais que resultam em uma sonoridade contemporânea, algo que não é muito comum de encontrar na cena metal brasileira, onde o protagonismo acaba sendo na maioria das vezes dos sons mais tradicionais e de influências já testadas há exaustão com os fãs.



Só para orientar os seus ouvidos, as influências principais da banda, elencadas pelo próprio do trio, são nomes como Bad Brains, Living Colour, Chevelle, Unlocking the Truth, Lamb of God e Metallica. Apesar da predominância de raízes metálicas, digamos assim, pessoalmente achei que este primeiro álbum tem uma sonoridade mais puxada para o punk, seja pela já citada energia das canções como pela agressividade, ritmo e atmosfera das faixas, além das letras tratando em sua maioria de problemas sociais e questões do dia a dia, o que imprime ainda mais dignidade ao som dos grupo.

Lançado de forma independente, o auto-intitulado primeiro álbum do Project Black Pantera, além de uma saudável surpresa aos ouvidos, é uma ótima dica para quem procura bandas nacionais pesadas e alinhadas com o que acontece atualmente no cenário mundial - “Escravos”, uma das músicas do disco, é uma das pauladas mais violentas, tanto lírica quanto musicalmente, gravadas por uma banda nacional nos últimos anos. 

Com ótimas ideias e um imenso potencial, o trio tem tudo para conquistar grandes feitos nos próximos anos.


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